Enfrentamentos isolados entre partidários do "sim" e do "não" à nova Carta Magna da Bolívia aconteceram hoje em diferentes cidades, a pouco mais de uma semana doreferendo constitucional, que ocorre no próximo dia 25 de janeiro. Grupos de governistas e opositores se enfrentaram nas cidades de La Paz, Cochabamba, Sucre e Tarija, segundo mostrou a TV local.

No departamento (estado) de Santa Cruz, no leste do país, partidários da autonomia regional impediram a aterrissagem do avião do vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera. Na cidade central de Cochabamba, a Polícia interveio para evitar enfrentamentos mais graves entre grupos de partidários e opositores ao novo texto constitucional.

A cidade de Cochabamba será cenário, em 22 de janeiro, do fechamento da campanha a favor da Carta Magna que o Executivo de Evo Morales promove, conforme anunciaram hoje dirigentes da Federação de Camponeses, que prometeram "um ato grande com a presença do presidente boliviano".

A rede de notícias "Erbol" informou também sobre agressões a grupos de partidários de Morales que faziam campanha a favor da nova Constituição nas cidades sulinas de Tarija e Sucre.

Fora isso, na sede de Governo, um grupo de pessoas que pedia o "não" no referendo Constitucional foi desalojado por simpatizantes do presidente Morales, imagem que se repetiu em várias ocasiões nas últimas semanas.

O ministro da Presidência, Alfredo Rada, lamentou, em declarações à imprensa local, que os que defendem o "não" na consulta sejam "pessoas que estão buscando recriar cenários de protestos e violência para implementar uma estratégia de autonomia de fato que no ano passado já falhou".

O texto que se submeterá a consulta em 25 de janeiro é fruto do acordo parlamentar entre o Governo e parte da oposição, no qual foram modificados mais de 100 artigos da proposta apresentada pela Assembleia Constituinte.