O dólar fechou em alta em relação ao real, após três dias consecutivos de queda nas cotações. Para o dólar comercial, a taxa de encerramento dos negócios ficou em R$ 1,664, com avanço de 0,42% sobre a cotação da véspera. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros, o dólar negociado à vista subiu 0,45%, para R$ 1,6635.

O avanço da taxa hoje foi provocado pela forma como serão captados os recursos para o Fundo Soberano do Brasil, cuja criação foi anunciada ontem pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. O ministro explicou que parte dos recursos para o fundo soberano virá por meio de compras de dólares com emissão de títulos do Tesouro Nacional. Na avaliação do mercado cambial, isso pode gerar uma disputa por dólares, o que elevaria sua cotação.

— Temos duas pontas de atuação no mercado - o Banco Central e o Tesouro - e pode haver algum ruído em termos de atuações — comentou uma fonte.

Por outro lado, os recursos para o fundo virão também do excedente do superávit primário em relação à meta, de 3,8% do Produto Interno Bruto. O mercado esperava uma elevação da meta, que foi descartada por Mantega. O fato de não haver aumento formal da meta de superávit foi interpretado como um sinal de que não há um compromisso do governo em colaborar para frear seus gastos, medida que ajudaria no controle da inflação.

Sem o lado fiscal para combater as pressões inflacionárias, o Banco Central terá que continuar a trabalhar sozinho contra a alta de preços, elevando a taxa básica de juros. E a expectativa de Selic maior atrai dólares para o País, principalmente após a conquista do grau de investimento.

Dólar comercial: R$ 1,6630 e R$ 1,6640. Alta de 0,42%

Dólar flutuante: R$ 1,7000 e R$ 1,7800. Estável

Variação do dólar no mês: +0,06%

No ano: -6,25%

Variação do real no mês: -0,06%

No ano: +6,67%

Euro comercial:R$ 2,57100 e 2,57288. Alta de 0,29%

Agência Estado