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Estação
memórias

O tempo de  Alda Schlemm Niemeyer é hoje. Aos 96 anos, a catarinense se abastece das profundas experiências do passado para se manter conectada com o presente

TEXTO | Ângela Bastos

A

 conversa leva para uma pergunta inevitável, a experiência de guerra.

– Eu sobrevivi por um milagre de Deus. Fui ferida e por três semanas estive cega. Aquele bombardeio em 13 de fevereiro de 1945 sobre Dresden, cidade alemã às margens do Rio Elba, mudou a minha vida.

A resposta acurada de Alda Schlemm  Niemayer, 96 anos, me fez perceber que estava diante de uma entrevistada povoada de memórias.

Assim transcorrem as quase duas horas em que, em 17 de fevereiro deste ano, numa manhã ardente do verão sufocante de Blumenau, permaneço sentada diante dela, na sala da casa decorada por fotografias dos familiares, livros e medalhas, uma senhora sobrevivente da Segunda Guerra Mundial. Senhora não pela idade, mas para ilustrar pelo quanto de intensidade é marcada a vida dessa catarinense.

Por ter resistido a uma das ofensivas mais violentas sobre a Alemanha, Alda comemora dois aniversários: um em 18 de maio, dia em que nasceu, em Joinville. Outro, em 13 de fevereiro, quando por três dias o fogo que caía dos céus carbonizou 25 mil pessoas e consumiu 12 mil prédios. O ano era 1945 e a guerra se encaminhava para o final. O ataque das forças aéreas dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha sobre uma cidade que não era considerado alvo bélico surpreendeu a população. Nem houve tempo para correr mesmo quando foi ouvido o alerta das sirenes antiaéreas. Não restaria pedra sobre pedra.

– Deixei o lugar sem nada. Literalmente sem lenço e sem documentos – recorda.

Para a catarinense, o fogo é uma força natural que pode ser comparado à água, também capaz de arrastar um adulto. Porém, se a pessoa souber como proceder, não será consumida.

– Aprendemos a andar juntos. Não pegar nas mãos, mas nos punhos, nos encaixando uns nos outros. Se quem estiver do teu lado fizer igual, nenhuma força abre espaço. Isso nos ajudou a sair e enfrentar as labaredas.

Alda é sobrevivente que fez sobreviver. Como na enchente de 1983, a qual por 32 dias deixou Blumenau debaixo d’água. Foi pela voz da radioamadora (re)conhecida internacionalmente que o Brasil soube que a cidade estava isolada do resto do país.

A mesma voz fez chegar da Alemanha toneladas de recursos que ajudariam a reerguer a “Alemanha tropical”, fundada em 1850, pelo farmacêutico alemão Hermann Blumenau.

A caminho dos 97 anos, Alda protagoniza uma história de vida singular. Daquelas que provocam na gente um desejo de escuta.

Vovó Alda, PP5-ASN, radioamadora a quem todos dizem: “TKS.”

Ou seja, obrigado, na linguagem dos radioamadores.

Arquivo pessoal

Da infância alegre em Curitiba à expectativa da jovem que iria para a Alemanha e o retorno, madura, para o Brasil

A guerra ajudou a formar 
a pessoa que me tornei

A

lda nasceu em Joinville em 18 de maio de 1920, filha de Wanda Mueller Schlemm e Frederico Alexandre Schlemm. A família morava no centro da cidade, que contava com cerca de 30 mil habitantes e passava pelo primeiro processo de industrialização. A menina tinha um ano quando o pai morreu, o que forçou a mãe a se mudar para Curitiba, onde residiam os avós maternos. O avô era um dos cinco irmãos donos de um empreendimento que mais tarde se tornaria o Shopping Müller, na capital paranaense. Wanda se casou novamente com Max Alfred Bayer, que virou a referência paterna da criança.

