BRASÍLIA - Os governadores vão aproveitar a reunião sobre os programas sociais que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou para o dia 30, no Palácio do Planalto, para reabrir o debate sobre a reforma tributária. As negociações feitas na Câmara para aprovar o texto no primeiro turno desagradaram a vários Estados, principalmente os do Nordeste, que prometem uma reação no Senado, onde a correlação de forças muda radicalmente, já que cada Estado tem três senadores.
Em uma reunião na noite de quinta-feira com os líderes aliados no Planalto, Lula disse que o governo não vai recorrer à estratégia de "rolo compressor" para aprovar as reformas da Previdência e tributária no Senado. "O governo está aberto ao diálogo e à negociação", afirmou o líder no Senado, Aloizio Mercadante (PT).
Segundo ele, é procedente a queixa dos nordestinos contra a inclusão de Minas Gerais e Rio de Janeiro no rateio do Fundo de Desenvolvimento Regional, que só deveria beneficiar os Estados menos desenvolvidos. "A fórmula mais adequada é deixar o fundo para as três regiões mais pobres. O que não é possível é escolher um Estado do Sudeste, como foi feito, e pôr no Fundo", disse Mercadante.
O governo enfrenta um impasse interno em torno da divisão dos R$ 2,1 bilhões que serão destinados em 2004 ao Fundo de Desenvolvimento Regional. Os senadores de regiões mais pobres, como o líder do PMDB, Renan Calheiros, aceitam que sejam destinados apenas 5% dos recursos do fundo para os bolsões de pobreza no Sul do país. Já os senadores que representam os Estados mais ricos, como o próprio Mercadante, querem 10% para as "regiões deprimidas economicamente do país".
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