A alma da

 cidade

Enquanto navega pelo site, escute a diretora de Patrimônio Histórico e Museológico da Fundação Cultural de Blumenau, Sueli Petry, falando sobre a formação de Blumenau na Praça Hercílio Luz. Uma inspiradora introdução para curtir este roteiro pelo Centro Histórico.

Um roteiro pelas atrações do Centro Histórico de Blumenau

Que tal conhecer em um tranquilo passeio a pé um pouco da “alma da cidade”, como a diretora de Patrimônio Histórico e Museológico da Fundação Cultural de Blumenau, Sueli Petry, gosta de se referir ao espaço que atualmente forma o Centro Histórico? Em maio, durante a 14ª Semana Nacional dos Museus, acompanhamos uma inédita caminhada cultural, guiada por Sueli, por dez locais que formam um roteiro completo para descobrir belezas, fatos e causos interessantes sobre a nossa história.

 

Com esta página especial, queremos compartilhar permanentemente essa experiência com os moradores de Blumenau e região e também com visitantes através de um guia online. O objetivo é valorizar esses espaços e estimular sua visitação. Nas próximas páginas, você pode seguir o roteiro na sequência sugerida por Sueli. Mas também pode escolher qual deles quer conhecer clicando no mapa ou deslizando o mouse pela página.

 

Em cada link você fica sabendo mais detalhes para planejar seu passeio, mas fica a dica: todos os espaços abrem de terça-feira a domingo, inclusive nos feriados, das 10h às 16h. Imperdível, né?

 

BLUMENAU MAIS CULTURA

Confira a agenda de exposições e eventos dos museus do Centro Histórico

 

AGENDE SUA VISITA: Agendamentos de grupos para conhecer os museus de Hábitos e Costumes e da Família Colonial podem ser feitos pelo telefone 3381-7516. As atividades são direcionadas e podem ser solicitadas no ato da marcação do dia de visita.

clique nos ícones

Horto Botânico Edith Gaertner

Os Gaertner eram vizinhos dos Blumenau desde os primeiros tempos da Colônia Blumenau. E entre suas residências na Rua das Palmeiras e a prefeitura municipal – hoje sede da Fundação Cultural –, uma pequena floresta às margens do Ribeirão Garcia era utilizada pelo também botânico Doutor Blumenau para fazer pequenos experimentos.

 

O lote colonial ainda preserva hoje plantas como um grande bambuzal (um teste para contenção do leito de rios e ribeirões) e uma ginko-biloba presenteado pelo embaixador da China, Também há uma estátua em bronze do Mannekin Pis – uma criança fazendo xixi –, além de um busto de Edith Gaertner, atriz que marcou a vida cultural da cidade ao deixar para o município a casa que hoje sedia parte do Museu da Família Colonial – além de ter criado o pitoresco Cemitério dos Gatos, dentro do próprio Horto Botânico.

 

Cantinho silencioso e sossegado em pleno centro da cidade, o Horto Botânico Edith Gaertner anda carente de mais atenção. Mas fazer um curto passeio pelo espaço é, de fato, delicioso. Além das árvores e plantas de várias espécies, é fácil avistar no local aves e animais como capivaras e até cutias.

 

Horto Botânico Edith Gaertner

Rua XV de Novembro, 161, Centro

Entrada Gratuita

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Museu da Cerveja

Não é à toa que ele não está ali, na praça que também ficou conhecida entre os blumenauenses como Biergarten (jardim da cerveja). O museu mais visitado da cidade, que recebe 60 mil pessoas a cada ano, resgata uma relação antiga do local com a bebida. Em 1919, o jardineiro da Praça Hercílio Luz, Mathias Fabian, percebeu uma excelente oportunidade de negócio, com todo aquele movimento de pessoas, e abriu um café no local. Não durou muito, graças à Segunda Guerra Mundial e à campanha de nacionalização que perseguiu tantos alemães e descendentes no país.