Alda se reconhece em uma infância tranquila, com boa educação e cercada de atenções. No começo, queria ser bailarina. Mais tarde, médica. Na época, medicina era considerada uma profissão para homens. Isso justifica o fato de a primeira mulher a exercer a profissão em Santa Catarina, Wladyslawa Wolowska, só conseguir o feito em 1932. Apesar do pioneirismo, o preconceito persistia.

A jovem Alda guardou o sonho no coração. Enquanto isso, o imponderável lhe reservou uma experiência amarga. Mas valiosa: tornar-se enfermeira da Cruz Vermelha durante a Segunda Guerra Mundial.

Alda era uma moça de 18 anos quando recebeu um presente que aguçou o espírito aventureiro. Uma viagem para a Alemanha. Ela e a irmã Marthali foram antes da mãe, que seguiu dias depois. Os planos eram ficar três meses por lá. Porém, estourou o conflito. Ela permaneceu na Europa por nove anos.

Com o início da guerra, homens em idade militar foram para o front. Por isso, as funções de condutor de bonde, de trem, nos correios e repartições públicas passaram a ser exercidas por mulheres. Quem era do ramo da saúde ajudava o Exército, à noite, cuidando de soldados e civis feridos. Naquele tempo, ela trabalhava em um clínica dentária. Assim, a jovem se iniciou na Cruz Vermelha, prestando plantão noturno em hospitais.

– Uma experiência dolorosa. Chegavam jovens da minha idade sem pernas ou braços. Eles diziam: “Não me deixe morrer. Mas, se eu morrer, entregue esta carta para minha mãe.”

Um tempo amargo. Mas também proveitoso.

– Todo o conhecimento adquirido na Alemanha em guerra eu passei adiante na enchente de Blumenau, em 1983. Além do que, a guerra ajudou a formar a pessoa que me tornei.

Alda evita ver filmes de batalhas. Mas lê muito sobre os motivos e as políticas que geram os conflitos. As razões interessam, as imagens não.

– Eu vivi a guerra. Senti na própria carne a coisa mais terrível que um povo tem que passar. Hoje não é mais soldado contra soldado, mas bombas que atingem mulheres e crianças indefesas. Quem fala em guerra sem pensar e sentir, não sabe o que diz.

Não vou sossegar se não tirar um retrato de Adolf Hitler

Alda schlemm niemeyer, arquivo pessoal

Imagem histórica: três anos antes da guerra, em Nuremberg, o maior líder nazista é fotografado pelas lentes da jovem joinvilense

 

N

ão foi nos tempos de guerra que Alda pisou pela primeira vez na Alemanha. Quase três anos antes, quando tinha 16, visitou o país. Era agosto de 1936 e ela viajou para assistir aos Jogos Olímpicos de Berlim. Não era uma atleta de ponta, mas fez parte do grupo de jovens convidados por consulados e embaixadas espalhadas pelo mundo. O pai, um europeu naturalizado e gerente do banco Alemão Transatlântico, em Curitiba, tirou férias e a família viajou junto. Depois do desembarque em Hamburgo, Alda seguiu para um acampamento destinado a moças estrangeiras. Havia uma programação paralela, com jogos, aulas de canto, passeios.

– Naquela época, o pessoal nos contou que seriam feitas autoestradas cortando o norte e sul, unindo o leste e oeste. Isso para transportar tudo mais rápido. Eu tinha 16 anos e achei aquilo fantástico, sem imaginar o que já estava sendo planejado. Eram preparativos para a guerra, e as estradas serviriam para escoar rapidamente material e tropas para o front.

A Olimpíada de Berlim reuniu desportistas do mundo inteiro. A ditadura nazista usou o evento para encantar espectadores e a imprensa estrangeira, passando a imagem de uma Alemanha pacífica e grandiosa. Em 1933, Adolf Hitler havia se tornado chanceler e mantinha planos de expansão da nação. Alda, assim como muitos visitantes, aproveitou para ficar mais uns meses.

