Direção
Josh Boone dirigiu apenas um filme antes de enfrentar o desafio de filmar A Culpa É das Estrelas. Seu longa-metragem anterior, Ligados pelo Amor (2012), foi sua estreia como diretor e também como roteirista. Foi uma estreia complicada, porque ele não queria vender roteiros, mas fazer filmes com suas histórias, de acordo com uma entrevista ao crítico de cinema Deary Peary. Demoraram 10 anos para que ele conseguisse essa oportunidade e ele contou com a ajuda dos atores Greg Kinnear, Jennifer Connelly, Lily Collins e Nat Wolff para darem vida aos personagens.
Roteiristas
A dupla Scott Neustadter e Michael H. Weber trabalha junta desde 1999, quando Scott contratou Michael para fazer um estágio na Tribeca Procutions, em Nova York. A facilidade com que conseguiam fazer isso, mesmo morando distantes um do outro, rendeu um dos romances mais fofos de todos os tempos. Eles estrearam a parceria com o roteiro de 500 Dias com Ela (2009), protagonizado pelo casal Joseph Gordon-Levitt e Zoey Deschanel. A pegada indie-engraçada desse longa é o que deve também aparecer em A Culpa...
Os dois também coescreveram o filme The Spectacular Now (2013), ainda sem tradução para o português. O casal, vivenciado pelos atores Miles Teller e Shailene Woodley, mostra como um amor adolescente pode ser forte e ao mesmo tempo inconsequente. A pitada de aventura desse roteiro também deve perpassar A Culpa…
Uma característica desses dois roteiros, e que deve aparecer no filme adaptado do livro de John Green é o fim da história sem um ponto final. Como Scott contou em uma entrevista ao blog oficial do Black List, plataforma de divulgação de roteiristas americanos: "Finais felizes não são reais. Mesmo os finais mais felizes só são felizes porque a história parou ali. Mas finais esperançosos são uma coisa linda. Isso é o que sempre almejo."
Elenco
Várias equipes foram responsáveis por montar os elencos para os papéis principais e secundários: em Los Angeles, onde fica localizado o distrito de Hollywood, e nas cidades de Amsterdã, na Holanda, e Pittsburgh, nos Estados Unidos, onde a maior parte do longa-metragem foi gravada. Quem selecionou os atores principais foi Ronna Kress. Ela já trabalhou como assistente na seleção de elencos para os filmes O Casamento do meu Melhor Amigo (1997), Cidade dos Anjos (1998) e Um Lugar Chamado Notting Hill (1999). Também trabalhou como diretora de seleção em A Culpa... e está contratada para fazer o mesmo em Piratas do Caribe: Os Mortos Não Contam Histórias, anunciado para 2016. Os atores tiveram que fazer audição para os papéis, principalmente Shailene Woodley, para interpretar Hazel Grace. Eles queriam alguém que tivesse humor e capacidade de enfrentar emocionalmente seus desafios. A disputa pelo papel foi grande, por conta do enorme sucesso do livro.
Produtores
O amor entre Bella e Edward ficou eternizado na série de filmes da saga Crepúsculo. A dupla de produtores Marty Bowen e Wyck Godfrey foi responsável por todos os cinco filmes da série, com um faturamento mundial de US$ 3,305 bilhões. E eles assumiram juntos o desafio de recriar A Culpa É das Estrelas. "Esses jovens conseguem atacar a vida com vigor, entusiasmo e alegria, mesmo sentindo a morte tão iminente. Eu senti que era uma coisa boa para se colocar no mundo. Realmente me tocou, é engraçado e eu chorei umas três ou quatro vezes no livro. Sentir tão intensamente sobre o livro ou filme é maravilhoso", contou Wyck Godfrey em uma entrevista em vídeo ao site Trailer Addict. Os produtores são os principais responsáveis por dar vida ao filme. A equipe cuida da parte prática, garantindo que nada falte para as filmagens. Eles encontram roteiro e financiadores para o filme (pré-produção), cuidam dos inícios das filmagens e da rotina de gravações nos sets (produção), e desmontam os sets, fecham os contratos e finalizam o filme (pós-produção). De certa maneira, eles são o motor de uma produção cinematográfica. "Fontes: Danny Peary, Black List, Trailer Addict
SOBRE AS MÚSICAS ESCOLHIDAS
All The Stars - Ed Sheeran
No filme: é a primeira nos créditos finais."All of the Stars engloba tudo sobre o filme, que Ed Sheeran não tinha visto ainda. Quando ouvimos, era ela. Nós sabíamos que era a música para os créditos finais. Depois que o filme termina, você precisa respirar. Ela é agridoce e emocional, mas ainda o coloca pra cima. Essa era a principal coisa que nós queríamos que as pessoas sentissem quando saíssem do cinema."
