Os 76 quilômetros de estrutura cicloviária de Blumenau devem dobrar nos próximos anos, mas não há data prevista para a ampliação
Obras do PAC 2 
sem data prevista

Está prevista a implantação de cerca de 40 quilômetros na malha cicloviária com as obras do Programa de Melhorias e Ampliação do Sistema Viário do Programa de Aceleração do Crescimento 2. Não há prazo para a conclusão dos lotes

 

Lote 1: Empresa Soberana ganhou a licitação em junho, mas deve reapresentar valores à Secretaria de Obras. Não há prazo para início das obras, que vão abranger 9,1 km

Bairros Itoupavazinha, Fidélis e Itoupava Central

 

Demais lotes: financiamento está sendo analisado pela Caixa Econômica Federal

 

Lote 2 (10,6 km)

Bairros Salto, Passo Manso, Badenfurt, Água Verde e Velha

 

Lote 3 (8,8 km)

Bairros Garcia, Centro, Vorstadt, Jardim Blumenau

Lote 4 (3,7 km)

Bairros Itoupava Seca, Velha, Fortaleza e Victor Konder

 

Lote 5 (5,3 km)

Bairros Escola Agrícola e Victor Konder

Faça download do arquivo com dicas sobre as leis de trânsito e bom senso para o convívio entre pedestres, ciclistas e motoristas.

m começo sem fim. É exatamente esta a sensação de ciclistas que percorrem a cidade sobre duas rodas – a integração da malha cicloviária é o principal desafio de Blumenau. Espalhadas principalmente nas áreas central e Norte da cidade, há 76,3 quilômetros de ciclovias, ciclofaixas e calçadas compartilhadas. A implantação de novas rotas e de interligações está nos planos da prefeitura, mas ainda não tem prazo para ocorrer.

O município está inscrito em duas linhas de financiamento que incluem obras de mobilidade para ciclistas: o Mobilidade Médias Cidades, do Programa de Aceleração do Crescimento 2, e o Programa de Mobilidade Urbana Sustentável, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Mais perto de fazer parte do destino dos ciclistas, o primeiro dos cinco lotes de obras do PAC 2, orçado em R$ 5 milhões, foi licitado em junho e o processo está em fase de reapresentação de valores. Esta primeira etapa vai incluir a implantação de ciclovias, ciclofaixas e calçadas compartilhadas na Itoupavazinha, Fidélis e Itoupava Central, mas não há data para as obras começarem. O financiamento dos serviços dos outros quatro lotes está sendo analisado pela Caixa Econômica Federal – no total, o PAC prevê R$ 18 milhões para as obras na cidade.

– A maior crítica das nossas ciclovias é a desintegração. Não há uma continuação. O objetivo é atender a esse quesito e a meta a longo prazo é chegar a 146 quilômetros, conforme o projeto Blumenau 2050 – explica o diretor de Planejamento Viário, Cássio Bortolotto.

No Programa Mobilidade Médias Cidades do BID, no qual as desapropriações serão a contrapartida do município, estão previstos 19 quilômetros de novas rotas para ciclistas nos corredores Leste (na República Argentina e no prolongamento da Rua Chile), Oeste (ligação do prolongamento da Rua Humberto de Campos ao Complexo do Badenfurt) e Norte (duplicação da Rua Dr. Pedro Zimmermann), mas datas não são mencionadas pela Secretaria de Obras.

Apesar de mais seguras para os ciclistas, as ciclovias – faixas separadas do trânsito de veículos por elemento físico – não são a prioridade do município. Dos 25 novos trechos planejados para o PAC, apenas cinco são ciclovias. A Associação Blumenauense Pró-Ciclovias (ABC Ciclovias) participa ativamente das discussões dos projetos do PAC 2 e sugeriu algumas mudanças, como a implantação de ciclovias no lugar de ciclofaixas, a redução de velocidade nas vias para garantir a segurança dos ciclistas e infraestrutura para conectar os terminais a este modal. O diretor da associação, Giovani Seibel, vê com bons olhos a expansão da malha cicloviária, mas alerta sobre as obras futuras:

–O nosso desejo é que existam mais ciclovias. Mas o que vemos sempre é o uso compartilhado da calçada e ciclofaixa, muitas vezes com o tamanho reduzido, onde mal passam duas bicicletas. Para implantar ciclovias é necessário indenização, mas para isso precisa dinheiro.

Ciclofaixa
parte da pista de rolamento destinada aos ciclos, delimitada por sinalização específica. Ciclovia
pista própria destinada à circulação de ciclos, separada fisicamente do tráfego comum. Calçada compartilhada
parte da via reservada ao trânsito de pedestres e ciclistas.

Confira a malha cicloviária de Blumenau e alguns desafios que os ciclistas da cidade ainda enfrentam:

Problemas na estrutura Desrespeito Integração será prioridade

Segundo ciclistas, problemas incluem a ausência de sinalização, as bocas de lobo com desnível, a falta de rampas de acesso e pavimentação malconservada. De acordo com a Secretaria de Planejamento, há poucos fiscais para monitoramento. A sugestão é relatar os problemas à Ouvidoria da prefeitura, pelo telefone 156.

O desrespeito inclui o estacionamento de veículos e a passagem de pedestres pelas ciclofaixas, ciclovias e calçadas compartilhadas. Também entram na lista o excesso de velocidade dos motorizados e o não respeito da distância mínima de 1,5m para ultrapassar um ciclista, exigência do Código de Trânsito Brasileiro.

Guiados pela consciência e bom senso de cada um, o respeito no trânsito é um dever de todos que fazem uso da via: ciclistas, motoristas e pedestres.

Apontado como um dos principais problemas por ciclistas e pelo poder público, a malha cicloviária não é integrada e impossibilita ciclistas de fazerem um trajeto completo em espaços adequados.

Se o ciclista estiver na Rua Hermann Huscher e quiser ir à Alameda Rio Branco, por exemplo, não há espaço exclusivo. Segundo a Secretaria de Planejamento, a integração da malha é prioridade na hora de implantar novas rotas.

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