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No mesmo ano que Gustavo Kuerten foi bicampeão de Roland Garros e chegou ao número 1 do ranking mundial, ele criou um dos seus trabalhos mais duradouros: o Instituto Guga Kuerten (IGK). No próximo dia 17, o IGK comemora 15 anos de fundação com 63.300 pessoas atendidas, R$ 20 milhões investidos e muitas histórias de solidariedade.

O que eles pensam do IGK
Gesto que faz a diferença

Em 1999, a cada vez que Gustavo Kuerten entrava em quadra, US$ 500 eram doados para a Apae do Itacorubi –  US$ 200 do bolso do tenista e o resto completado por patrocinadores. Em menos de um ano foram arrecadados US$ 30 mil, o que possibilitou entregar uma nova casa para a Apae, que durante anos recebeu o irmão mais novo de Guga, Guilherme, que tinha microcefalia e paralisia cerebral. Segundo o tricampeão de Roland Garros, nesse momento a família percebeu que era possível fazer mais:

 

– Nisso ficou uma encruzilhada. Depois de entregar a casa ficou a grande pergunta: vamos parar nisso? – recorda Guga.

 

Não. Isso foi um estímulo para começar um projeto muito maior que completa 15 anos no próximo dia 17. Por meio do esporte e da educação, o Instituto Guga Kuerten (IGK) já ajudou 63 mil pessoas – entre crianças, pessoas com deficiência e professores – em 176 cidades de Santa Catarina. Mas assim como a carreira do tenista, foi tudo planejado.

 

A experiência de Alice Kuerten foi importante para o desenvolvimento do projeto. Desde jovem ela trabalhou com caridade, até por isso, se formou como assistente social. Com o desejo de ajudar sempre em mente, ela foi voluntária em muitos institutos. No entanto, mesmo quando Guga chegou perto do auge da carreira, não imaginava que presidiria algo parecido com o IGK.

 

– Um terceiro setor próprio nunca passou pela minha cabeça. Sempre me imaginei sendo voluntária. Isso era um compromisso meu, porque achava que fui gratificada por estudar em uma universidade federal e acredito que temos um compromisso de dividir esse conhecimento com quem ainda não chegou lá – lembra Alice.

 

 

Projeto foi inspirado em outros modelos

 

O projeto foi amadurecendo e antes de criar o Instituto Guga Kuerten, Alice visitou outras instituições em busca de exemplos e aprendizados.

 

– Tivemos ajuda da instituição Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho, por exemplo. Eles tinham uns modelos de atividades que eu gostava muito, mas gostava de uma maneira diferente. Não queria atender o Estado inteiro de uma vez só. Porque no meu entender, não queria projetos beneficiados por concurso. Porque as maiores que tinham mais condições de fazer sempre iriam ganhar. Queria ajudar os pequenos, assim como o Guga veio de pequenas oportunidades – explica Alice.

 

Dentro do IGK foi criado o Fundo de Apoio a Projetos Sociais (FAPS), que suporta várias regiões de SC a cada ano. Em 2015, o foco é no extremo Oeste. Com capacitação para todos fazerem o projeto da mesma forma. A ideia é envolver a cidade nos projetos. Nesses 15 anos, 313 organizações foram beneficiadas e 6.800 profissionais capacitados, porque há atenção a quem queira aprender a ajudar.

 

 

 

O esporte que abre oportunidades

 

O esporte é a chave condutora do projeto do Instituto Guga Kuerten. Assim, um dos braços do projeto é o Campeões da Vida, um programa que busca a inclusão social das crianças e adolescentes por meio da prática do tênis. Muitas delas são iniciadas na modalidade a partir do projeto. Atualmente são atendidos 720 pequenos e pequenas de 7 a 15 anos em sete núcleos – em São José, Palhoça, Biguaçu, Campos Novos e três em Florianópolis.

 

Investimento
R$ 20
milhões
Pessoas atendidas
63.300

Reportagem: André Podiacki  |  Design: Ben Ami Scopinho e Fábio Nienow  |  Fotos: Cristiano Estrela

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