Simple As This - Jake Bugg
No filme: no início, quando Hazel está esperando Gus ligar de volta."Essa faixa está no primeiro álbum de Jake Bugg, mas nunca tinha sido licenciada. Nós a estamos usando pela primeira vez - o que, de certa forma, a faz ser uma canção original. O legal sobre Jake é que ele é novo, um artista emergente, mas tem esse som com alma antiga, o que funcionou bastante com nossa história."
Let Me In - Grouplove
No filme: quando Hazel descobre que irá para Amsterdã com Gus."Sabíamos que para certas precisaríamos de canções originais. Algumas cenas meio que precisam ser marcadas com uma música. Essa era uma delas. A ideia de Grouplove veio à tona, a banda foi à Fox e nós mostramos o filme. Depois, mostramos a cena novamente e dissemos: Hazel acabou de descobrir que está indo para Amsterdã, então a música não pode te acertar na cabeça, mas na cena de Gus saindo da limusine precisamos que ela exploda. Precisa ser aquele momento de Say Anything (1989). Aquela foi a nossa dica. Eles fizeram um ótimo trabalho."
Tee Shirt - Birdy
No filme: logo após a faixa de Sheeran nos créditos finais."Birdy tem 17 anos e essa voz incrível, assombrosamente triste. Nós mostramos o filme, e ela imediatamente escreveu Not About Angels e nos mandou uma demo bruta. Essa é uma música diferente para ela. É um pouco para cima, é realmente doce. Acho que a letra relata também o que é o amor adolescente."
All I Want - Kodaline
No filme: depois que Gus ajuda seu melhor amigo, Isaac, em uma vingança contra a ex-namorada. Hazel e Gus se beijam."Nosso editor assistente, Greg Borkman, que é amigo de Josh [Boone, o diretor] e trabalhou com ele em seu último filme, disse que queria tentar All I Want. Eu acho que juntos conseguiram encontrar onde colocá-la. É uma cena em que você tipicamente esperaria que a música fosse divertida: eles estão jogando ovos em um carro! É engraçado! Mas é realmente emocional e agridoce. É o ponto no filme em que eu me sinto aquecido e macio. Não consigo explicar isso. Sinto como se fosse explodir, que é o que eu acho que a música faz."
Long Way Down - Tom Odell
No filme: logo depois que Hazel volta para o hospital. Ao retornar para casa, ela começa a evitar as ligações de Gus."Não poderia ser tão triste ou tão escuro, porque neste ponto ainda é relativamente cedo. Eu sou um grande fã de Tom Odell. Eu o amo. Ele é um ótimo compositor. Acho que a voz dele é certa para este filme. É como se fosse um tema geral: nós queríamos algo interessante e realmente orgânico."
Boom Clap - Charli XCX
No filme: destaca a chegada de Hazel e Gus em Amsterdã"Essa é uma daquelas cenas para as quais sabíamos que precisaríamos de um empurrão de energia com algo divertido e sobre viver o momento. Nós estávamos pegando músicas originais na gravadora, mas perguntei sobre Charli XCX. Havia escutado que ela estava no estúdio e queria saber se tinha algo novo que pudéssemos ouvir. Recebi duas faixas, uma delas era Boom Clap, mas ainda estava em uma versão demo. Patrick Berger acabou produzindo. Quando a música voltou, estava maravilhosa, cativante e divertida. Todo mundo para quem mostrei ficou obcecado. Eu não tinha nenhuma outra música para aquela parte, porque sabia que essa era um hit. Eu sabia!"
While I'm Alive - STRFKR
No filme: logo depois que Hazel e Gus se conhecem no grupo de apoio."É uma música pop, mas pop descolada. Nós sabíamos que não teríamos um filme inteiro de músicas tristes. Não iria funcionar. A parte mais importante dela é quando a Hazel está tipo: eu vou com o Gus. Tem esta transição brusca na música onde você fica tipo: ai, m*!"