 

Na segunda metade da década de 1990, essa história foi resgatada com a fundação da Cervejaria Continental – onde hoje funciona a Thapyoka – e do Museu da Cerveja. O ilustrativo acervo de equipamentos de fabricação, fotografias, rótulos, garrafas e outros objetos veio principalmente das cervejarias Brahma e da blumenauense Feldman (que ficava na Vila Itoupava, onde hoje funciona um belo Centro Cultural). Os trajes de cervejeiros colocados em dois manequins são uma doação de Ellen Vollmer, personagem importante na criação do Museu de Hábitos e Costumes.

 

Para ficar melhor, só se houvesse uma degustação das atuais cervejas artesanais da região no local. Na falta deste serviço, a Thapyoka acaba matando a sede dos fãs da bebida com chope da Bierland.

 

Museu da Cerveja

Praça Hercílio Luz

Aberto de segunda a sexta, das 9h às 17h, e nos finais de semana e feriados das 10h às 16h

Entrada gratuita

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Cemitério dos Gatos

Aatriz Edith Gaertner, que dá nome ao Horto Botânico nos fundos da Fundação Cultural, é sempre descrita como “uma mulher à frente do seu tempo”. Depois de uma temporada na Argentina e na Europa, voltou para a provinciana Blumenau em 1924, onde viveu solteira até sua morte, em 1967, cuidando de outros dois irmãos solteiros. Durante esses anos, abandonou o teatro, passou a cultivar o hobby da fotografia e e a cuidar sempre de pelos menos seis ou sete gatos, que quando morriam eram enterrados no Horto.

 

Após sua morte, o então diretor da Biblioteca Pública, José Ferreira da Silva, resolveu transformar parte do terreno em um Cemitério dos Gatos, atração que sempre surpreende turistas e moradores. As lápides, que guardam os nomes de alguns deles – Pepito, Peterle, Mirko, Putze, entre outros –, já receberam esculturas em porcelana, que foram destruídas por vandalismo. Hoje, apenas um par de felinos brancos esculpidos por Miguel Barba vigia os pequenos túmulos.

 

Cemitério dos Gatos

Fundos da Fundação Cultural de Blumenau, na Rua XV de Novembro, 161, Centro

Entrada Gratuita

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Museu da Família Colonial

Dentro de duas das casas mais antigas da cidade, datadas de 1858 e 1864, estão guardadas relíquias que remontam à vida da Blumenau de outros tempos. Com um acervo formado principalmente por objetos das famílias Blumenau e Gaertner, o Museu da Família Colonial foi fundado em 1967, no mesmo ano da morte de Edith Gaertner, que doou uma das casas para o município. A casa ao lado, que teve como última moradora a melhor amiga de Edith, Renata Luiza Rohkohl Dietrich, passou a integrar o museu 30 anos depois. Há ainda uma terceira construção de 1920, aos fundos, que hoje recebe exposições temporárias.

 

Nas casas de Edith e Renata, a cozinha, os quartos e salas guardam mobílias e objetos como louças, joias e utensílios domésticos. Se Doutor Blumenau nunca morou ali, mas numa casa ao lado que foi destruída em uma enchente, sua cama e o baú onde guardava seus documentos estão agora em um desses cômodos.

 

A arquitetura das duas casas é uma atração à parte. Erguida com a técnica enxaimel, com madeiras cruzadas e paredes de tijolos, preservam ainda o piso original, feito com madeira de canela.

 

Museu da Família Colonial

Alameda Duque de Caxias, 78, Centro

Aberto de terça-feira a domingo, inclusive feriados, das 10h às 16h

Ingressos a R$ 3 e R$ 1,50 (meia-entrada, válida também para professores)

Rua das Palmeiras

Ou Alameda Duque de Caxias? Os nomes mudam, mas o boulevard que deu um certo ar europeu àquela colônia em terras tropicais, na década de 1870, segue sendo mais conhecido pelo nome popular. Não teria como ser diferente: suas duas fileiras de palmeiras reais, ao centro da via, chamam a atenção de quem passa pelo local. As árvores não são as originais: estas foram substituídas na década de 1950.