Em setembro de 1936, antes de estourar a guerra, houve uma reunião do Partido Nacional-Socialista, que representava o nazismo, em Nuremberg. Espremida na multidão, Alda conseguiu se aproximar dos carros oficias da comitiva e registrou com a câmera Agfa Box44 uma fotografia em que aparece Hitler em seu Mercedes Benz, acompanhado de Hermann Goering (comandante-chefe da Luftwaffe, a Força Aérea alemã) e Erich Raeder (almirante da Kriesgsmarine, a Marinha do país) saudando a multidão.

– Eu sempre fui muito metida: corri para ficar perto, mas fui interceptada por um soldado com cara de brabo que avisou que não era permitido estar ali – recorda.

Metida? Corajosa também:

– Eu posso. Não vou sossegar se não tirar um retrato – argumentou, enquanto o integrante da escolta a segurava pelo braço.

Aos 16 anos, a então adolescente catarinense fotografava Adolf Hitler, o líder da Alemanha nazista.

Um conflito que
dividiu o mundo

Origens

Na década de 1930, Hitler chega ao poder com promessas de reerguer a Alemanha, devastada na Primeira Guerra Mundial (1914-1918). As ideias do líder nazista encontram terreno fértil para prosperar na Itália, governada com mão de ferro pelo fascista Mussolini desde 1922. Para enfrentar a grave crise econômica que sofriam, os dois países passam a investir na indústria de armamentos e equipamentos bélicos com objetivos expansionistas – mesmo plano do Japão, que se junta aos europeus, formando o Eixo.

Acaba a paz

A invasão da Polônia pelo exército alemão deflagra a Segunda Guerra Mundial, em 1939. Inglaterra e França reagem e, com os Estados Unidos e a então União Soviética, compõem o grupo dos Aliados para combater as potências do Eixo. A Alemanha conquista a Iugoslávia (hoje dividida em Sérvia, Croácia, Bósnia e Herzegovina, Eslovênia, Macedônia, Montenegro e Kosovo), Ucrânia, Noruega, norte da África e parte da França. A Itália marcha sobre a Albânia e a Líbia. O Japão domina a Manchúria, na China, e bombardeia a base americana de Pearl Harbor, no Havaí.

Os Aliados contra-atacam

A pretensão de Hitler de levantar o Terceiro Reich começa a ruir em 6 de junho de 1944, o Dia D, quando tropas dos Aliados desembarcam nas praias da Normandia, na França, dando início à derrocada nazista. Enquanto isso, no gelado Leste europeu, os soviéticos expulsam os alemães. No ano seguinte, o Eixo se rende e a guerra termina – não sem antes os Estados Unidos lançarem bombas atômicas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki.

Dia D, 6 junho de 1944

 AFP

O Brasil no front

O país abandona a neutralidade após ter seus navios atacados pela Alemanha. Cerca de 400 soldados da Força Aérea Brasileira (FAB) e 25 mil da Força Expedicionária Brasileira (FEB) são enviados à Itália, onde ajudam os Aliados a vencer os nazistas.

Holocausto

A maior guerra já vivida pela humanidade matou 60 milhões de pessoas, sendo 6 milhões de judeus. Confinados nos campos de concentração nazistas, eles eram submetidos a crueldades como experimentos genéticos e executados em câmaras de gás – a tristemente famosa “solução final” adotada por Hitler na iminência da derrota.

Alda reencontra Érico, um amigo de infância com quem casou

Eu dei conta dos seis crianças. 
Meu marido, também: botou 
12 mil blumenauenses no mundo.

M

esmo entre escombros, a vida seguiu seu curso. Alda casou-se com um capitão Günter Hermann Schierz, líder da Organização Todt, conglomerado responsável por grandes obras de engenharia. Com o marido, teve três filhos. Em 1947, conseguiu retornar ao Brasil com dois deles: Ulrich (Ulli) e Aldo Mathias. O mais moço, Rudolfo Frederico Germano, nasceu em Curitiba. Dois anos depois, Günter chegou ao país. Dedicou-se ao desenho gráfico e à pintura. O casal se separou em 1950 e, anos depois, ela ficou viúva. Nesse revés da vida, Alda reencontrou um amigo de infância, Érico Rocco Niemeyer, com quem se casou e teve mais três filhos – Ronald Alexander (Ronny), Maria Beatriz e Sylvia.

