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Eleições  | 25/04/2010 03h10min

Candidatos afirmam que internet não será palco de guerra de boatos

Coordenadores de campanha argumentam que não vão usar a rede contra adversários

PAULO GERMANO  |  paulo.germano@zerohora.com.br

Crescimento da web e as redes sociais geram um território aberto a ofensas e difamações. Basta uma voltinha pelo Twitter, outro giro em meia dúzia de blogs, para conhecer José Serra (PSDB) de peruca loira, Dilma Rousseff (PT) encarnando o Rambo e José Fogaça (PMDB) caindo de sono. Tudo balela — e nem sempre tem graça.

Às vésperas da campanha eleitoral, um batalhão de militantes irrompe na internet para desqualificar candidatos, e o rumo da boataria já transgride qualquer piada: há quem seja acusado até de crimes. Mais do que agredir a honra dos políticos, a infantaria virtual tenta metralhar a qualquer custo as convicções do eleitorado.

A crescente inclusão digital somou-se ao fenômeno das redes sociais — páginas em que o internauta, antes um mero observador, produz conteúdo. São centenas de milhares de pessoas conectadas a um mesmo canal, um prato cheio para o zunzunzum. Candidatos à eleição de outubro correm contra o tempo para mergulhar na web, mas se defrontam com um tiroteio de ofensas e difamações.

— Nunca as pessoas estiveram tão congregadas para debater um mesmo assunto diariamente. É a primeira vez que uma eleição brasileira conviverá com isso — diz a socióloga Elizabeth Rondelli, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

E-mails, por exemplo, relacionam Dilma, candidata à Presidência, a crimes praticados pela guerrilha durante a ditadura. Mas uma pesquisa na internet também mostra diferentes sites agredindo Serra, concorrente do PSDB. No YouTube, o abraço de Serra no ex-governador José Roberto Arruda ganhou até conotação romântica. É que dois meses antes de o mensalão do DEM vir à tona, Serra disse "vote em um careca e leve dois", durante uma solenidade ao lado do ex-governador.

Em meio ao fogo cruzado, é natural que o eleitor alimente dúvidas sobre o que pode ser levado a sério. Para Alessandro Barbosa Lima, presidente da E.Life — especializada em redes sociais —, não há momento mais propício para tirar dúvidas do que a atual eleição:

— Pela primeira vez, o eleitor poderá manter contato direto com o candidato, que estará representado no Twitter e outras redes sociais. Tem dúvidas? Pergunte a ele.

Talvez seja esta a melhor notícia desta eleição: a proximidade com os candidatos e a facilidade para discutir suspeitas ganharão força.

— Na internet, esse tipo de boato não cola mais tão facilmente. O usuário médio já tem um senso apurado sobre o que é gratuito e o que tem fundamento — garante o presidente da LiveAD, agência de inovação em comunicação de São Paulo, Lucas Mello.

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