INÍCIO
ORIGEM
COMO É
EM SC
DESTAQUES
OLIMPÍADAS
Nascido na Inglaterra na mesma época que o futebol, o rugby é um dos esportes que mais reúne fãs no mundo. No Brasil, já é o primeiro que mais cresce, segundo pesquisa "Muito além do futebol - Estudos sobre esportes no Brasil", de 2011. Neste especial, convidamos você, internauta, a conhecer essa modalidade que volta a estar presente a uma Olimpíada em 2016, no Rio, e que tem em Santa Catarina uma verdadeira potência formadora de atletas para a Seleção.
Uma viagem pelo mundo
do rugby
Cerca de 100 anos antes da última participação olímpica, o rugby surgia, meio por acaso, como reza a lenda. Em uma partida de futebol na cidade de Rugby, em 1823, um jovem chamado William Webb pegou a bola com as mãos e saiu driblando todo mundo até marcar o gol. Naquela hora, ninguém entendeu nada.
Mal sabiam que, anos mais tarde, seria criada uma federação e definidas regras, forjando um esporte que é adorado em várias partes do mundo e que tem nas ex-colônias britânicas as equipes mais fortes.
O rugby, com 15 atletas de cada lado, era olímpico até Paris-1924, muito pelo apreço ao esporte por parte do Barão de Coubertain - incentivador da Olimpíada.
Mas a modalidade saiu ali do programa olímpico e volta agora, 92 anos depois, no formato Sevens, com sete jogadores de cada equipe e um tempo menor - dois tempos de sete minutos, contra dois de 40 do rugby tradicional. Além disso, é um rugby mais dinâmico e intenso que o de XV. Mas as regras são basicamente as mesmas.
Entenda o esporte
OBJETIVO DO JOGO
A meta é levar a bola além da linha de gol (situada no fundo do campo) e apoiá-la no chão para marcar pontos.
PONTUAÇÃO
Try - 5 pontos
Conversão - 2 pontos
Penal - 3 pontos
Drop Goal - 3 pontos
ATAQUE
O ataque precisa levar a bola além da área de gol do adversário. Passes com as mãos são permitidos apenas para os lados ou para trás. A bola só deve ser passada para a frente com os pés e, neste caso, os jogadores devem estar posicionados atrás da bola no momento do chute. O desafio é chutar a bola em uma posição que possibilite que os companheiros a alcancem. Caso a bola seja passada com as mãos para frente, a equipe que detém a bola perde a posse da mesma.
A equipe que está com a bola não pode proteger o jogador que a carrega. Caso isso ocorra é marcada uma infração para o time defensor. Caso o portador da bola seja derrubado, deve soltar a bola. Caso contrário, um pênalti é marcado contra a equipe. Antes de soltar a bola, contudo, o atleta tem direito a um movimento com a bola.
DEFESA
O time que está na defesa pode ter contato ou tentar o tackle apenas no portador da bola. Caso faça a rival sem a bola é anotado um pênalti para o adversário - e um cartão amarelo pode ser aplicado. Caso o portador da bola seja derrubado, seu marcador deverá soltá-lo assim que ele cair ao chão, senão um pênalti é anotado para o oponente.
IMPEDIMENTO
A bola determina a linha de impedimento. Um jogador fica impedido quando ele se posiciona à frente do companheiro que está com a bola. Caso a bola seja chutada, apenas quem estava atrás do jogador que chutou a bola no momento do chute poderá pegá-la.
REGRAS GERAIS
Tempo
Rugby XV: dois tempos de 40 minutos.
Rugby Sevens: dois tempos de sete minutos.
Número de jogadores
Rugby XV: 15 atletas de cada lado. Sevens: 7
Substituições
Até 7 por time. Há o caso de trocas temporárias por conta de sangramento. O jogador que está sangrando tem 15 minutos para parar o sangramento. Enquanto isso, outro atleta joga em seu lugar.
ÁRBITROS
Três árbitros, sendo um principal, auxiliado por dois assistentes nas linhas laterais. Pode haver também um quarto árbitro e até mesmo um juiz de vídeo para analisar lances polêmicos.
CARTÕES
Amarelo: para falta grave. O tira da partida por dois minutos no caso do sevens. No Rugby XV, exclui o atleta por 10 minutos.