Em 1956, Érico recebeu convite para trabalhar em Blumenau. No ano seguinte, nasceu a filha bluemauense, Beatriz. Em 1976, a família enfrentou uma tristeza enorme: a morte de Ronny, aos 23 anos. Ele estudava e trabalhava na capital paranaense e ia se formar no mesmo ano em Comunicação e Comércio Exterior.

Alda estava com 56 anos e ouviu do marido que era preciso tocar a vida adiante, fazer algo que ocupasse o tempo. O conselho lhe lembrou um antigo sonho, o radioamadorismo. Ela entrou, então, para um universo do qual não saiu mais. O casal viveu junto até 2003, quando ele morreu de pneumonia. Por causa da profissão, Érico raramente estava em casa. Alda assumiu a criação dos filhos enquanto ele seguia no hospital e na maternidade.

– Eu dei conta de seis crianças. Ele também: botou 12 mil blumenauenses no mundo – brinca, já que o companheiro era obstetra.

O sobrenome herdado de Erico chama a atenção por um parentesco notório:

– Oscar Niemeyer (o arquiteto) era primo do meu sogro. Eu não o conheci, mas o meu marido, sim. Certa vez, entre 1988 e 1989, viajaram no mesmo navio, do Rio de Janeiro para Roma.

Betina Humeres

Eu sou do ferro velho e ainda anoto 
à mão. Uso o computador para 
serviços de tradução e comunicação 
com filhos, netos e bisnetos

é

numa peça anexa ao quarto que a radioamadora mantém a estação. O cartão de apresentação tem o desenho de uma bruxinha. A imagem é inspirada em uma brincadeira do marido, nos tempos em que ela vivia de um lado para o outro com a vassoura na mão limpando a casa. Um computador é acoplado ao sistema de rádio. Os meninos, diz ela, referindo-se aos colegas mais jovens, fazem os registros das conversas nos programas do PC.

– Eu sou do ferro velho e ainda anoto à mão. Uso o computador para serviços de tradução e comunicação com filhos, netos e bisnetos. Se eu não fizer isso, eles me tacham de analfabeta – brinca.

Alda observa que a maioria das pessoas chama o radioamadorismo de hobby. Ela discorda, pois considera uma ocupação séria, com legislação própria, que exige estudo, conhecimento de radiotelegrafia e cumprimento de regras do que pode ou não ser feito. Além disso, ajudou muito no progresso das telecomunicações:

– Nosso HT (Hand Talking) antecedeu os celulares.

Foi na infância que Alda teve o primeiro contato com o radioamadorismo. O tio Rudolpho Schlemm (PY2QD), que vivia em Joinville, foi um dos pioneiros no Brasil. Mas a vida se encarregou de desviá-la. Só em 1976 prestou os primeiros exames, inicialmente para a classe C. Alcançou a Topclasse A em 1980. Iria se tornar membro do Clube de Radioamadores de Blumenau, do qual foi presidente e conselheira. Hoje, continua a maior referência na região.

– Em 1983, vi e vivi como radioamadora prestando um serviço muito útil. Ajudamos nas grandes enchentes. Depois nunca mais parei de prestar serviços à Defesa Civil.

Poucos radioamadores do mundo estiveram tão próximos fisicamente uns dos outros como Alda. Além de recepcionar colegas no Brasil, esteve na Alemanha, Holanda, Noruega, Suécia. Conheceu o Território da Paz, o Morokulien, na divisa entre Noruega e Suécia, onde uma pequena casinha recebe gente de todo o mundo. A visita foi uma grande experiência, pois estava com 84 anos e, por causa da artrose nos joelhos, dependia de muletas. A mais velha do grupo não esqueceu nada:

– Além do meu cartão de apresentação, o da bruxinha, carreguei a bandeira do Brasil.

