Ao Pé da Letra
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COMUNIDADE NIN-JITSU - DETETIVE
Veja Mano Changes e Nando comentando o contexto de surgimento
e as referências de Detetive
O que dá juntar a banda de rap Snap!, o desenho animado Beavis and Butt-Head, o ócio típico do veraneio gaúcho e um ouriço do mar? A resposta é Detetive, uma das primeiras composições da Comunidade Nin-Jitsu e responsável por definir o grupo sonora e esteticamente. Composta por Mano Changes e Fredi Endres no verão de 1994/1995, a faixa é até hoje um dos maiores sucessos da banda e presença certa em todos os shows. Sua fusão de rock com batida funkeada impressionou e rendeu à Comunidade o VMB de melhor democlipe em 1997 e contrato com uma gravadora. A seguir, conheça a história por trás desse clássico do rock gaúcho

Tive tive
meu pai é dete
tive tive
detetive
meu pai é dete
tive tive
detetive
meu pai é dete
tive
mas o teu é despachante!
meu pai é detetive
enfrenta broncas legais
teu pai é despachante
e não faz nada de mais
meu pai é detetive
prende bandido e traficante
teu pai é um cagalhão
que se esconde
atrás de estante
Tive tive
detetive
meu pai é dete
tive tive
detetive
meu pai é dete
tive tive
detetive
meu pai é dete
tive
mas o teu é despachante!
meu pai é detetive
entrou na casa do ladrão
deu um tiro a queima roupa
que quebrou a televisão
teu pai é despachante
e é um carinha simplório
não despacha nem macumba
e tem medo de velório
Tive tive
detetive
meu pai é dete
tive tive
detetive
meu pai é dete
tive tive
detetive
meu pai é dete
tive
mas o teu é despachante!
meu pai é detetive
conhece todos os tiras
teu pai é despachante
frequentaté o bafo de bira
meu pai é detetive
e não trata de bolinho
e teu pai, na boa,
acho que frita um soinho
tiv tiv
positiv
positiv
hiv posi
tiv tiv
positiv
hiv posi
tiv
mas o meu é negativo
meu pai é detetive
e já foi pra punta de leste
conhece todo o brasil
e tira férias no faroeste
teu pai é despachante
trabalha no big shop
e na quinta vai pro paraguai
trazer relógio g-shok
Tive tive
detetive
meu pai é dete
tive tive
detetive
meu pai é dete
tive tive
detetive
meu pai é dete
tive
mas o teu é despachante!
Mano: Surgiu de um vizinho de praia que falava muito fininho. E uma vez eu e o Fredi entramos numa casa abandonada, uma casa que toda a gurizada da rua tinha medo. E o Rogério, esse que falava fininho, disse assim "meu pai é detetive, já entrou nessa casa e tem uma TV lá, e essa TV estava coberta de sangue, mas ele foi lá, provou o sangue e viu que não era sangue, era catchup". E daí toda vez que a gente passava na frente da casa dele a gente se abaixava no muro e gritava "meu pai é detetive!", ficou um certo bullying por causa do caô que ele veio pra cima da gente.
Mano: Meu pai é detetive, meu pai é o cara, teu pai é despachante, um cara burocrata, não tem aventura, meu pai é aventureiro e tal.
Nando: Era uma casa clássica, uma casa abandonada.
Mano: E a gente entrou na tal da casa do ladrão para conseguir uns pregos e fazer um skate de latinhas. Uma viagem de piá, mas aquilo repercutiu na rua, todo mundo "olha, os caras são corajosos"
Mano: A primeira estrofe que a gente fez, que eu e o Fredi fizemos juntos, foi "meu pai é detetive, entrou na casa do ladrão, deu um tiro a queima roupa que quebrou a televisão", a fatídica televisão do catchup.
Mano: Era a casa do Rafael Malenotti, dos Acústicos & Valvulados.
Nando: Era uma espécie de templo daquela galera que andava junto.
Mano: Era uma casa grande, perto, acessível, que a gente podia fazer o que quisesse. Foi muito importante, ainda tinha um estúdio pra tocar.
Mano: Nas férias da faculdade, em dezembro de 1994, a gente estava no Farol de Santa Marta (litoral catarinense). A gente tinha ido até umas piscinas naturais e eu pisei em um ouriço do mar, destruindo o meu pé. Na hora de voltar, o pessoal foi na frente e eu fui no meu ritmo, apoiando só no calcanhar. Nisso chegou um senhor e começou a puxar papo comigo, falando que morava por ali, super simpático e tudo, mas eu saquei que ele era gay. E daí ele disse que durante o verão ele trabalhava numa padaria e fazia de tudo, mas que o que ele mais fazia era fritar um soinho. Aí eu olhei pra ele e pensei "aaah, tá, tu frita um soinho".
Mano: A gente não canta mais, é politicamente incorre demais. Entrou por causa do tive, tive, positive, foi só por isso. E porque a gente queria fazer uma cena no clipe com a gente segurando umas camisinhas cheias de leite.
Mano: No final dos anos 1980 era muito comum o cara ir pro Paraguai e comprar uma caixa de fita TDK, relógio G-Shock, um tênis, eram sempre as mesmas coisas que as pessoas traziam. E o relógio G-Shock era um clássico, "pô, meu pai é detetive já foi pra Punta del Este, tira férias no faroeste, meu pai tá na alta roda, e o seu vai pro Paraguai". E tinha um amigo nosso, o Sanduba, que ia para o Paraguaia na quinta e voltava