CINEMA
A indústria audiovisual atingiu recentemente 0,46% do PIB brasileiro, ultrapassando as indústrias farmacêutica e têxtil. SC tem potência criativa e de profissionais, e o setor é bastante organizado com as entidades representativas de classe. Mesmo assim, os editais de cinema e audiovisual do nosso Estado deixam de ser cumpridos em diversos momentos. Que tipos de ações e de políticas a sua candidatura pretende implantar nesse novo cenário de crescimento?
Obs: Por um erro de produção, os candidatos não gravaram esta pergunta em vídeo.
As respostas foram enviadas por e-mail, com o limite de 2 mil caracteres, e seguem abaixo na íntegra.
Gabi Bresola, diretora da Cinemateca Catarinense ABD/SC, também em nome das entidades Sintracine, Santacine e da Setorial Audiovisual
AFRÂNIO BOPPRÉ (PSOL)
O PSOL avalia que tanto o Edital Elisabete Anderle - Lei 15.503/2011, quanto o Prêmio Catarinense de Cinema - Lei 15.746/2012, têm alta carga burocrática, que inviabiliza a participação de produtores e artistas populares. Além disso, a maioria dos projetos inscritos é da Capital e todos os anos repetem-se as queixas em relação à demora na liberação dos recursos, sem falar dos sucessivos calotes.
Vamos ampliar a divulgação, desburocratizar o acesso aos editais e à liberação de recursos aos projetos, sem perder o rigor na fiscalização da aplicação das verbas públicas. O Estado terá um papel indutor na ampliação e diversificação da produção audiovisual, que deve tornar-se, como economia criativa, elemento importante na composição do PIB, além, é claro, do papel de preservação e difusão da rica cultura de Santa Catarina.
Para que isso ocorra, é importante fomentar a aproximação dos centros de produção de conteúdo cultural com os centros de inovação tecnológica, para desenvolvimento de plataformas, produtos multimídias e, destacadamente, novos modelos de negócios. É nossa intenção também, fazer com que o Estado passe a ter um papel protagonista na direção e manutenção da TV Pública, que dever ter efetivo alcance estadual.
A emissora deve servir, especialmente, como canal de estímulo e difusão da produção jornalística e audiovisual de Santa Catarina.
CLAUDIO VIGNATTI (PT)
Nossas ações e políticas devem inicialmente criar defesa em favor do cinema nacional, pois hoje 2/3 das salas de cinema do país são totalmente ocupadas para apresentação de filmes estrangeiros. Dessa forma, devemos levar em conta o objetivo de valorizar a linguagem, os costumes e a cultura de Santa Catarina para contribuir ao desenvolvimento cultural do Estado.
Esse conjunto de ações segue o mesmo caminho de atendimento às demandas do cinema e audiovisual que já ocorrem em Estados como Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo, por exemplo. Em todas essas unidades da Federação há a preocupação quanto a preservação da indústria local e seu desenvolvimento frente à esmagadora apresentação de filmes estrangeiros.
Somente com incentivos culturais e projetos por parte do governo estadual é que conseguiremos fortalecer e desenvolver nossa indústria audiovisual. Sem dúvida que um setor desenvolvido também trará dividendos econômicos, contribuirá para a preservação e divulgação da cultura de Santa Catarina. O setor tem associações de classe, duas graduações (UFSC e Unisul) e editais - editais esses que ainda são bem inferiores em valores se comparados a de outros Estados.
Ou seja, é organizado, mas falta atrair investimentos. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores (Sintracine), estima-se que 2 mil profissionais trabalhem na área em Santa Catarina, o que mostra a importância econômica do segmento na geração de emprego e renda. Cito ainda dados da Agência Nacional do Cinema (Ancine) de que o Estado tem apenas 4% das salas de cinema do Brasil, com cerca de 85 unidades.
Ou seja, são poucas salas de cinemas até para apresentação das produções catarinenses. Portanto, o Governo do Estado tem que criar programas que incentivem o setor de audiovisual e cinema e ampliar os valores dos editais.
PAULO BAUER (PSDB)
Vamos incrementar e executar os editais, que são muito importantes nesse setor para dar oportunidade aos produtores culturais. Também firmamos o compromisso, no Plano de Gestão, de oferecer apoio institucional a esses produtores nas áreas de literatura, música, artes plásticas, cinema e teatro.
No meu governo, o Estado vai investir mais em Cultura, vamos disponibilizar mais recursos para o setor com o objetivo de fortalecer as instituições de gestão cultural, entre elas a Fundação Catarinense de Cultura e as ONGs, para avançarmos na valorização da cultura popular. A Cinemateca Catarinense é uma ONG importante no que diz respeito à produção audiovisual no Estado, mas existem muitas outras que também queremos ajudar.
É importante destacar que a gestão da Cultura em meu mandato passará pela firmação de parcerias: com as universidades, o setor privado, as ONGs, os municípios e toda a sociedade que tiver interesse em alavancar a expressão cultural em Santa Catarina.
Raimundo Colombo, candidato do PSD a reeleição, não quis participar da sabatina cultural, alegando incompatibilidade de agenda