Por toda essa divulgação recebeu muitas homenagens. São medalhas, diplomas, certificados, livros autografados, cartões. A mais recente chegou de surpresa em 2016. A Liga de Amadores Brasileira de Rádio Emissão comemorou 83 anos reconhecendo dois radioamadores entre 44 mil no país. Um deles foi Alda,  reverenciada não apenas pelo trabalho nas enchentes de 1983 e 1984 que arrasaram Blumenau. Mas pelo que ela fez dentro do radioamadorismo brasileiro. Generosa, Alda costuma responder quando lhe perguntam qual a medalha mais importante:

– Todo reconhecimento possui significado especial. Cada condecoração tem valor, mas não recebo sozinha nenhuma homenagem. De nada adiantaria pegar o microfone e pedir ajuda se não existisse do outro lado um radioamador com o microfone aberto.

Usamos o rádio para 
despertar a solidariedade

Foi o que aconteceu em 1983. Pela voz dela, o Brasil descobriu que Blumenau estava debaixo d’água. Com toda a cidade sem luz, telefone nem emissoras de TV, o equipamento que funcionava com bateria de carro foi a salvação. Por 32 dias a população chegou ao desespero. Com a casa também alagada, Alda se transferiu para o apartamento da filha. Até que alguém bateu à porta para saber se ela era radioamadora.

Confirmado, foi avisada de que sua estação seria montada num ponto mais alto. Ela própria deveria operar. Mal chegou e deu início às atividades. Pegou um estojo de primeiros socorros e começou a tratar os colegas com pulsos torcidos, dedos esmagados, tornozelos inchados. Finalmente entrou em rede e informou ao país a situação.

Foi assim que, ponto a ponto, sua voz chegou em alemão na Europa. Tempo depois desembarcaram da Alemanha toneladas de recursos para Blumenau se reerguer.

– Usamos o rádio para despertar a solidariedade.

Meu maior desejo é que ele seja reconhecido como o grande inventor do rádio que foi

Reprodução

Padre Landell de Moura

A perspicácia sempre acompanhou Alda. Por um tempo, o túmulo do padre gaúcho Roberto Landell de Moura esteve em lugar incerto. Não se sabia onde repousavam os restos mortais daquele que teria feito o primeiro radioamador do mundo. Três anos antes do físico italiano Guillermo Marconi ter patenteado o rádio, o pároco já havia transmitido, sem fio, a voz humana a uma distância de oito quilômetros.

Desde 1980, ela se interessava pela história do padre, a quem chama de “meu cavalinho de batalha” dentro do radioamadorismo. Alda mergulhou em leituras, investigou documentos e cruzou dados.

Alda traduziu para o idioma alemão o livro “O Outro Lado das Telecomunicações: A Saga do Padre Landell”, de B. Hamilton Almeida.

– Meu maior desejo é que ele seja reconhecido como o grande inventor do rádio que foi.

Cabem em mim 
muitas lembranças

Alda sempre fez muita coisa. Deu aulas de ioga, participou de grupos teatrais, montou peças em alemão, foi ativista social. Também se tornou uma das primeiras mulheres no Estado a tirar carteira de habilitação.

– Cabem em mim muitas memórias. Muitas boas, de felicidade por ter criado seis filhos (quatro vivos), nove netos, dez bisnetos e feito muitos amigos.

A morte do filho de 23 anos ocorreu por intoxicação com monóxido de carbono de um aquecedor de ambientes. O outro, aos 54 anos, foi vítima de infecção quando trabalhava como engenheiro em Trinidad e Tobago. Em 2016, um infarto limitou alguns dos movimentos de Alda, mas não lhe retirou a disposição.

– Gosto de viver, rir, contar com as pessoas. Eu acho que se deve viver o presente para embasar o futuro. Acredito que tudo que cai nas nossas mãos e conseguimos pegar não é problema. O problema é quando não pegamos.

Mensagem de quem em 18 de maio completa 97 anos. Por essas e outras é que todos dizem para a surpreendente Vovó Alda: “TKS.”

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