Oblivion - Indians
No filme: especialmente escrita para o longa, é usada quando Hazel e Gus têm seu primeiro encontro oficial em Amsterdã"Nós tínhamos uma música de Bon Iver para este ponto, mas acabamos tendo que substituí-la - em parte porque queríamos uma canção original ali e em parte porque ele negou nosso uso. Foi difícil no começo, mas nos deu a oportunidade de encontrar algo que realmente funcionasse com a cena. Essa música tinha que marcar o momento. Tem esse ponto em que Gus dobra a esquina, vê a Hazel toda arrumada e diz: 'Você está linda'. Você tem que sentir as mesmas borboletas dentro do estômago que ela está sentindo. Há esse brilho na música. É uma das minhas favoritas na trilha sonora."
Strange Things Will Happen - The Radio Dept.
No filme: quando Hazel e Gus pegam o ônibus para visitar Peter van Houten em Amsterdã"Assim como eu vim com meu flash drive de músicas quando encontrei Josh, ele fez a mesma coisa quando se encontrou com a Fox para tentar e conseguir o filme. Essa é uma música que ele tinha em seu mix e que ele ama. Ela é tão importante que ele queria realmente colocá-la no filme."
Bomfalleralla - Afasi & Filthy
No filme: Van Houten toca esse hip-hop sueco para Hazel e Gus"Isto estava no livro. Eles a escreveram no roteiro, e a gente a queria no filme. É maravilhosa. No início, a gravadora estava assim: "o quê? Isso não flui". Mas nós dissemos que deveria estar na trilha sonora. Os fãs do livro vão pirar."
Without Words - Ray LaMontagne
No filme: quando Gus e Hazel voltam de Amsterdã para casa um pouco tristes. Ela toca quando eles chegam ao aeroporto."Esta era uma música que eu tinha há anos. Talvez desde 2008. Ela não entrou no último álbum de Ray. Eu a recebi de um editor e tentava emplacá-la em todos os momentos, mas nunca consegui. Esta é outra cena de um momento muito pesado. Eles descobrem a notícia devastadora, mas ainda não é o ponto mais triste do filme. A música não pode ir lá ainda."
Not About Angels - Birdy
No filme: outra canção original de Birdy, é tocada enquanto Hazel está se afastando do cemitério, em um ponto-chave da história."Birdy estava tão obcecada com o filme e o livro, que era emocionante. Esta canção é tão inteligente, porque tem toda essa coisa de ir para trás e para frente, com Gus e Hazel acreditando em Deus e em anjos. A canção é sobre isso: não é sobre anjos, é sobre nós. Originalmente, tínhamos outra música aqui, No One Ever Loved, de Lykke Li - ela foi escrita para o filme e nós a amamos. Mas essa cena é muito pessoal. Nós precisávamos de algo realmente delicado. Tinha algo com a música de Birdy que funcionava muito bem."
No One Ever Loved - Lykke Li
No filme: é a terceira faixa dos créditos finais."Nós amamos essa música, mas algumas vezes você tem que ouvir o filme. Você tem que se sentar e dizer: o que está faltando na cena, o que ela precisa? A música da Birdy tinha coisas que esta outra não tinha. Mas a gente também a amou e então pensamos que poderíamos colocá-la nos créditos finais. Nós ainda a queríamos como parte do filme, especialmente porque ela escreveu pra gente.
Wait - M83
No filme: ela é tocada duas vezes, quando Gus conta algumas notícias que mudam o rumo da vida e depois no final."Esta música estava na playlist original que Josh entregou para a Fox. Estava também na playlist que entreguei para ele. Era para ser. Josh tinha um amigo e mentor que morreu em decorrência de um câncer antes de ele começar a fazer este filme. O álbum de M83 foi lançado na época em que ele estava muito doente. Para mim, é uma música tão especial, ela é tão cinematográfica e bonita. Nós dois sabíamos que iríamos usá-la no filme, era só uma questão de onde. Josh a colocou na cena de Amsterdã e, quando estávamos tentando descobrir o que colocar no fim - onde precisávamos de algo construtivo -, Josh pensou que poderíamos reprisar M83. Estava lá desde o início e nunca saiu. Tem algo sobre essa música: é tão triste, mas também tão pra cima. Ela é tão maior do que o mundo."
