Após a derrota para o Juventude, Magrão contou ter perdido o sono pelo erro no primeiro gol e pela goleada de 3 a 0. Foi o começo de uma reciclagem coletiva que pode terminar hoje, às 18h30min, no Beira-Rio. Uma vitória sobre o São José garante a classificação à segunda fase.

Os efeitos da pancada em Caxias foram além de noites maldormidas. Nesta sexta-feira, Abel Braga fechou os portões do Beira-Rio para aprontar o time em treino tático. A sós com os jogadores, definiu Maycon no lugar de Edinho, suspenso.

O treino secreto foi a extensão do processo de recuperação da auto-estima do time. Logo depois da partida de quarta-feira, Abel reuniu os atletas no vestiário do Centenário e reiterou a confiança no grupo. Pediu que todos esquecessem o Juventude — se fosse possível.

— Fechei o treino porque os jogadores precisavam ficar mais tranqüilos para trabalhar — disse Abel. — A derrota para o Juventude não foi bem digerida. Não se trata de remobilização, pois tivemos apenas dois acidentes de percurso (ambos para o Juventude). Agora, queremos consolidar nossa classificação, algo que não conseguimos em 2007.

Entre os jogadores, o tema reabilitação é o mais corrente. Ninguém admite um novo tropeço. As finais do Gauchão parecem ter começado antecipadamente no Beira-Rio.

— Queremos muito este título, percalços acontecem. Tropeçamos em uma pedra, mas agora vamos retomar o bom caminho — afirmou Magrão.

Criticado pela apagada atuação em Caxias do Sul, Fernandão admitiu a falta de gols. Defendeu-se com a lembrança de que vem atuando recuado, como armador. Em vez de fazer gols, abre espaços para Iarley e Alex.

— Quando os gols não aparecem (fez um no Gauchão) dizem que você está mal. Quem vê futebol sabe que meu posicionamento mudou. Se eu não tiver o direito de jogar mal de vez em quando, então tenho que encerrar a carreira. Títulos, eu já ganhei — desabafou o capitão.