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Obstáculos no aprendizado

(Fraga/Arte ZH)

São tantos os gargalos e percalços enfrentados por estudantes brasileiros, que a particularidade de um número tão reduzido conseguir chegar ao fim da Educação Básica e, entre esses, poucos dominarem operações matemáticas elementares e a simples interpretação de um texto não pode ser considerada surpreendente. Surpreendente é o fato de, mesmo sendo esta uma realidade crônica, até hoje os responsáveis pela formulação de políticas educacionais não terem tomado providências mínimas para corrigir essas deformações. Entre elas, estão ações simples, que poderiam melhorar a realidade e as estatísticas do ensino. Seria o caso, a longo prazo, de uma adequação do ambiente escolar à realidade dos alunos e, de imediato, da adoção de mecanismos para identificar quem vai mal no aprendizado e o que pode - e deve - ser feito por ele.

Invariavelmente, a origem dos problemas na educação brasileira está na oferta reduzida de vagas e na falta de qualidade da pré-escola. Enquanto o poder público não cumprir o compromisso de garantir matrícula para todos os brasileiros entre quatro e cinco anos, previsto para 2016, centenas de milhares de crianças continuarão iniciando o Ensino Fundamental sem o domínio de habilidades mínimas. Aluno que não se habituou a ficar sentado durante um certo período de tempo, nem a copiar do quadro ou a manusear cadernos e livros tenderá a ficar em desvantagem nesses aspectos em relação a quem teve a oportunidade de estudar desde cedo. A partir daí, como ficou evidenciado nas recentes reportagens deste jornal sobre o tema, são previsíveis dificuldades como a de manter uma relação adequada entre idade e série cursada, pressuposto para uma redução nos gastos com educação.

Os dados oficiais mais recentes no país, de 2009, revelam que apenas metade dos jovens de 19 anos no Brasil já concluiu o Ensino Médio. Uma das metas do programa Todos pela Educação é que, até 2022, 90% ou mais dos jovens nessa faixa de idade já tenham chegado ao fim da Educação Básica. Há muito, portanto, o que fazer nos próximos anos para garantir um avanço tão elementar. Aluno mais velho que os demais da turma tende a se sentir deslocado, sentimento que, invariavelmente, leva ao desinteresse pelos conteúdos ministrados, à reprovação e ao abandono da escola. É preciso, portanto, que os profissionais de ensino se mostrem mais preparados para identificar as razões desse fenômeno e impedir que tantos brasileiros continuem deixando os estudos de lado antes de concluí-los.

Obviamente, a responsabilidade por esse desafio é coletiva - envolvendo tanto alunos e familiares quanto professores e o poder público. E é importante a união de todos por uma imediata revisão curricular, capaz de tornar o ensino mais atrativo tanto para quem educa quanto para quem está em fase de aprendizado.

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