A Rússia advertiu hoje que "a União Européia contribui para a instabilidade nos Bálcãs e na Europa e encoraja o separatismo no mundo" com sua postura em relação à proclamada independência do Kosovo.

— A Rússia continua firmemente convencida de que o problema do status do Kosovo pode e deve ser resolvido pela via esperançosa e duradoura de uma decisão de compromisso elaborada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas — afirmou o porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores russo, Mikhail Kaminin, em comunicado.

Segundo o porta-voz, "a Rússia expôs propostas construtivas de possíveis alternativas do status do Kosovo no Conselho de Segurança da ONU".

Kaminin afirmou que a decisão da União Européia de enviar uma missão civil ao Kosovo, que deveria substituir a que foi enviada pela ONU após o fim da guerra, em 1999, não tem fundamento jurídico.

— Como se sabe, os preparativos para o envio de uma missão da UE foram e estão sendo realizados à margem do Conselho de Segurança — ressaltou o porta-voz.

Nesse contexto, acrescentou, fazer alusão às "conclusões" da UE sobre o Kosovo na resolução 1244 do Conselho de Segurança "é um absurdo".

Segundo Kaminin, "esta maneira de proceder da União Européia não responde aos princípios de colaboração estabelecidos no marco entre Rússia e UE em matéria de segurança exterior, sobretudo em relação ao fortalecimento do papel da ONU".

— Ao propor a seus membros que determinem sua própria postura, o Conselho da UE provoca uma cadeia de reconhecimentos ilegais da independência do Kosovo— afirma o comunicado.

A UE respalda o envio de uma missão civil ao Kosovo com 1.900 efetivos internacionais, entre policiais, juízes, promotores e agentes alfandegários, para ajudar o território a criar sua administração.