A cidade vai atravessar a rua. Depois de nascer e se estabelcer do lado oposto ao litoral, Paulo Lopes agora volta os olhos para a outra margem da BR-101. Antes protegida, a região teve cerca de 800 hectares desanexados do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro — cerca de 40% de toda a área litorânea do município, que vai da Guarda do Embaú (Palhoça) até a Ponta do Faísca, na Gamboa (Garopaba) — e virou a peça-chave do crescimento urbano e populacional do município. Em sete anos, por exemplo, o número de habitantes deve quadruplicar: dos atuais 6,8 mil passará para 30 mil. Já em 2030, daqui 27 anos, a cidade deve alcançar os 83 mil habitantes, estima a prefeitura.
A nova área, praticamente desocupada, é formada por banhados que cercam a Lagoa do Ribeirão, um dos afluentes do Rio da Madre. E é isso que a torna tão polêmica. O entorno da lagoa que tem formato de coração sofre influência de maré e historicamente não foi ocupada por se tratar de uma área sujeita à inundação. No Plano Diretor, aprovado em 2010, o espaço hoje deserto virou a menina dos olhos: prédios de até 15 pavimentos podem ser construídos lá. Um grupo de empresários, inclusive, está preparado: comprou a área de um fazendeiro e planeja um investimento milionário para o local. Querem vai criar uma nova cidade para Paulo Lopes — com direito a universidade, novo centro administrativo e até aeroporto. O projeto já está em fase de aprovação do estudo de impacto ambiental na Fatma.
|