OS VIMEIROS DA SERRA CATARINENSE

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A

lém dos vinhos, do frio, da maçã e de paisagens belíssimas, a Serra catarinense é a maior produtora de vime do país, de acordo segundo levantamento da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri).

Os municípios do Vale do Rio Canoas, que compreende Rio Rufino, Bom Retiro, Bocaina do Sul, Urubici, Painel e Lages são responsáveis por mais de 90% da produção do vegetal no Brasil.

Ainda segundo os dados da Epagri, na região 1.266 famílias são responsáveis pela produção anual de 15.790 toneladas de varas verdes ou 6 mil toneladas de varas secas, prontas para o artesanato. Tudo isso em 1.215 hectares de terra.

Somente o comércio do produto in natura, em forma de varas verdes, movimenta mais de R$ 6 milhões por ano na região. Quando o material é descascado e transformado em artesanato e móveis este valor passa a ser de três até 15 vezes (dependendo das técnicas aplicadas na confecção das peças) maior.

O engenheiro agrônomo José Márcio Lehmann, extensionista rural da Epagri que auxilia os agricultores familiares da região de Bocaina do Sul, diz que o cultivo é também ambientalmente recomendável. Além disso, as famílias têm domínio de todo o processo produtivo, desde o cultivo, até a colheita e transformação em produtos.

–  O vime é uma cultura perene. Uma lavoura terá em média de 10 a 15 anos o que significa que em uma mesma lavoura teremos de 10 a 15 colheitas sem precisar plantar a cada ano novamente,  explica o agrônomo.

ENSINAMENTOS DE PAI PARA FILHO

O cultivo e manuseio do produto são de agricultura familiar e os ensinamentos são passados de geração para geração, como explica o patriarca da família Basqueroto, Rubens Walter, 68 anos:

– Meu pai já me levava para o plantio quando eu era pequeno. Também ensinei meus filhos e netos a se interessarem desde pequenos pelo plantio.

Na localidade de Campinas e Mineiros, em Bocaina do Sul, agricultores se uniram e, com o auxílio da Epagri, criaram o grupo União do Vime. Por meio desse sistema cooperado, pleiteiam investimento do governo, por meio do SC Rural, e recursos próprios para estruturar a cadeia produtiva. Eles já conseguiram investir em galpões, equipamentos, melhoria de acessos e estradas, cursos, um centro de comercialização dos produtos de vime, entre outros.

– Até fevereiro de 2017 deve estar pronto o nosso centro de comércio, nas margens da BR-282, na entrada da cidade de Bocaina do Sul. A ideia é tornar os produtos de vime um dos atrativos turísticos da região –  diz Lehmann.

Além de móveis e cestas artesanais, o vime pode ser utilizado no paisagismo, brinquedos, parreiras, na bioenergia e na proteção de rios, barrancos e drenagem, na fitorremediação (descontaminação do solo e de lençóis freáticos), entre outros.

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