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Eleições  | 22/04/2010 18h46min

Diretoria da UNE está dividida sobre apoiar ou não a um dos candidatos à presidência da República

Decisão será tomada no próximo domingo

Apoiar ou não uma candidatura à Presidência da República nas eleições deste ano? Esta é a pergunta que divide a União Nacional dos Estudantes (UNE), no encontro de lideranças estudantis, aberto nesta quinta-feira no Rio de Janeiro. O posicionamento oficial da UNE só será decidido no domingo, quando haverá uma reunião plenária com mais de 500 estudantes.

Apesar de a maioria dos grupos que compõem a UNE estar inclinada a não apoiar qualquer candidato, a própria diretoria da entidade se mostra dividida sobre o que fazer. O terceiro vice-presidente da entidade, Tássio Brito, pertence a um grupo ligado ao PT, a Articulação de Esquerda, e defende o apoio da UNE a uma candidatura.

Segundo ele, a União Nacional dos Estudantes precisa se posicionar de forma clara.

— Precisamos ter autonomia para dizer o que queremos neste momento. Isso é um exercício de autonomia e independência: mostrar que você pode ter opinião, que você pode ter lado. Ser neutro é mostrar que você não tem autonomia para tomar uma decisão.

Brito reconhece que representa uma minoria dentro da direção da UNE, mas acredita que o quadro pode mudar durante os quatro dias de encontro, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Já o segundo vice-presidente da UNE, Bruno da Mata, que representa um grupo do PSB na entidade, é contrário ao apoio de qualquer candidatura. Segundo ele, para a UNE é mais importante fechar um documento com compromissos para todos os candidatos, com propostas em áreas como educação, saúde, meio ambiente e esportes.

— Nós não defendemos que a UNE se posicione em defesa de algum dos candidatos. A gente deve fazer um projeto dos estudantes. Os candidatos que sentirem que podem contemplar esses projetos que assinem — argumentou.

De acordo com Mata, a UNE é uma entidade plural, com representantes de inúmeras correntes políticas e qualquer tentativa de unificar um apoio em torno de algum candidato será uma posição artificial da entidade.

— Nossas bandeiras são muito maiores do que a ideia de apoiar candidato A ou B —, afirmou.

O vice-presidente Tiago Ventura também representa uma corrente que não defende apoio a candidaturas: a Democracia Socialista, ligada ao PT. Apesar disso, ele acredita que possa ser possível à UNE se posicionar “contra” alguma candidatura, caso determinado candidato não se comprometa com as propostas da entidade.

O presidente da UNE, Augusto Chagas, da União da Juventude Socialista (UJS), ligada ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB), acredita que a UNE poderá contribuir mais para o debate eleitoral se não apoiar abertamente nenhum candidato.

— O que eu defendo é que a UNE consiga interagir com candidaturas com independência. As candidaturas são questões que estão no nível dos partidos políticos.

Para ele, é mais importante que a UNE busque participar do debate com propostas como a defesa da educação pública, da reforma agrária, da democratização da comunicação e do desenvolvimento do Brasil.

— O que garantirá mais protagonismo à UNE é que ela possa apresentar propostas para o debate eleitoral. Qualquer saída que aponte para apoiar uma candidatura, nesta altura do campeonato, não é uma posição que ajuda do ponto de vista do prestígio da UNE com a opinião pública — ponderou.

Além de decidir se vai apoiar ou não uma candidatura, a UNE aprovará, no encontro do Rio de Janeiro, um documento com as propostas da entidade para os candidatos à Presidência da República.

AGÊNCIA BRASIL
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