Os preços dos contratos futuros do petróleo estão em queda nesta manhã, trazendo para o segundo dia o movimento de ajuste de baixa da commodity. Sinais de que a persistente alta do petróleo afeta negativamente as empresas e a economia global — levando alguns países emergentes a retirar subsídios aos combustíveis —, provoca protestos e aumenta a atenção dos líderes mundiais aos preços da commodity, trazem a questão da demanda para o topo da agenda do mercado, disseram analistas.

— O mercado focou-se muito nas questões relacionadas ao abastecimento e isto é o que estamos vendo agora — disse o diretor da consultoria suíça Petromatrix, Olivier Jakob.

— O mercado já enfrenta dificuldades com o petróleo a US$ 100 o barril. Não há como chegar aos US$ 200 sem grandes prejuízos à economia global — acrescentou.

Às 8h (de Brasília), o contrato do petróleo leve (tipo WTI) negociado no pregão eletrônico da Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês) caía 1,30% para US$ 127,17 o barril. O contrato do petróleo tipo Brent estava em US$ 127,05 o barril, queda de 0,98%, na plataforma ICE, em Londres.

Mas outra parte dos investidores continua a considerar que o abastecimento permanece como um ponto de tensão, capaz de oferecer argumentos para que a commodity retome a trajetória de alta. Nesta manhã, o ministro do Petróleo da Nigéria, Odein Ajumogobia, confirmou que as instalações da Royal Dutch Shell no país foram alvo de ataques no final de semana passado, provocando a suspensão de 130 mil barris de sua produção.

A volatilidade do mercado deve também aumentar por conta da expectativa com a divulgação dos níveis dos estoques de petróleo norte-americanos amanhã, esquentando o atual debate sobre a demanda e a oferta da commodity. Normalmente, os relatórios de petróleo são divulgados às quartas-feiras, mas em conseqüência do feriado da última segunda-feira nos EUA, os números serão divulgados amanhã.