Em entrevista por telefone, o deputado estadual Miki Breier (PSB), autor do projeto de lei que proíbe o álcool em estádios e ginásios gaúchos com mais de cinco mil lugares, explica que o objetivo da proposta é separar o consumo de bebida do esporte. Segundo o parlamentar, a medida deve permitir que as famílias voltem a freqüentar os estádios e ginásios.
Zero Hora — De onde surgiu a idéia?
Miki Breier — Estive em um jogo no Maracanã e vi que lá só era vendida cerveja sem álcool. Mesmo assim, a festa dos torcedores foi maravilhosa. Então me informei e tomei conhecimento de que em outros estádios brasileiros, como o Morumbi e o Mineirão, já havia uma proibição, assim como em outras cidades
sul-americanas e da Europa.
ZH — Qual o principal
argumento usado pelo senhor para convencer os colegas a aprovarem a proposta?
Breier — Foi o argumento da prevenção da violência, principalmente nos estádios. Em muitos deles, vemos acontecer momentos de selvageria, inclusive com pessoas perdendo a vida.
ZH — Seu projeto prevê a proibição apenas dentro dos estádios. Não seria necessário também proibir no entorno?
Breier — Não inclui isso porque achei que seria muito complicado fazer a fiscalização. Mas, na regulamentação, o governo estadual poderá incluir, quem sabe determinando horários antes e depois das partidas e também delimitando áreas.
ZH — Alguns deputados que votaram contra alegam que os clubes pequenos do interior precisam do lucro da copa. Como o senhor vê essa situação?
Breier — A copa vai continuar funcionando. Não estou fazendo uma cruzada contra o álcool. Só quero o afastar do esporte. Os clubes não
podem basear sua receita na venda de bebidas.
ZH — O
presidente do Inter, Vitorio Piffero, questiona se a proibição será estendida a outros eventos, como rodeios. Poderá ser?
Breier — Há uma tendência mundial de proibir o álcool em locais e eventos com grande concentração de pessoas. Mas temos, aqui no Estado, uma cultura ligada à bebida alcoólica. Mas estender essa proibição pode ser, sim, um próximo passo. Outros debates são importantes e necessários.
ZH — O senhor freqüenta estádios?
Breier — Sim. Vou regularmente ao Estádio Olímpico. Assisto a quase todos os jogos do Grêmio em Porto Alegre. E meus dois filhos, que têm 16 e 19 anos de idade, também vão.
ZH — O que eles acharam do seu projeto?
Breier — Eles disseram que alguns colegas e amigos não gostaram muito da idéia. Mas temos que enfrentar algumas coisas para ter uma melhor qualidade de vida.
ZERO HORA
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