Best Shot - Birdy e Jaymes Young
No filme: não foi usada, mas como foi escrita para ele entrou na trilha sonora como faixa-bônus."Foi uma das parcerias entre Birdy e Dan Wilson e Jaymes Young entrou para cantá-la como dueto. Eu tenho tantas outras canções espalhadas que foram escritas para o filme... Não tínhamos condições reais para todas elas. Quem sabe, talvez um dia a gente faça um album Inspirado pela Culpa ou Mais Músicas de A Culpa, que inclua todas essas demos que tenho. Elas são incríveis.
Logo depois da reunião do grupo de apoio para jovens com câncer, Gus convida Hazel para assistirem a um filme juntos e fala sobre a metáfora do cigarro apagado na boca.
Hazel está no quintal de sua casa, perto do balanço que marcou um momento de sua infância, pensando sobre a sua doença e a viagem para Amsterdã. Gus vai visitá-la e eles conversam sobre a relação deles.
Gus e Hazel mostram como foi sua viagem para Amsterdã, na Holanda, para conhecer o autor Peter Van Houten apenas por fotos do Instagram
Hazel e Gus vão a seu primeiro encontro oficial em um restaurante em Amsterdã, e provam pela primeira vez champanhe.
Hazel, Gus e Isaac vão com uma caixa de ovos se vingar da Monica, a ex-namorada do Isaac. Eles começam acertando o carro. A mãe dela sai para ver o que está acontecendo, mas depois de um alerta de Gus muda de ideia e volta para dentro de casa.
Foram necessários 12 anos para transformar uma ideia em um livro, mas a espera parece ter valido a pena. John Green, fenômeno da literatura juvenil, vendeu mais de 1,25 milhão de cópias de A Culpa É das Estrelas no Brasil - nos Estados Unidos passam de 7 milhões. Um sucesso consagrado pela estreia em primeiro lugar na lista dos mais vendidos do jornal The New York Times.
A obra começou a ser escrita em 2000, depois de o autor ter feito um estágio como capelão em um hospital pediátrico. Inspirado pelas histórias de vida das crianças que conheceu no hospital, ele decidiu que queria escrever um livro sobre jovens que enfrentavam o câncer.
Sua linha-guia foi a amizade com Esther Earl, a quem ele dedica a obra. Ela foi diagnosticada com câncer em 2006 e morreu quatro anos depois, aos 16 anos. Embora John afirme que nenhum personagem foi baseado nela, seu prazer pela vida foi uma grande fonte de inspiração para ele.
- Também sabia que A Culpa É das Estrelas seria uma história de amor, mas, por muito tempo, eu não soube bem como seria essa história. Finalmente, depois de muitos anos procurando por meus personagens, encontrei a Hazel e o Gus. Eles têm ideias muito diferentes sobre o que é viver uma vida bem vivida, pontos de vista bem divergentes sobre o mundo, mas são unidos pelo amor que sentem um pelo outro e por um livro - explicou John Green em uma entrevista ao estúdio Fox.
A história do casal comoveu o produtor Wicky Godfrey, que estava em busca de uma narrativa bem realista para transformar em filme. Godfrey procurou John Green antes mesmo de o livro ser publicado para adquirir os direitos da obra. Porém, o autor não concebia a ideia de ver aquela história pessoal e íntima ser transformada em filme - mesmo não sendo autobiográfica.
- Falamos com o John pelo telefone e o convencemos de que éramos as pessoas certas para transformar o livro em filme - relembra Wyck Godfrey, que também produziu a série Crepúsculo, fenômeno de bilheteria baseado nos livros de Stephanie Meyer.
Saiba mais
John Green publicou quatro livros próprios: Quem É Você, Alasca? (2005), O Teorema de Katherine (2006), Cidades de Papel (2008) e A Culpa É das Estrelas (2012). Ele tem um conto publicado em Deixe a Neve Cair (2008) e escreveu Will & Will - um Nome, um Destino (2010) em parceria com David Levithan.
Sinopse
O filme conta a história de Hazel Grace, 16 anos, e de Augustus "Gus" Waters, 17. Os dois se conhecem em um grupo de apoio para pacientes com câncer e a partir desse encontro vivem uma história de amor. Eles saem em uma jornada para Amsterdã para conhecer o escritor do livro Uma Aflição Imperial, o favorito de Hazel. Isaac, melhor amigo de Gus e também passando por tratamento contra o câncer, é testemunha dessa história de amor - que se contrasta com a dele próprio, que não teve um final feliz.
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