O governo da Argentina assumirá os interesses do Equador na Colômbia enquanto permanecerem suspensos os laços diplomáticos entre Quito e Bogotá, informou o subsecretário de relações bilaterais da Chancelaria na capital equatoriana, Diego Stacey.

—O governo argentino já manifestou seu interesse em assumir os interesses equatorianos na Colômbia, o que resta naturalmente é receber o consentimento desse governo (de Bogotá) — disse Stacey à emissora de TV Teleamazonas.

Apesar de os presidentes do Equador, Rafael Correa, e da Colômbia, Álvaro Uribe, terem dado por encerrada a crise diplomática entre os dois países na sexta-feira passada, as relações entre Quito e Bogotá ainda não foram restabelecidas.

Stacey assinalou que o retorno às relações normais "será gradual", e indicou que poderá acontecer após o dia 17 de março, quando está prevista a reunião de consulta de ministros das Relações Exteriores da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Nessa reunião, o secretário-geral da OEA, o chileno José Miguel Insulza, apresentará um relatório sobre a investigação que conduz junto com uma comissão do organismo sobre o incidente que levou o governo do Equador a romper suas relações diplomáticas com a Colômbia.

Correa anunciou a suspensão das relações ao considerar que Bogotá tinha violado a soberania e integridade territorial de seu país ao realizar uma operação militar contra uma base das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em território equatoriano.

Morreram pelo menos 26 pessoas no ataque, entre elas um militar colombiano e o porta-voz internacional da guerrilha, conhecido como Raúl Reyes.