Vermelho: um segundo cartão amarelo ou uma falta gravíssima são punidos com a expulsão.
Quando o atleta leva a bola além da linha de gol adversária (atrás das traves) e a apoia no chão.
Após o try, a equipe que marcou o ponto tem direito a um chute a gol. A bola deve passar sobre a trave horizontal e entre as traves verticais.
Faltas graves podem ser punidas com um chute de penalidade. A equipe que sofreu a falta pode ou optar por um chute do local onde a falta ocorreu. A bola deve ser apoiada ao chão e, no tiro, deve passar entre as traves verticais e sobre a a horizontal. Alguns exemplos de falta grave são: jogo sujo ou desleal, anti jogo, impedimento, reclamação ao árbitro, entre outros.
A qualquer momento do jogo, um atleta pode chutar a bola dentro das três traves. Antes do chute, no entanto, a bola deverá tocar o solo.
DROP KICK
A partida é sempre iniciada com um drop kick: um jogador de uma das equipes chuta a bola do meio de campo.
KNOCK ON
É marcada falta toda vez que um atleta deixa a bola cair para a frente. A penalidade é de um scrum para o adversário.
SCRUM
É a forma como o jogo recomeça depois de uma interrupção provocada por uma infração leve (como um passe para frente ou um knock on, onde o portador derruba a bola para frente). Três jogadores de cada lado formam uma escaramuça e se empurram, no sevens. No Rugby XV, são oito atletas de cada time.
LINE OUT
Quando a bola sai pela linha lateral, a partida para. Quem cobra é alguém do time que não a colocou para fora. A bola é lançada entre duas linhas de jogadores adversários. Os atletas podem ser levantados para pegar a bola no ar. Esse movimento chama-se "elevador".
HAND OFF
É quando o atacante com a bola estica o braço com a mão aberta para aproveitar o peso do rival para afastá-lo e ficar com a bola.
TACKLE
Quando um defensor tenta derrubar o adversário agarrando-o. Porém, o tackle deve ser feito apenas do peito para baixo dos adversários. Acima disso é anotada uma penalidade.
RUCK
Neste caso a disputa pela bola ocorre no solo. Após um jogador ir ao chão com a posse da bola, pode ser formado um ruck, em que os jogadores se agrupam para proteger a bola dos adversários, mantendo-a em seu campo. Os atletas do time oponente tentam deslocar os jogadores em formação, para puxar a bola para seu lado no campo. Todos os jogadores devem ficar atrás do último homem que está na formação, não podendo entrar nesse agrupamento pela lateral.
TRY
Quando o atleta leva a bola além da linha de gol adversária (atrás das traves) e a apoia no chão.
CONVERSÃO
Após o try, a equipe que marcou o ponto tem direito a um chute a gol. A bola deve passar sobre a trave horizontal e entre as traves verticais.
Rugby catarinense: uma potência
São 14 times de rugby espalhados por praticamente todo o território de Santa Catarina. Boa parte deles formados pelo pioneiro Desterro, de Florianópolis, que desde 1995 começou a plantar a sementinha do esporte bretão em terras catarinenses.
Tricampeão brasileiro com a equipe masculina de XV e bicampeão com o time feminino de Sevens, o Desterro é uma das grandes equipes do país e celeiro de craques para a Seleção Brasileira. Além do Desterro, outros times despontam no cenário estadual. É o caso do BC Rugby, de Balneário Camboriú, que disputa a Segunda Divisão do rugby XV, conhecida como Taça Tupi.
- Somos o time mais novo entre todos da Taça Tupi, temos apenas quatro anos, mas com uma base sólida de jogadores com muita habilidade. Queremos construir nossa base para alcançar a primeira divisão entre 2016 e 2017 e permanecer - afirma Tomas Folatelli, presidente do BC Rugby.
Outro caso é o do Chapecó Rugby, quarto colocado no torneio nacional de Sevens do ano passado. Eles aguardam o classificatório para disputar a edição seguinte que ocorrerá em dezembro.
- A equipe foi formada em 2009 e começamos a disputar torneios em 2010. O projeto foi formar uma equipe de Sevens, mas jogamos XV também - conta o presidente da equipe, André Tessaro.
- O potencial de SC é muito grande. A gente pode se colocar entre as três forças do país - afirma Eduardo Rodrigues, presidente da Federação Catarinense de Rugby (FECARU).
