CATARINENSE 2017

A bola vai rolar no Campeonato Catarinense de 2017 de uma forma diferente. A fórmula da competição e as regras do jogo continuam as mesmas, mas o entorno do futebol estadual vive um novo momento a partir desta temporada. A começar pela Federação Catarinense de Futebol, que, após 31 anos da gestão de Delfim de Pádua Peixoto Filho, desta vez será chefiada por Rubens Angelotti. As equipes também estão em novos patamares. A Chapecoense tem um time inteiramente novo. Avaí e Figueirense trocaram de posições no cenário nacional e encaram uma nova realidade financeira. O Tigre aposta as suas fichas em um novo comandante, enquanto o JEC busca fazer o novo, resgatando a paixão pela sua camisa. Barroso, Brusque, Inter de Lages, Metropolitano e Tubarão também estão nessa briga, querendo acabar com a hegemonia dos grandes para o Estado revelar um novo campeão. Do fim de janeiro até o início de maio, a emoção está garantida. Vale ficar de olho para não perder nenhum detalhe o que vai acontecer nos quatro cantos do Estado.

almirante barroso

avaí

metropolitano

tubarão

chapecoense

figueirense

inter de lages

joinville

criciúma

brusque

Resgate da tradição.  Os torcedores mais jovens não conhecem a sua fama, mas também não têm culpa. O Clube Náutico Almirante Barroso - que pode ser chamado apenas de Barroso - é a equipe que está há mais tempo sem participar da Primeira Divisão Estadual entre as dez que disputam esta edição do Catarinense. Sua última aparição na elite foi em 1971 - lá se foram 46 anos de história. O returno, no entanto, foi triunfante. Após uma ótima temporada em 2016, em que conquistou o título da Série B do Catarinense, o clube de Itajaí lutará para tentar evitar o rebaixamento. Falar em título é difícil, já que a cidade não conquista um troféu desde 1963 - justamente o ano em que o Marcílio Dias levou o título e o Barroso terminou com o vice.

 

TRIPÉ DA CONFIANÇA.  Às vezes, uma carta na manga é suficiente para um time atingir grandes feitos no futebol. O que se dirá, então, do Avaí, que tem três delas. A primeira é a presença do maestro Marquinhos, que, mesmo aos 35 anos, ainda continua fazendo a diferença dentro das quatro linhas. A segunda é a manutenção do técnico Claudinei Oliveira, que, após a sua chegada, resgatou a confiança da equipe azurra dentro de campo. E a terceira é o equilíbrio do grupo avaiano, que, no ano passado, foi o grande responsável para a arrancada que o time deu na Série B até conseguir o acesso à Primeira Divisão do Brasileirão. Apoiando-se nesse tripé - craque, comandante e elenco -, o Avaí entra como um dos favoritos no Estadual.

 

um ano de desafio.  Parece que este vai ser um ano complicado para o Metropolitano. Pelo menos, é isso que o técnico César Paulista transparece em seu discurso antes de a bola começar a rolar pelo Campeonato Estadual. Encarregado de comandar o projeto de futebol da equipe de Blumenau nesta temporada, o experiente treinador sabe que este será um ano de vacas magras. Se o dinheiro está curto até para os grandes times, a dificuldade é ainda maior para as equipes das divisões inferiores do futebol nacional. Desde que chegou à Primeira Divisão de SC, o Metrô nunca foi rebaixado, sempre conseguiu fazer campanhas regulares. Mas nesta temporada a concorrência está maior, dado o equilíbrio da competição. Apesar de sua política de austeridade, que faz com que o time aposte nos jovens jogadores formados no clube, o time de Blumenau precisa entrar na competição atento, pois, desta vez, a margem para erros será menor.

 

a hora da verdade.  O Tubarão (ex-Cidade Azul) chega à Primeira Divisão do Estado cercado de expectativas. Depois de ter feito uma boa campanha na Segunda Divisão no ano passado, o clube aposta numa gestão moderna para ter sucesso dentro das quatro linhas. Mas futebol é bola na rede, e o experiente técnico Marcelo Mabília sabe que precisa de resultados dentro de campo para que o trabalho continue colhendo frutos. Para conseguir seus objetivos, o time se reforçou bem. Fez, talvez, a contratação mais emblemática deste Estadual, apostando as suas fichas no experiente colombiano Rentería, campeão da Libertadores pelo Internacional. Além do atacante, reforçou-se com nomes como Gustavo Bastos (zagueiro que jogou no Avaí), Luis Carlos (goleiro, ex-Sport) e Ricardo Conceição, volante que jogou por três ano no Paraná.

