1988

Constituição prevê que clubes têm de contribuir à Previdência como as demais empresas: 20% sobre a folha.

1993

Com a inadimplência das grande equipes junto à Previdência Social roçando em R$ 283,9 milhões* (Cr$ 1,2 trilhão à época), o governo federal decide dar a primeira forcinha aos devedores contumazes. As agremiações puderam quitar a dívida contribuindo com 5% da bilheteria. Em resumo, a lei se ajustou aos maus pagadores.
– A Pevidência vai torcer agora para que todos os jogos sejam um sucesso de público – brincou o então ministro Antônio Britto.

1997

Receita Federal e Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) resolvem abrir os olhos e abrem frente de batalha contra clubes sonegadores. Contando PIS, Cofins e Previdência Social, a dívida dos 26 times da Primeira Divisão daquele ano giraria em torno de R$ 290,5 milhões* (R$ 75 milhões à época). E isso sem contar o débito relativo ao Imposto de Renda não pago.

2000

Mesmo com privilégios ao longo dos anos, a dívida não parou de subir. Apenas à Previdência, os débitos chegavam a R$ 532,8 milhões* (R$ 177,5 milhões à época). Para tentar estancar a hemorragia, o governo disponibilizou aos clubes mais uma linha de financiamento chamada Programa de Recuperação Fiscal (Refis). As agremiações poderiam regularizar débitos fiscais e previdenciários com Receita Federal, Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e INSS. Era a segunda tentativa de fazer os clubes pagarem o que deviam.

2006

Com o aumento da verba de TV, os salários dispararam. E a dívida também: beirava R$ 1,4 bilhão* (R$ 900 milhões à época) quando o governo federal lançou a Timemania. Terceira "tábua de salvação", a loteria foi criada para que os times quitassem o passivo tribuitário a partir de um novo refinanciamento - que também poderia incluir débitos já acertados no Refis. Para aderir, os clubes não podiam contrair novas dívidas fiscais, manter as parcelas em dia e apresentar balanço financeiro. Do valor arrecadado com as apostas, 22% seriam direcionadas às dívidas, parceladas em até 15 anos. Mas a Timemania foi um fracasso retumbante. A arrecadação ficou longe do esperado e os clubes tiveram de arcar com o pagamento das parcelas sem a ajuda esperada do fundo da loteria. Hoje, pagam praticamente os juros da repactuação

2013

Redução de imposto, Refis, Timemania. Nada parece fazer com que os clubes brasileiros façam aquilo que toda a empresa tem de fazer: pagar impostos. Em 2013, o endividamento tributário dos 24 maiores times brasileiros chega a inacreditáveis R$ 2,7 bilhões.

Dupla Gre-Nal

O Inter refinanciou R$ 35 milhões em débitos com INSS e FGTS (corrigido*, o valor seria R$ 90,5 milhões) em 180 meses.

O Grêmio teria feito dois refinanciamentos: um de R$ 29,6 milhões (corrigidos*, R$ 48,2 milhões) e outro de R$ 3,3 milhões (corrigidos*, R$ 5,4 milhões).