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Política  | 14/04/2010 03h44min

Fogaça faz nova investida para incluir PP na chapa

Assédio do candidato do PMDB ocorreu um dia depois de Lara fechar união com o Democratas

A 10 dias do prazo previsto pelo PP gaúcho para definir o que fará na eleição de outubro, o PMDB faz uma tentativa derradeira de atrair a legenda para a aliança de José Fogaça. Os peemedebistas vão oferecer ao PP uma vaga de candidato ao Senado e a possibilidade de coligação na eleição para deputado federal.

A operação começou na noite de segunda-feira, poucas horas após o diretório do DEM aprovar a união em torno da candidatura de Luis Augusto Lara (PTB). Em um jantar na casa de Fogaça, ele e o presidente do PP de Porto Alegre, Tarso Boelter, acertaram as táticas para tentar uma reaproximação com a cúpula estadual da legenda.

Na última conversa, em fevereiro, Fogaça havia conseguido arrancar apenas a promessa de apoio em um eventual segundo turno. Isso porque o PP exigia a coligação na disputa proporcional.

Em almoço ontem com a bancada estadual do PMDB, Fogaça consultou os deputados sobre a possibilidade de atender o pedido do PP. Na aliança proporcional, os votos dos candidatos a deputado estadual das duas siglas, por exemplo, são computados conjuntamente para calcular o número de cadeiras na Assembleia. Por temer a redução da bancada, os parlamentares se mostraram pouco animados com a ideia, mas prometeram estudar a hipótese.

Rivalidade entre PMDB e PP no Interior é ferrenha

Até agora, o PP estadual demonstra maior proximidade com a candidatura à reeleição da governadora Yeda Crusius (PSDB). Mas, como os tucanos também resistem em fechar a coligação para deputado estadual e federal, Fogaça e Boelter acreditam que a nova oferta do PMDB vai abrir o leque de alternativas do PP. A sigla só vai decidir seu futuro no dia 24, em uma pré-convenção.

– Não jogamos a toalha. Defendemos a aliança com Fogaça por entender ser a melhor opção. O prefeito tem um estilo diferente da governadora Yeda Crusius – afirmou Boelter.

A meta de Fogaça é ver o PP incluir sua proposta nos debates da pré-convenção. Nos próximos dias, ele pretende realizar um novo encontro com os dirigentes da legenda. Na conversa, ele vai formalizar sua proposta de aliança – que incluirá também a vaga para Ana Amélia Lemos ao Senado.

Mas, ao contrário de Boelter, outros líderes do PP acreditam que dificilmente a oferta renderá frutos. Isso porque, no Interior, a disputa entre as siglas é ferrenha em boa parte das prefeituras – rivalidade que nasceu na época de Arena e MDB, durante o regime militar. Por outro lado, a boa colocação de Fogaça nas pesquisas será um argumento para o PP exigir mais dos tucanos.

– Não está em negociação a coligação para federal. E, como o PP não oficializou a intenção de estar conosco, nos reservamos a aguardar o posicionamento final deles – diz o presidente estadual do PSDB, deputado federal Claudio Diaz.

Os quatro caminhos do PP

1 - Apoiar Yeda Crusius (PSDB)

A vaga de vice-governador seduz o partido. Apoiando a reeleição de Yeda, os candidatos do PP à Assembleia e à Câmara teriam a garantia de uma forte estrutura para a campanha – afinal, a governadora conta com o reforço dos ocupantes de cargos em comissão que, em horários alternativos, normalmente atuam em favor do chefe. Mas, com medo de perder cadeiras de deputado, o PSDB resiste em ceder ao PP a coligação na disputa proporcional. Sem o PP, Yeda teria apoio apenas do PPS.

2 - Apoiar José Fogaça (PMDB)

Seria a união dos dois maiores partidos do Estado. O PP conta com 146 prefeituras, e o PMDB, com 142 – o que representa um batalhão de cabos eleitorais. Com Germano Rigotto (PMDB) e Ana Amélia Lemos (PP), a chapa para o Senado contaria com dois dos três candidatos melhor colocados nas pesquisas. O PMDB oferece coligação na chapa proporcional para deputado federal. Mas Fogaça está impedido de oferecer o cargo de vice, já garantido ao PDT. Outro ponto complicado é a rivalidade entre as duas siglas no Interior.

3 - Apoiar Beto Albuquerque (PSB)

A aliança tornaria viável a candidatura de Beto, que tenta se apresentar como alternativa nas eleições. Visto como um partido tradicional, com força no Interior, o PP se mostraria aberto a novidades e buscaria votos entre eleitores jovens e urbanos. Beto oferece a vaga de vice, de candidato ao Senado, além da coligação proporcional para deputado federal e estadual. Mas, no PP, não há interesse da maioria por aliança com um partido pequeno como o PSB – e a candidatura de Beto é vista com poucas chances de chegar ao segundo turno.

4 - Não apoiar no primeiro turno

O PP investiria boa parte da estrutura partidária em todo o Estado, do dinheiro de campanha e do esforço político para eleger a jornalista Ana Amélia Lemos ao Senado. Desde 1982, quando Carlos Chiarelli se elegeu pelo PDS, o partido não emplaca um senador. Assim, o PP deixaria para o segundo turno a decisão de se aliar a um candidato ao Piratini. Nesta hipótese, poderia fechar um acordo de participação no governo em caso de vitória.

 

ZERO HORA
Fabio Cogo, Divulgação / 

Em reunião com os deputados estaduais do PMDB, Fogaça discutiu oferta de aliança com o PP
Foto:  Fabio Cogo, Divulgação


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