HINO DO LEÃO DA ILHA

HINO DO LEÃO DA ILHA

“E hoje és cenário

De nossa tradição

De força, da missão de glória

Tem nossa gratidão

Tu és eterna joia

Estás no coração da nossa história”

 

O verso acima foi escrito por Luiz Henrique Rosa, avaiano apaixonado e que junto com Fernando Bastos compôs o hino do Leão. Essas palavras foram feitas para a ponte Hercílio Luz, em música homônima, mas que agora descrevem perfeitamente o sentimento de todos os torcedores azurras. O Avaí está de volta à elite nacional em um ano que parecia condenado, mas que termina como a música de Luiz Henrique: “No coração da nossa história”.

 

Da luta contra o rebaixamento para o acesso antecipado, o Leão passou por cima de uma crise financeira, técnica e da desconfiança de todos para chegar ao fim de 2016 em êxtase.

No coração da

nossa história

o deixar o Botafogo, clube que o cuidou desde as categorias de base, Renan procurava um espaço para crescer. Aos 27 anos, ele buscava um lugar para se firmar e jogar o máximo de jogos possível. Um local onde conseguisse mostrar tudo que sabe. No Avaí, ele encontrou mais que isso: ele se tornou o melhor atleta do clube na temporada.

Ele esteve em todas as 37 rodadas da Série B. Ao todo, jogou 58 partidas pelo Leão na temporada. O início do ano foi sofrido, afinal o clube quase foi rebaixado no Campeonato Catarinense. Mesmo assim, Renan passou ileso, sem críticas. Na verdade, ele era apontado como um dos poucos a se salvar daquele calvário que foi o Estadual.

Seguro e sem ser espalhafatoso, Renan conquistou em pouco tempo a torcida azurra, que há muito tempo não tinha tanta segurança em seu goleiro. Nem mesmo Eduardo Martini, que pelo Leão conquistou acesso e título do Catarinense, teve tanta confiança dos avaianos como Renan tem.

Por isso, a diretoria começou a renovação de contratos justamente por ele. Afinal, como diz aquele velho ditado: “Um bom time começa por um bom goleiro”. E o Avaí tem um dos melhores da Série B. Afinal, nessa sequência de jogos finais ele segurou o time diversas vezes, como no empate por 0 a 0 com o Vasco em São Januário.

 

 

arquinhos não foi o melhor jogador do Avaí na Série B, não está na melhor forma da carreira, não tem mais condições físicas de suportar uma sequência de jogos, mas ele tem algo que nenhum outro atleta tem no clube: uma paixão inexplicável pelo Leão. Aos 35 anos, ele deixou o departamento médico, depois de se recuperar de uma grave lesão no joelho esquerdo _ que o afastou por nove meses dos campos _, para ser o líder e condutor da equipe dentro das quatro linhas. Com ele, o Leão se recuperou na Segundona e deixou o flerte com a Série C bem longe.

Na verdade, M10 é muito mais que um líder técnico. É um líder do vestiário. É ele que puxa os colegas na conversa antes de entrar no campo. Além disso, aconselha os mais jovens, como em uma conversa que teve com um dos atletas avaianos logo que o time começou a dar a arrancada no Brasileiro.

_ Quer voltar a jogar em times pequenos? Então, se concentra porque essa é a tua grande oportunidade!

Mas o que mais fez o Galego ser esse catalisador do acesso foi sua reverência ao clube. Logo após o gol de falta, que abriu caminho para a vitória por 3 a 0 sobre o Náutico, Marquinhos se deitou no escudo do clube, em frente ao Setor D da Ressacada, e beijou a estrela amarela:

_ Obrigado, meus ídolos. Sem vocês, nada aconteceria. 98 eterno _ escreveu ele em seu Instagram, homenageando os atletas que conquistaram o título brasileiro da Série C em 1998.

Inegavelmente, ao chegar ao seu terceiro acesso pelo Leão (2008, 2014 e 2016), e estar a três gols de se tornar o maior artilheiro da Ressacada, é difícil não colocá-lo no rol dos maiores ídolos do clube. Um daqueles jogadores que não veste a camisa só porque é profissional, mas também porque o coração manda que seja assim. Marquinhos, o avaiano de alma, será para sempre lembrado.