 

É fato que, hoje em dia, a via sente falta do charme que já teve, mesmo após a revitalização concluída em 2007, que não fomentou o comércio em seus imóveis. Mas caminhar pela calçada central, por entre as altas palmeiras e canteiros de flores, é parte essencial de um roteiro pelo Centro Histórico. Prédios históricos, como o Museu da Família Colonial, podem ser apreciados dali. Melhor ainda em um fim de semana ou feriado, quando o trânsito pesado em um dos lados da via não incomoda tanto.

 

Rua das Palmeiras

Alameda Duque de Caxias, Centro

Entrada Gratuita

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Praça Hercílio Luz

Mesmo na correria do dia a dia, é difícil não notar e apreciar a arborizada Praça Hercílio Luz, no comecinho da Rua XV de Novembro. O que pode passar despercebido, principalmente para as gerações mais novas, é o protagonismo que aquele espaço teve para a história de Blumenau desde sua fundação, em 1850, até pouco mais de 30 anos atrás.

 

Com um importante e movimentado porto aos fundos, nas margens do Itajaí-Açu, cercada pela casa dos líderes da colônia, comércios e pela sede do município (hoje Fundação Cultural), a StadtPlatz (Praça da Cidade, em alemão) testemunhou por muitas décadas o âmago da vida social e política blumenauense. O nome atual foi dado em 1919, em homenagem ao político catarinense. Antes disso, era a Praça dos Imigrantes, ou Praça de Blumenau. Hoje, muita gente a conhece como Biergarten.

 

Um restaurante inaugurado em 2015 e o Museu da Cerveja são alguns dos atrativos da Praça Hercílio Luz. O principal monumento é o marco inaugurado em 1900, no cinquentenário da colônia, que registra o nome dos 17 primeiros imigrantes que aportaram no local. A obra foi entalhada por Ermínio Stingnen. Na praça também fica a escultura dos Voluntários da Pátria, do escultor Miguel Barba, e outra em homenagem ao poeta Lindolf Bell.

 

Mais do que isso, poucos lugares do centro tem vista tão bonita da cidade – e nem o famigerado esqueleto do Edifício América estraga o visual. Desde sempre, como mostram alguns filmes antigos do comerciante Willy Sievert, sentar na Praça Hercílio Luz para apreciar as cores do dia e o pôr-do-sol sempre foi hábito dos blumenauenses. Que tal você resgatá-lo?

 

Praça Hercílio Luz

Rua XV de Novembro

Entrada Gratuita

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Museu de hábitos e costumes

Um dos mais recentes locais de memória da região, o Museu de Hábitos e Costumes nasceu, literalmente, de 75 malas recheadas de roupas, calçados, chapéus e outros assessórios, além de brinquedos e utensílios domésticos coletados ao longo de décadas pela blumenauense Ellen Vollmer.

 

Ocupando dois andares de um dos prédios mais belos do Centro Histórico, construído no século 19 pelo comerciante Gustav Salinger, o museu foi inaugurado em 2010 e conta com um acervo gigantesco – só de vestidos, são mais de 250. Além de expôr todo esse material, o local sedia também exposições temporárias de coleções e temas relacionados – atualmente, Misses, Rainhas e Realezas traz objetos, fotografias e documentos de mulheres da cidade que já ganharam um título de beleza.

 

Recentemente, a fachada lateral da casa ganhou mais cores com a arte do grafiteiro Xamba, que consegue chamar a atenção de quem chega ao centro da cidade pela Rua Itajaí.