Pelo Desterro são quatro atletas para a Seleção masculina de XV, três para a equipe masculina de Sevens e duas para a seleção feminina de Sevens, 10 vezes campeã sul-americana. Chapecó Rugby fornece um atleta na seleção masculina de sevens.
- Os clubes de Santa Catarina fornecem muitos jogadores de alto rendimento e isso é fundamental para as nossas seleções. Sem dúvida é um local estratégico para nós - destaca o CEO da Confederação Brasileira de Rugby (CBRu), Agustin Danza.
JOACA RUGBY
(Florianópolis)
COSTÃO NORTE
RUGBY
(Florianópolis)
Local
Riozinho da Rua das
Gaivotas - Ingleses
Contato
Orlando Marre (48) 9946-9143
ou bioni_marre@hotmail.com
Site
GOITAKA RUGBY
(Florianópolis)
Onde treinar
Parque dos Coqueiros -
Coqueiros
Contato
goitakarugby@gmail.com ou facebook.com/goitakarugby
BC RUGBY
(Balneário Camboriú)
ITAJAÍ RUGBY
(Itajaí)
Onde treinar
Campo da Pracinha
da Beira-Rio
Contato
(047) 9646-2361
(047) 9652-3991
Formulário para inscrição
Site
TAPERA RUGBY
(Itapema)
BRUSQUE RUGBY
(Brusque)
Onde treinar
Terças: 22h - Beira Rio (Próximo
aos Correios); Quintas: 22h - SESI;
Sábados: 15h - Centro de treinamento BFC (Bateas)
Sede
Rua Maria de Lourdes Vargas, 68
Contato
(47) 8851-0302
Site
BLUMENAU RUGBY
(Blumenau)
Onde treinar
Terças e Quintas: 19h
Parque Ramiro Ruediger - Blumenau
Sábados: 16h
Campo do Floresta - Gaspar
Site
JOINVILLE RUGBY
(Joinville)
Onde treinar
Quintas: 20h
Praça Piratuba - Joinville
Sábados: 10h
Complexo Esportivo do Schulz
(lateral da Rua Rio do Ferro,
próximo ao aeroporto)
Site
JARAGUÁ RUGBY
(Jaraguá)
Onde treinar
Terças e quintas: 19h30min
Colégio Marista São Luís -
Jaraguá do Sul
Contato
facebook.com/RugbyClubeJaraguaDoSul
ou rcjaraguadosul@gmail.com
CRICIÚMA RUGBY
(Criciúma)
Onde treinar
Sábado: 14h30min (fem)
e 15h (masc)
Contato
(48) 9997-8669
ARARANGUÁ RUGBY
(Araranguá)
Onde treinar
Terças e quintas: 22h30min
Grêmio Fronteira - Araranguá
Sábados: 14h
Campo da UFSC - Mato Alto - Araranguá
Contatos
Balta: (48) 9146-4111
Montanha: (48) 9654-5935
Site
CHAPECÓ RUGBY
(Chapecó)
Onde treinar
Segundas e quartas: 21h30min
Unochapecó
Sábados: 17h - Sede Figueira
Contato
(49) 9113-4674
chapecorugby@gmail.com ou facebook.com/pages/Chapec%C3%B3-Rugby/293786493968556
Site
DESTERRO RUGBY
(Florianópolis)
Onde treinar
Servidão Caminho do Porto,
s/n (atras da UDESC) – Itacorubi
Terças e Quintas: 20h (Masc)
Terças: 21h e Quintas: 19h (Fem)
Contato
(48) 8407-7242
Site
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Do sonho à realidade
Marco Cervi, o "Gramps", é um dos símbolos do rugby de Santa Catarina. Praticante do esporte desde 2005, o florianopolitano é um dos destaques do Desterro e também da Seleção Brasileira masculina da modalidade. E tudo começou com um convite de um amigo. Para Marco, 24 anos, que já jogava outros esportes como basquete e handebol, foi um salto simples para o esporte britânico.
- O bom do rugby é que as pessoas se ajudam para que o esporte cresça. A rixa é sempre no campo, mas fora existe inclusive o "Terceiro Tempo", em que os jogadores das duas equipes se reúnem e se confraternizam. Fora do campo as equipes são todas amigas - avalia.