 

 

A

M

Renan,

Marquinhos,

Betão,

o paredã

o avaiano

o xerife

etão é uma daquelas contratações certeiras. Não houve questionamentos quando ele foi anunciado pela diretoria azurra. Um bom jogador, com experiência internacional e em time grande do Brasil, só tinha a somar. Mas o que ninguém esperava é que em tão pouco tempo ele conseguisse formar, ao lado de Fábio Sanches, uma defesa tão sólida. Há muito tempo o Avaí não tinha uma dupla tão boa. Na temporada passada, o clube sofreu e viu sua defesa, sempre entre as mais vazadas do brasileirão, prejudicar o time e fazer a equipe voltar à Segunda Divisão.

Mas o “pacote Betão” não é apenas bom para o gramado. O zagueiro é também um líder e soube ajudar Marquinhos a comandar o time na recuperação da Série B. Passo a passo, jogo a jogo. Tanto que agora ele dá palestras sobre liderança. Como o futebol não é apenas um jogo definido dentro das quatro linhas, não existe qualidade que renda  sem um trabalho mental bem executado. E uma coisa é certa: o que o Avaí teve de mais positivo nesta Segundona foi a serenidade de admitir que não estava entre os melhores e que para ter sucesso era preciso mudar.

_ Temos que nos entregar em campo, tem que arrastar a bunda no chão. Entrar em cada parte do campo. Não somos a melhor equipe, mas pode ter certeza que ninguém se entrega lá dentro (gramado) como a gente_ disse Betão em uma das conversas no vestiário antes de um jogo.

 

 

laudinei Oliveira é um dos técnicos da nova geração. Começou a carreira profissional no Santos em 2013. Depois disso vem buscando seu espaço. Humilde, o treinador não cobra jornalistas ou manda recados através das entrevistas. Desde o primeiro dia, nunca se sentiu à vontade para convocar o torcedor avaiano para ir a Ressacada:

_ Isso tem que ser feito por quem tem história no clube _ dizia.

Mas agora Claudinei Oliveira conquistou o direito de convocar a nação azurra para abarrotar a casa avaiana contra o Brasil de Pelotas, sábado (26), às 17h30min, pois esse acesso não seria possível sem ele. O treinador comandou uma revolução silenciosa. O primeiro passo foi nunca deixar Marquinhos fora do time. O Galego fora? Só quando era realmente necessário poupá-lo.

Depois, ele arrumou a defesa azurra. Trouxe João Filipe de volta ao time, empurrou Renato para o meio de campo e deixou a frente da zaga fortalecida. Capa ganhou mais liberdade e Lucas Coelho também virou titular. A primeira derrota só aconteceu depois de nove jogos no comando, sequência que levou a equipe ao G-4 para não sair mais.

Claudinei chegou sozinho a Florianópolis, sem trazer auxiliares ou qualquer outro integrante de comissão técnica. Confiou nos funcionários do Leão, principalmente em Evando. Ídolo do torcedor, Evando é auxiliar do clube desde 2014 e conhece como ninguém o time. Foi com ele que a recuperação azurra começou, na vitória sobre o Sampaio Corrêa, por 2 a 1, fora de casa.

Três anos depois de abraçar a carreira profissional de técnico, Claudinei deu um passo importante para se firmar no mercado. Agora, seu trabalho será acompanhado com mais atenção, pois o que ele realizou no Leão faz seu futuro parecer muito promissor.

B

C

Claudinei,

Battistotti,

o estrategista

o corajoso

oceli dos Santos é um homem de fé. Em sua apresentação no Avaí, em 9 de agosto, ele prometeu:

_ A quantos pontos estamos do G-4? Nove. São três jogos. Temos condições de brigar pelo acesso. O Avaí precisa brigar pelo acesso. A pretensão do Avaí é brigar para subir.

Depois dessa declaração, ele virou, instantaneamente, motivo de piada até entre torcedores azurras. Agora,  neste dia de glória, Joceli pode sorrir. O diretor de futebol do clube foi certeiro nas contratações: Claudinei Oliveira e Betão. Mas não só por isso. Ele abraçou a causa do clube, seu time de coração.

Manezinho, Joceli começou nas categorias de base do Leão, se profissionalizou no clube e depois ainda voltou para ser treinador antes de retornar como diretor. Por conhecer tão intimamente o Avaí, não aceitou o flerte com o rebaixamento. Por isso, em sua apresentação, declarou que o clube iria em busca do acesso à Série A.

