O caminho da clandestinidade

1) Entrega irregular
2) Endereços não existem
3) Reportagem flagra venda ilegal
4) Site informa endereço fantasma em Santa Catarina
5) Fiscais flagram produtos irregulares em agropecuária gaúcha
6) Agropecuária tinha embalagens de produtos falsificados
7) Compradores se interessam por produto banido do Estado
8) Produto proibido é oferecido no Mercado Livre
9) Contrapontos
Mesmo sabendo da ilegalidade, vendedores confirmam a entrega de agrotóxicos proibidos no Rio Grande do Sul
Site que tem os telefones de contato com os prefixos de Santa Catarina, mas não informa endereço exato e por isso não é encontrado pela fiscalização do Estado vizinho, exibe anúncio de interessado gaúcho em adquirir 400 litros de Gramocil, produto vetado no RS.
E-mails e conversas telefônicas confirmam que vendedores do Oeste do Estado de São Paulo, região que concentra grande número de empresas irregulares e falsificação de defensivos, atuam com entregas no Rio Grande do Sul.
Site da empresa Defensivos do Brasil informa um endereço em Tubarão (SC), mas conforme Milton Luiz Breda, gerente de fiscalização de insumos agrícolas da Secretaria da Agricultura de Santa Catarina, no local não foi encontrado nada referente ao negócio
A partir de informações obtidas pela investigação de ZH, fiscais da Secretaria da Agricultura deram uma batida em uma agropecuária de Venâncio Aires no último dia 14. O estabelecimento sequer tem autorização para vender agrotóxicos. Foram encontrados mais de 500 litros de produtos sem registro no Mapa e sem origem comprovada, além de Gramoxone. Notas apreendidas mostram que a empresa de Valmor Kist comercializou Gramoxone durante período de proibição e que têm fornecedores na região oeste de São Paulo. Um deles é a Plant Forte Comércio de Produtos Agrícolas Ltda, de São José de Rio Preto, que não tem licença para venda agrotóxicos mas anuncia na internet o produto Mertin 400, também proibido no Rio Grande do Sul.
Na mesma agropecuária foram encontradas notas de janeiro da empresa Biofarm RP Comércio de Produtos Orgânicos Ltda. A Biofarm foi alvo de uma operação ano passado da Polícia Civil de Mato Grosso com apoio de colegas de São José do Rio Preto. No local foram encontradas 200 embalagens de produtos falsificados. A investigação começou quando os Correios de Mato Grosso encontraram os produtos da empresa despachados via postal.
No início da negociação nos sites, aparecem vários compradores do Rio Grande do Sul interessado em adquirir o Mertin.
Outro vendedor do interior de São Paulo, sem autorização para vender agrotóxicos, anuncia o produto Tordon no site Mercado Livre. O produto, altamente tóxico, é enviado pelo Correio e fracionado, o que é proibido. Nenhuma das supostas empresas citadas (Chácara Completa, Plant Fort ou Uni Agro, que também se apresenta como Mauricio Vendas Agrícolas) têm cadastro para venda de agrotóxicos na Coordenadoria de Defesa Agropecuária de São Paulo. Quando os fiscais vão aos endereços, as empresas não são encontradas.
ZH ouviu os alvos da investigação para saber o que têm a dizer sobre o assunto.