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Carnaval 2012  | 14/02/2012 13h44min

Cegos aprendem a sambar na Capital

Grupo de deficientes visuais desfilará no Porto Seco na segunda noite do Carnaval

Roberta Schuler  |  roberta.schuler@diariogaucho.com.br

Se o Carnaval privilegiasse apenas a grandeza das formas das alegorias, as cores vibrantes e o brilho das luzes, não haveria espaço para eles. Mas, como essa grande festa popular é a combinação também da vibração da música, da beleza dos gingados e da explosão de alegria, então não é difícil abrir alas para um grupo de deficientes visuais que está aprendendo a sambar.

A experiência está sendo proporcionada a 13 cegos a partir da parceria entre a escola de samba Império da Zona Norte, a Secretaria Municipal de Cultura e a Associação de Cegos do Rio Grande do Sul (Acergs). Quem ministra a oficina é Ana Marilda Bellos, diretora artística da Império e ex-passista, contando também com o apoio e a larga experiência do Rei Momo Fábio Verçoza.


– Este é um sonho que se realiza. Eu me formei em dança e tinha vontade de trabalhar com deficientes. É um desafio. Descobri que eles precisam sentir a minha vibração – conta Ana Marilda, que pretende dar continuidade ao trabalho.

Além da aula de ontem, o grupo visitou o barracão da escola, no Sambódromo do Porto Seco, e aprendeu a cantar o samba, impresso em braile, com a ajuda do segundo puxador da escola, Fabiano Flores. Parte do grupo deverá desfilar com a Império na noite de sábado.

– Foi maravilhosa a visita ao barracão. Como a gente não vê, nos deixaram tocar nos carros e eu senti que tudo está muito lindo. Na muamba também foi muito bom – disse Josiane França Santos, 34 anos, que perdeu a visão há quatro anos, devido a uma meningite.

O namorado de Josiane, Paulo César Valentin da Silva, 43 anos, também está pronto para a folia.

– Temos que nos empenhar no que estamos fazendo e, na avenida, é só diversão – opinou Paulo.

Iguais e diferentes

Antes do ensaio, a turma aproveitou para pegar dicas e tirar dúvidas com a segunda princesa do Carnaval de Porto Alegre, Thais Pereira de Oliveira.

– Elas queriam saber se podem ir sambando e caminhando durante o desfile : comentou Thais, que ajudou a maquiar as meninas.

Para a professora Marilena Assis, 49 anos, a aula de samba não será importante apenas no Carnaval:

– A gente que não enxerga fica com o corpo rígido, então a aula será boa também para a nossa mobilidade – revela Marilena, que deixou de enxergar por causa do glaucoma.

Fábio Verçoza lembra que no Carnaval há espaço para todos serem respeitados e queridos. E a turma provou com palmas, gestos e empolgação, que na festa de Momo iguais e diferentes podem brilhar juntos.

DIÁRIO GAÚCHO
Marcelo Oliveira / Agencia RBS

O grupo visitou o barracão da escola e aprendeu a cantar o samba, impresso em braile
Foto:  Marcelo Oliveira  /  Agencia RBS


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