Abrem-se as cortinas do espetáculo, vai começar mais um Campeonato Catarinense, que sempre proporciona histórias curiosas. É o Estadual do inusitado. Desde sua primeira edição, em 1924, o torneio acumula causos que parecem mentira de tão absurdos. Não é preciso fazer uma pesquisa extensa para lembrar de algo esquisito que aconteceu nos gramados de Santa Catarina.
Quanto mais para atrás olhamos mais encontramos momentos deliciosos. Afinal de contas, o futebol não se resume apenas a 22 jogadores correndo atrás da bola. O esporte desperta a paixão e muita vezes ela cega as pessoas, como o coronel Pedro Lopes Vieira, que mandou prender o goleiro Alfredinho porque este não aceitou que seu time, o Adolfo Konder, fosse goleado na final de 1929. O futebol é mesmo teste para cardíaco.
E o DC reuniu seis das mais diferentes histórias para divertir os torcedores um dia antes do pontapé inicial do Estadual de 2016, que até a sua final renderá muitos causos. Afinal, é disso que o povo gosta!
TEXTOS
ANDRÉ PODIACKI
andre.podiacki
@diariocatarinense.com.br
EDIÇÃO
RODRIGO HERRERO
rodrigo.herrero
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ILUSTRAÇÕES
BEN AMI SCOPINHO
benami.scopinho
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DESIGN
FABIANO PERES
fabiano.peres
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Muitas vezes os técnicos precisam improvisar jogadores em outras posições que não as de origem. Por exemplo, um lateral se machuca e o único volante canhoto fica com a camisa seis. Em 1977, o técnico Joãozinho Guimarães, do Joaçaba, se viu em uma dessas situações. Porém, improvisar era uma péssima ideia, afinal, o atleta lesionado era o goleiro Casagrande. Com um orçamento limitado e já tendo perdido o goleiro reserva no início do torneio, o técnico não teve dúvidas e assumiu a meta. Mesmo com quase 50 anos, o treinador/goleiro não fez feio. Segundo as pesquisas do historiador Rogério Augusto Bilibio — autor do livro 30 Anos de Futebol Profissional em
Joaçaba — Joãozinho defendeu o gol da equipe nas nove últimas partidas do Estadual. Nesse período ele sofreu seis gols.
— Ele não estava tão fora de forma e quando a gente precisou, ele assumiu o gol — recorda Betico, volante do time por anos.
O mais incrível dos jogos de Joãozinho no gol do Joaçaba aconteceu em 22 de junho de 1977. Contra o Xanxerense, fora de casa, ele catou um pênalti e ajudou o time a garantir o empate por 1 a 1.
— Quando o jogo estava 0 a 0 o Xanxerense teve a chance de abrir o placar de pênalti. Só me lembro do Joãozinho pulando para o lado direito e fazendo a defesa — recorda Betico.