A nadadora brasileira Rebeca Gusmão terá de esperar por mais 40 dias para saber se será absolvida ou culpada das acusações de doping pela Federação Internacional de Natação (Fina). Nesta segunda, o painel da entidade julgou o caso em Lausanne (Suíça), e pediu mais 40 dias para avaliar o caso.

No dia 13 de julho, Rebeca foi flagrada no exame antidoping dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, por uso de testosterona. Ela ganhou quatro medalhas no evento continental, sendo duas de ouro.

A reunião durou 3h30min. Segundo o advogado Breno Tannuri, os três juízes que avaliam o caso ficaram surpresos com a quantidade de irregularidades apresentadas pela defesa.

– Não é uma ciência matemática, mas foi a impressão de todas as pessoas que estavam presentes – disse Tannuri ao site Globoesporte.com.

Na sessão, foi ouvido também o médico cubano José Blanco Herrera, que acompanhou a abertura da contraprova do exame no dia 18 de dezembro de 2007, em Montreal (Canadá). Para ele, a amostra B apresenta resultado inconclusivo.

Defesa cautelosa

A defesa da brasileira, que esperava um veredicto ainda nesta segunda, acredita que o adiamento pode ser um bom sinal. Tannuri, no entanto, adota a cautela para falar sobre as possibilidades de absolvição.

– "Animado" não é a palavra exata para definir nosso estado de espírito. Estamos com os pés no chão, muito realistas. Há uma diferença muito grande entre postergarem por 40 dias uma decisão e uma absolvição da Rebeca, mas não deixa de ser um momento interessante – declarou.

Outro julgamento

Foi o segundo julgamento de Rebeca em menos de 72h. Na última sexta, ela foi ouvida na Corte Arbitral do Esporte, também em Lausanne. A sessão avaliava o exame realizado na nadadora no Troféu José Finkel, em maio de 2006, que também deu resultado positivo para testosterona.

A Corte tem 45 dias para dar o veredicto. Se for punida, a nadadora pode ficar até dois anos afastada de competições oficiais.