Marco está concentrado com os demais companheiros em São José dos Campos, interior de São Paulo, para a preparação da seleção masculina de Sevens visando os Jogos do Rio-16.
Junto com a Seleção, longe de casa, tudo que Marco quer é continuar praticando o rugby, defender as cores do Brasil em uma Olimpíada e poder viver do esporte. Um sonho a partir de muito trabalho e desejo de sucesso.
- Depois do Rio vamos ter que ver como vai ficar, se realmente evoluir bastante, tiver um futuro a almejar no rugby, vou fazer o que eu amo e me dedicar a isso. Mas a gente precisa ganhar dinheiro, ninguém vive só de amor. Mas acredito que eu vou continuar fazendo isso que gosto - afirma.
Manezinha veloz
Precoce. É o que pode-se dizer ao conhecer a história de Júlia Sardá, 31 anos, jogadora de rugby do Desterro e da Seleção Brasileira de Rugby Sevens. Embora seu primeiro contato com o esporte tenha sido aos 21, bastou um treinamento para que fosse visto potencial nela, que tinha bom preparo físico, já que praticava atletismo há 12 anos. E em pouco mais de seis meses, a atleta velocista já estava defendendo o Brasil e conquistando seu primeiro Sul-Americano, de um total de oito.
Três anos depois, em 2007, a professora de educação física foi para a Irlanda para aprimorar a língua inglesa. E em pouco tempo já tomou contato com o rugby local.
- Na primeira semana já fui para um time de rugby e duas depois jogava no campeonato nacional. Cresci muito como pessoa e jogadora, foram os melhores momentos da minha vida - lembra.
Na volta ao Brasil, o rugby intercalado com o trabalho como professora. Até que recebeu um convite no ano passado para participar da seleção permanente e se dedicar apenas ao rugby, de olho nos Jogos Olímpicos do Rio.
- Eu abri mão do meu serviço por um sonho que é representar meu país. A gente não vai ficar rica com o rugby, recebemos uma bolsa que dá para sobreviver e se dedicar só ao esporte.
Provável representante catarinense na Olimpíada, a manezinha Júlia se mostra orgulhosa em poder ter a chance de representar o Desterro e seu estado natal na Olimpíada.
- Só estou na Seleção por tudo que eu aprendi lá e pela força que eles me dão, então tenho muito orgulho em trazer o nome do Desterro e de Santa Catarina. O meu sonho de criança é representar meu país e o rugby me proporcionou isso.
Fotos João Neto/Fotojump
Concentração para a Olimpíada
Os jogadores das equipes de Sevens estão concentrados e dedicados exclusivamente a treinos e jogos, visando a Olimpíada. O masculino está em São José dos Campos (SP). As meninas estão em um clube em São Paulo. Tudo bancado pela CBRu. E tudo pelo esporte, já que os atletas recebem apenas uma ajuda de custo no valor de R$ 1500 mensais. Entre treinos na academia e da parte tática, ocorrem viagens para intercâmbios com as melhores seleções do mundo.
- Temos uma base de treino sólida e consistente. Além disso, temos um calendário de 10 a 12 torneios no ano. O time masculino já fez intercâmbio no Uruguai, África do Sul e em outubro vai para a Austrália. O feminino acabou de disputar um torneio em Hong Kong - afirma o CEO da Confederação Brasileira de Rugby (CBRu), Agustin Danza.
A meta da CBRu é da equipe feminina lutar por uma medalha de bronze. Já o masculino, pelo menor tempo de preparação - já que a vaga nos Jogos foi confirmada apenas este ano - é de formar um time competitivo que faça frente às grandes seleções.
A inserção do rugby na Olimpíada se faz sentir na outra ponta, a dos clubes.
- Tem investidor, sai mais na mídia, as seleções competem mais. Então agora é a bola da vez, é um dos esportes que mais está crescendo no Brasil - atesta Vanessa.
- Desde que o rugby começou a ser olímpico, e ainda mais no Brasil, o esporte tá ganhando outro patamar, mais visibilidade. O próprio COB tem ajudado muito através de consultorias e leis de incentivo. Não podemos perder essa oportunidade, a visibilidade é o que traz patrocínio e faz o mundo do esporte virar - afirma Daniel Danielewicz, treinador e jogador do Desterro e capitão da Seleção Brasileira de XV.
João Neto/Fotojump
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