 

Museu de Hábitos e Costumes

Rua XV de Novembro, 25, Centro

Aberto de terça-feira a domingo, inclusive feriados, das 10h às 16h

Ingressos a R$ 3 e R$ 1,50 (meia-entrada, válida também para professores)

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Fundação Cultural
de Blumenau

Um olhar mais atento para a longa fachada da Fundação Cultural de Blumenau, em frente à Praça Hercílio Luz, já conta um pouco da história do prédio concluído em 1875 para ser sede da Colônia Blumenau. À esquerda da escadaria de entrada, em tom mais escuro, permanecem as paredes originais. Do outro lado, tudo foi reconstruído depois de um grande incêndio em 1958 – que, conta-se, pode ter sido intencional, já que ali ficava o Fórum, com todos os seus processos jurídicos, além da delegacia regional de polícia e o arquivo municipal.

 

Em 1982, com a inauguração da atual prefeitura do outro lado da Rua XV de Novembro, o prédio passou a sediar a Fundação Cultural de Blumenau. Caminhar por ele pode trazer várias e agradáveis surpresas, como notas musicais das bandas e alunos que estudam em suas salas, obras de arte e uma agenda recheada de atrações culturais. O Cine Teatro Edith Gaertner, por exemplo, tem sessões de cinema gratuitas toda segunda-feira, além de peças e apresentações mais intimistas (confira a programação aqui).

 

Outro local interessante é o Espaço Alternativo, espécie de porão original do século 19, e que deve passar a receber exposições de memórias fotográficas da cidade. Na FCBlu, como a Fundação também é conhecida, também funciona o Museu de Arte de Blumenau, um dos pontos deste roteiro.

 

Fundação Cultural de Blumenau

Rua XV de Novembro, 161, Centro

Aberto de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 17h30
(além de eventos especiais)

Entrada gratuita (eventos especiais podem fazer cobrança de ingressos)

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Museu de Arte de Blumenau

Composto por quatro salas dentro do prédio da Fundação Cultural de Blumenau, o MAB é o principal museu de arte da cidade. Conta com um acervo que soma mais de 600 obras de arte – muitas delas de artistas da região como Elke Hering, Roy Kellermann, Antonio Mir e Tadeu Bittencourt.

 

Atualmente, tem no calendário também quatro exposições temporárias com artistas de todo o país e também do exterior. Além do horários de visitação, é possível agendar horários alternativos para grupos, sem custos.

 

Museu de Arte de Blumenau

Rua XV de Novembro, 161, Centro

Aberto de terça-feira a domingo, inclusive feriados, das 10h às 16h

Entrada gratuita

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Mausoléu Doutor Blumenau

Aconstrução de um mausoléu para guardar os restos mortais do fundador da Colônia Blumenau, ideia surgida para celebrar os 150 anos de imigração alemã no Brasil, foi mais uma das muitas polêmicas criadas por essas bandas. Afinal, “se ele foi embora, será que gostaria de descansar em paz por aqui?”, argumentavam os do contra. O fato é que, desde 1974, os ossos de Hermann Bruno Otto Blumenau e alguns de seus familiares mais próximos estão sob lápides dentro da construção, vigiada por uma grande estátua do próprio.

 

Concluída no início dos anos 1940, a obra de arte de Francisco de Andrade, da Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro, zanzou por alguns pontos da cidade até estacionar no jardim em frente ao mausoléu na virada do século 19 para o 20, quando então Blumenau completava seus 150 anos. Antes disso, passou pela Alameda Rio Branco, pela Praça Dr. Blumenau, na Rua XV de Novembro, e pela Rua das Palmeiras.

 

Ah, e sobre a polêmica? A professora Sueli Petry conta que o então prefeito recém-eleito Félix Theiss conseguiu, muito oportunamente, encontrar uma carta no Rio de Janeiro em que Dr. Blumenau confessava que gostaria de voltar um dia à sua colônia brasileira. Assim, a discussão parecia estar resolvida.

 

Mausoléu Doutor Blumenau

Rua XV de Novembro, 161, Centro

Aberto de terça-feira a domingo, inclusive feriados, das 10h às 16h

Entrada gratuita

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Reportagem:
Leo Laps

Edição:

Leo Laps

Imagens:

Patrick Rodrigues

Design e desenvolvimento:

Arivaldo Hermes e
Larissa Rafaella