O governador do Departamento de Pando, Leopoldo Fernández, convocou nesta sexta-feira, oficialmente, um referendo sobre o estatuto de autonomia da região para 1º de junho, o que aumenta para três os territórios bolivianos com data fixada para o processo. Fernández, do partido de oposição Poder Democrático e Social (Podemos), disse a um canal de televisão que lançou a resolução com base num aval da Corte Departamental Eleitoral da região — da mesma forma que sucedeu também em Santa Cruz e Beni.

Antes, as autoridades políticas e eleitorais locais convocaram sua consulta para o dia 4 de maio e as de Beni para 1º de junho, processos que o presidente da Bolívia, Evo Morales, qualificou de ilegais e separatistas. De fato, o presidente promulgou hoje, após ser aprovada na quinta-feira durante polêmica sessão do Congresso, uma lei que proíbe os referendos que não sejam convocados pelo Legislativo.

Apesar da proibição, os governadores de Santa Cruz e Beni ratificaram o cronograma para suas consultas e a eles se uniu Pando. Morales também promulgou as duas leis que aprovam a convocação de dois referendos para o próximo dia 4 de maio com o propósito de validar seu projeto de nova Constituição, um documento rejeitado plenamente por dirigentes de seis regiões e dos partidos opositores.

No departamento de Tarija, ao sul, o governador, Mario Cossio, anunciou que também emitiu uma resolução convocando seu referendo autônomo, mas ainda está na fase de processo solicitado à Corte Departamental Eleitoral. De sua parte, a Corte Nacional Eleitoral rejeita os processos regionais e, por outro lado, prevê se reunir na próxima segunda-feira em La Paz com as autoridades encarregadas do pleito dos nove departamentos do país para planejar as consultas nacionais convocadas por Morales.