 

UM TIME DO MUNDO.  Um clube que nasceu com o objetivo de se tornar uma força regional dentro  do futebol de Santa Catarina ultrapassou as próprias ambições. Hoje, a Chapecoense não é apenas a representante do Oeste do Estado no Campeonato Catarinense. Hoje, o Verdão é o time que todos os torcedores de futebol levam com carinho no coração. Esportivamente devastada pela tragédia aérea de 29 de novembro, a equipe se reergueu em tempo recorde. Contratou um treinador com perfil de Série A, atletas rodados no futebol nacional e, empurrada pela torcida de toda Santa Catarina, a Chape promete ir longe neste Estadual. Antes de a bola rolar pelo Catarinense, o encaixe do time ainda é uma incógnita. Mas há todos os ingredientes para o clube escrever uma grande história em 2017.

 

novo time, nova confiança.  O Figueirense virou a página de 2016 disposto a escrever uma nova história. Após um ano em que não obteve êxito nos seus objetivos, aposta agora numa nova estrutura dentro do departamento de futebol para ter mais sucesso. Com Branco e Léo Franco dando suporte para o técnico Marquinho Santos, o clube espera voltar a chegar à decisão do Campeonato Catarinense, o que, após duas temporadas consecutivas, acabou não acontecendo no ano passado. Dentro das quatro linhas, o time é praticamente novo. Após o término da Série A, a maioria dos atletas titulares deixou o clube, dando lugar a novas peças. O destaque é para o poderio ofensivo do Furacão. Com Bill, Zé Love e Anderson Aquino, o Alvinegro tem, no papel, o ataque mais perigoso de Santa Catarina.

 

cada ano melhor.  Degrau a degrau, o Inter vai escalando o futebol no cenário Estadual para se firmar como um clube de Primeira Divisão. Desde o seu retorno ao campeonato principal, em 2015, o Leão Baio não desapontou. Conquistou um quarto e um sexto lugar, desbancando até mesmo aquelas equipes consideradas as grandes de Santa Catarina. No ano passado, o time da região serrana também foi o melhor entre os catarinenses na Série D do Brasileirão. Pelos resultados recentes, e com a diretoria mantendo a filosofia de trabalhos com os pés no chão,  entra no Estadual com chance de surpreender. Comandado pelo técnico Joel Cornelli, novato em SC, o Colorado, que já foi campeão estadual em 1965, quer mostrar neste ano que pode voltar a ser um destaque da competição.

 

em busca da confiança perdida.  A torcida do Joinville não aguenta mais tantos dissabores. Se o JEC foi o time sensação no início da década - escalando da Série D até a Série A do Campeonato Brasileiro -, agora o clube do Norte de SC já não encanta mais os seus apaixonados apoiadores. Foram dois rebaixamentos consecutivos, que colocaram a equipe novamente na Terceira Divisão nacional. No Campeonato Catarinense, o clube só vem batendo na trave. Só nesta década foram quatro vice-campeonatos - incluído o de 2015, quando a equipe perdeu o título para o Figueirense no tribunal. Para tentar mudar a sua sorte, a diretoria aposta numa fórmula que já deu certo no passado. Montou um elenco recheado de pratas da casa e aposta em um técnico formado no próprio clube, Fabinho Santos, que, aliás, foi o autor do gol do título do Catarinense de 2000 pelo JEC.

 

INCÓGNITA NO AR.  Antes do início do Campeonato Catarinense, até o torcedor do Criciúma deve estar em dúvida sobre o que esperar do time neste ano. Como membro do "clube dos 5" - ao lado de Avaí, Figueirense, Chapecoense e Joinville -, o Tigre é sempre considerado um dos favoritos ao título. Mas a incógnita fica no ar sobre o que esperar do clube, que pouco se reforçou antes do Estadual - e lembrando que a diretoria negociou os principais destaques (como Róger Guedes com o Palmeiras e Gustavo com o Corinthians) sem conseguir repor à altura as perdas no grupo. A grande novidade para o ano é a presença do técnico Deivid, chamado para o lugar de Roberto Cavalo. Como jogador, o ex-atacante deixou a sua marca no futebol. A torcida carvoeira agora cruza os dedos para que ele tenha o mesmo êxito como técnico.

 

O CARA QUE CONHECE OS ATALHOS.  Você sabe quem foi o último time, além dos cinco grandes do Estado, a conquistar um título do Campeonato Catarinense? Pois é, foi o Brusque. Mas faz tempo que uma equipe entre as consideradas pequenas não chega ao título. Foi em 1992 que o time chegou ao título, que completará 25 anos nesta temporada. Se há um grande motivo para acreditar que o conto de fadas pode se repetir com o time, é preciso olhar para o banco de reservas. É dali que Mauro Ovelha dá as ordens para a equipe dentro das quatro linhas. Foi ele que conseguiu levar o pouco expressivo Atlético de Ibirama a dois vice-campeonatos Catarinenses, em 2004 e 2005. Em 2010, mais um vice com o JEC. Até que, em 2011, foi coroado com o título na Chapecoense. Se há alguém que conhece os atalhos do futebol no Estado, essa pessoa é Mauro Ovelha.

 

QUEM SOMOS

Colaborou

Bruna Bernardes e Elton Carvalho