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18 de dezembro de 2025
 

| 15/03/2008 | 15h54min

Veto da Fifa à altitude causa reclamações de países andinos

Jogos em cidades situadas em altitudes superiores a 2.750 metros seriam proibidos

A ratificação do veto da Fifa a partidas na altitude, anunciada nesta sexta-feira por Joseph Blatter, não agradou a dirigentes de Bolívia, Equador, Colômbia e Peru, países localizados na região da Cordilheira dos Andes. A decisão divulgada pelo mandatário da entidade máxima do futebol mundial proíbe jogos em cidades situadas em altitudes superiores a 2.750 metros.

A exceção seria em caso de haver tempo útil para árbitros e jogadores realizarem uma aclimatação – mínimo de uma semana em locais acima dessa altura, subindo para 15 dias em caso de jogos a mais de três mil metros. Como em partidas internacionais não há tempo hábil para cumprir a recomendação, ainda mais em se tratando de partida envolvendo seleções, jogos acima de 2.750 metros ficam praticamente descartados.

Entre os que reclamaram, quem novamente faz grande barulho é Evo Morales. O presidente boliviano acusou a Fifa de causar uma separação entre os povos, garantindo que praticar esportes em alturas elevadas não é prejudicial. O mandatário espera que os dirigentes da entidade mudem a decisão.

Caso contrário, Morales ameaça recorrer à Onu (Organização das Nações Unidas) e a outros órgãos internacionais. Ele ressaltou que jogará uma partida beneficente com o argentino Diego Maradona nesta segunda-feira em La Paz, localizada a uma altitude de quase 3.600 metros, no intuito de defender a realização de partidas sob tais condições.

Já o presidente da Federação Boliviana de Futebol foi ainda mais incisivo nas declarações. Segundo o dirigente, a entidade pleiteará junto à Fifa o veto a partidas disputadas com uma temperatura maior que 30ºC, argumentando que muitos jogadores já desmaiaram por causa do forte calor e que isto não acontece em altitudes elevadas.

Repercussão parecida à da Bolívia foi encontrada no Equador, onde o vice-presidente da federação de futebol local, Carlos Villacís, lamentou que a delegação enviada pela Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) à Fifa não tenha conseguido reverter a decisão. Um dos médicos da seleção equatoriana, Patrício Maldonado, ainda afirmou neste sábado “que o futebol não pode ficar de fora dos países andinos”.

Através do diretor do Instituto Colombiano de Esportes, Everth Bustamante, a Colômbia foi mais um país a mostrar insatisfação. Apesar de a medida não afetar Bogotá, cidade situada a 2.649 metros do nível do mar, o dirigente afirmou à agência Efe que “isto marca um início geral de discriminação, como pode ser de raça, religião, política e outros”.

Por fim, o presidente da Federação Peruana de Futebol também lamentou, dizendo que a universalidade do futebol fica comprometida. O veto não interfere nas partidas da seleção local, pois Lima, a capital do Peru, está localizada ao nível do mar. Contudo, há equipes que se sentem prejudicadas, como o Cienciano, que manda seus jogos em Cuzco, a 3,4 mil metros de altitude.

 

GAZETA PRESS

 

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