_ Foram 19 anos como treinador. Agora deu, essa (diretor) será a minha função. Eu tive tantos momentos inesquecíveis na carreira, tanto jogando quanto treinando. Mas esse aqui está se tornando muito especial, por tudo que passamos. Chegamos sem muitas condições de contratar, fizemos só alguns acertos e o nosso grupo deu essa resposta. Temos uma vestiário fantástico antes, durante e depois dos jogos _ garante Joceli.

 

 

recuperação do Avaí começou na segunda rodada do returno. A vitória sobre o Sampaio Corrêa, por 2 a 1, fora de casa _ a primeira longe da Ressacada _, deu novo ânimo ao Leão. Os atletas encararam aquele jogo como uma grande final.

_ Ali foi a nossa virada. Acreditávamos muito na gente, mas estávamos muito longe. Aquela vitória trouxe tranquilidade. Depois, o Claudinei assumiu o time e conseguiu acertar as coisas. De repente, vimos que estávamos lutando pelo acesso _ conta o volante Judson.

O returno avaiano foi que fez o clube subir. O Leão é o time com a melhor campanha do segundo turno e também com os melhores resultados em casa. Essa solidez, jogo a jogo, fez com que o clube chegasse mais uma vez à Série A.

nquanto tomava banho, Francisco Battistotti ouviu o telefone tocar. Sua neta, de sete anos, atendeu a ligação. Minutos depois, ela apareceu no banheiro chorando. A cena marcou o presidente do Avaí.

_ Falaram para ela que, se eu não deixasse a presidência do clube, me matariam. Quem fala isso para uma criança? _ questionou o presidente.

Em menos de uma semana como mandatário do Leão, Battistotti já tinha sido ameaçado de morte diversas vezes. Por isso, começou a andar com um segurança. Apesar de tudo, não fugiu da missão.

Em abril, Nilton Macedo Machado renunciou, deixando o Avaí nas mãos do vice, Battistotti, que decidiu assumir o clube. Seu único pedido era paciência para arrumar a casa. A missão não foi simples. Ele pediu ajuda aos funcionários e trouxe Silas para comandar o time. O técnico conseguiu salvar a equipe do rebaixamento no Estadual, mas não soube levar o Leão às primeiras posições na Série B. Por isso, saiu para a chegada de Claudinei Oliveira, Battistotti nunca deixou de acreditar no Leão.

Internamente, alguns funcionários do clube apontam Battistotti como o corajoso. Não só por ter assumido o clube depois das diversas ameaças de morte, mas porque pegou um Avaí com diversos problemas financeiros. Ele não nega que o ano termina complicado, mas o presidente sabe que deu o seu melhor para tentar deixar os salários em dia e manter tudo em ordem para não atrapalhar o acesso, como aconteceu em 2013 _ ano em que o clube tinha a vaga à Série A nas mãos, mas a falta de dinheiro prejudicou o time, que caiu de rendimento e perdeu o acesso.

Ninguém mais que Battistotti merece comemorar esse acesso. Afinal, ele passou por cima até da família para realizar o sonho de salvar o clube que tanto ama.

 

 

J

A

E

Joceli,

Arrancada azurra

o homem de fé

Desempenho do Leão

3º 3º 3º 3º 3º 3º
13º 9º 8º 3º 10º 6º 10º 12º 13º 14º 13º 13º 13º 12º 15º 15º 14º 11º 12º 9º 9º 6º 4º 4º 4º 4º 15º
16º 16º 16º

Elenco

Goleiros

Laterais

Zagueiros

Volantes

Meias

Atacantes

Comissão técnica

 

Diretor de Esportes

Joceli dos Santos

 

Gerente de  Futebol

Agnello Gonçalves

 

Supervisor

Vinícius Almeida

 

Técnico

Claudinei Oliveira

 

Auxiliar Técnico

Evando Camillato

Massagista

Delmar Pereira

Ademir Ramos

 

Médico

Luis Fernando Funchal

Sérgio C. de Mello Junior

Rodrigo Bolasell

Pedro Araújo

 

Mordomo

João Carlos da Silva

Gilberto Gonçalves

Claudemir Oliveira Santos

 

Nutricionista

Guilherme Cysne Rosa

Preparador Físico

Jaelson Ortiz

 

Preparador de Goleiros

André Croda

 

Analista de desempenho

Ricardo Henry Duarte

 

Fisiologista

Pedro Mohr

 

Fisioterapeuta

Ricardo Búrigo

Marcos Prado