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Recuperação Economica nos Vales - { parte 1}
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DESENVOLVIMENTO


A hora e a vez do Vale

JAIME AVENDANO

esp01.jpg (69326 bytes)Um ar de otimismo generalizado toma conta da economia na Região dos Vales. A atividade industrial, através do incremento das exportações, é a locomotiva desse processo. Para alcançar os objetivos propostos as indústrias investem, aumentam a produção, contratam pessoal e adquirem máquinas e equipamentos modernos. Até 2001, o objetivo é a recuperação do mercado externo perdido com a supervalorização do real frente ao dólar até dezembro de 98. Depois, ampliar o volume exportado, principalmente para a América Latina, Estados Unidos e Europa. A roda do desenvolvimento parece finalmente começar a girar, após anos encalhada na recessão e no desemprego.
Uma pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) com 90 empresas de diversos setores produtivos indicou que 81,1% das participantes pretendem realizar investimentos este ano e em 2001, sendo que 14,4% estão ainda indefinidas. A previsão é de que essas empresas invistam R$ 394 milhões no Estado este ano e R$ 350 milhões em 2001. Sessenta por cento utilizarão recursos próprios e 21% empréstimos bancários nacionais. Os investimentos terão como finalidade a aquisição de máquinas e equipamentos (16,48%), inovação tecnológica e informática (11,96%) e treinamento e aperfeiçoamento de pessoal (9,71%).
"A situação vem melhorando gradativamente desde o ano passado", afirma o 1§ vice-presidente da Fiesc e presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e do Material Elétrico de Blumenau e Pomerode, Alcântaro Correa, que prevê crescimento de 3% a 3,5% este ano para a indústria catarinense, em relação a 99. No ano passado, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o crescimento foi de 1,78%. Correa lembra que o setor de bens de capital (máquinas e equipamentos), que estava parado, voltou a crescer, puxando o restante da economia. "Bens de capital é o último setor a ser atingido por uma crise e o último a sair dela", acrescenta. Ele acredita que as exportações devem ser o grande alavancador da economia, a partir deste ano. "Exportar é necessário para não depender somente do mercado nacional, que sofre oscilações", destaca.

Uma década de altos e baixos

Na década de 90, a economia catarinense teve seu melhor desempenho em 1993, quando obteve o saldo comercial de US$ 1,707 bilhão. A partir do Plano Real, com a moeda brasileira valorizada, as importações dobraram, afetando o saldo comercial, que, mesmo assim, permaneceu positivo. As exportações também aumentaram, mais não no mesmo ritmo das importações. No ano passado, com a desvalorização do real, as importações tiveram forte queda e o saldo comercial obtido foi o segundo melhor da década.

Ano Exportação
(US$ FOB
)
Importação
(US$ FOB
)
Saldo
1990 1,456 0,325 1,130
1991 1,509 0,368 1,141
1992 1,789 0,408 1,381
1993 2,198 0,491 1,707
1994 2,404 0,877 1,527
1995 2,652 1,198 1,454
1996 2,637 1,249 1,388
1997 2,805 1,407 1,398
1998 2,605 1,270 1,335
1999 2,567 0,881 1,686

Fonte: SECEX/Sistema Alice

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O primeiro boletim conjuntural de 2000 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão ligado ao Ministério do Orçamento e Gestão, prevê uma expansão de 3,2% para o Produto Interno Bruto (PIB), decorrente de um incremento de 4,7% na produção industrial. Os números estimam um desempenho menor do que os 4% projetados para o PIB pelo Ministério da Fazenda. O responsável pelo boletim, Paulo Levy, explica que a previsão do Ipea é conservadora e pode ser revista nos próximos meses. "Precisamos olhar os dados da economia nos primeiros meses, mas a sensação é de que a recuperação do final do ano passado se sustenta ao longo de 2000", avalia.
O presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau (Sintex), Ulrich Kuhn, estima um crescimento de 20% a 30% nas exportações do setor este ano em relação ao ano passado. Para ele, no entanto, o grande entrave às exportações brasileiras ainda é a falta de mecanismos específicos de financiamento. "Em países com vocação exportadora, como os asiáticos, destina-se de 3% a 5% do PIB para financiamentos voltados às exportações, enquanto que no Brasil esse índice não chega a 1% do PIB", lamenta Kuhn.
O diretor de Desenvolvimento da Fiesc, Henry Quaresma, vai mais longe e afirma que além da falta de financiamento existe o elevado custo do transporte marítimo internacional. Para tentar resolver esse problema, a entidade está pesquisando empresas interessadas em participar de um consórcio de transporte voltado para a exportação. "A Fiesc está programando ainda uma área de apoio ao crédito, inclusive para as exportações, que deve estar funcionando até meados deste ano", enfatiza Quaresma.
Apesar das dificuldades, o diretor da Fiesc e o presidente do Sintex concordam que a época é de oportunidades, mas deve-se ter cautela. "Espera-se um bom resultado com as exportações, mas ninguém está fora da realidade nem supervalorizando as expectativas", analisa Quaresma. "Para a América Latina existem ótimas perspectivas, inclusive porque as exigências são menores. Para os Estados Unidos e a Europa, o otimismo é menor por causa do protecionismo, que faz uso de critérios muito elevados de qualidade. Mesmo assim, para quem já exporta será fácil aumentar o volume". Kuhn, do Sintex, destaca o fato de o próprio governo estar preocupado em criar uma "mentalidade exportadora". "Não estamos passando apenas por um bom momento. O grande fator alavancador da economia são as exportações", acrescenta.

A Série
ticado.gif (1109 bytes) Domingo: Exportações puxam crescimento da indústria catarinense
ticado.gif (1109 bytes) Terça-feira: Empresas da Região dos Vales tentam recuperar mercado
ticado.gif (1109 bytes) Quarta-feira: Emprego começa a aparecer em todos os setores da economia
ticado.gif (1109 bytes) Quinta-feira: Impactos do crescimento econômico no comércio e nos municípios

 

 

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