Primeiro, o deputado federal Eliseu Padilha (PMDB) disse ter certeza de que venceria a convenção como candidato do partido ao Senado. Depois, anunciou que estava desistindo de brigar pela vaga. Por cerca de uma hora, Padilha falou no domingo, na sede estadual do partido, em Porto Alegre, sobre suas razões para não insistir na disputa, deixando o caminho livre para o ex-governador Germano Rigotto.

Sobre a 2ª vaga ao Senado, analisou que o PMDB tem de oferecer a algum partido que ainda não está na coligação e atestou duvidar que o PP saia do partido:

— É um sonho de verão, o PP não sai do Governo. A aliança com Yeda está consolidada

Cercado por representantes de movimentos e núcleos da legenda, disse que o interesse maior é pela vitória do PMDB, "despersonalizada", e garantiu que vai trabalhar para isso. Negou estar magoado pela pressão que sofreu para não concorrer com Rigoto, mas no texto que leu, intitulado "Tributo à Unidade do PMDB", deu recados, ao criticar decisões centralizadas.

Também destacou que a declarada preferência de José Fogaça, candidato ao Piratini, por Rigotto o fez refletir.

— Não trago mágoas, conheço o jogo político. Estou há 20 anos em Brasília, e neste jogo de lá, normalmente, eu tenho ganho. Sei qual é o limite das coisas. Aqui na província eu não quis criar conflito. Se eu fosse para o conflito, o PMDB perderia — afirmou.

Ainda para justificar a desistência, Padilha reforçou que o fazia para manter a unidade da legenda e para não ser acusado de prejudicar o desempenho de outras candidaturas, além de ter o desejo de se dedicar mais à família:

— Disse aos meus filhos que eles finalmente iam ver o pai. Minha mulher tem expectativa de ter o marido perto todos os dias. Já estou no terceiro casamento.

Padilha afirmou que "hoje" não é candidato à reeleição, mas que a situação ainda pode mudar.

— Vou conversar com vários níveis, com pessoas que se lançaram porque eu não era candidato. É o caso específico do Alceu Moreira. Se eu vier a ser candidato, o mínimo que posso fazer é não passar de Gravataí para lá. O Litoral não vai existir para mim no período da campanha. Não só não vou ir, como vou pedir que todos votem no Alceu.

Padilha falou ainda da pretensão de presidir o PMDB no Estado, mas ponderou que depende também de uma solução nacional, já que é cotado para assumir o comando nacional da legenda.