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Celebridades  | 20/07/2011 07h10min

Ação de Kevin Costner durante desastre no Golfo do México sob suspeita

Companhia petrolífera teria gasto US$ 16 milhões em máquinas de separação de óleo e água do ator e deu prioridade a testes dos dispositivos promovidos pela estrela

Suzanne Goldenberg

A companhia petrolífera BP investiu US$ 16 milhões em máquinas promovidas pelo ator Kevin Costner durante o auge do derramamento de óleo no Golfo do México no ano passado, embora o maquinário tenha falhado nos primeiros testes de campo.

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Na semana do aniversário de um ano da cobertura do poço, foi divulgado que a empresa deu prioridade ao teste dos dispositivos em detrimento a outras 123 mil sugestões para tampar o poço e retirar os milhões de galões de óleo do fundo do mar, de pântanos e de praias. No entanto, especialistas responsáveis por selecionar as ideias do público disseram que o separador de óleo da água de Costner não mostrava potencial algum em específico.

O dispositivo, uma centrífuga projetada para girar a água contaminada através de um cilindro e separar o óleo, acabou entupido pelo produto espesso. Não era, também, uma tecnologia particularmente nova, afirmaram os especialistas.

O ator fez uma grande promoção das centrífugas após a catástrofe do ano passado — consequência de uma explosão na plataforma de petróleo Horizon em águas profundas. Em uma aparição no Congresso americano em junho de 2010, Costner disse que gastou US$ 24 milhões (R$ 37,8 milhões) no desenvolvimento dos dispositivos a partir da compra de uma patente do Departamento de Energia no início da década de 90.

Ele também disse aos congressistas que seus dispositivos teriam sido capazes de limpar 90% do óleo derramado pelo petroleiro Exxon Valdez em menos de uma semana.

Uma máquina comum

— Parece funcionar em algumas condições, e em outras, não. Minha impressão depois de falar com pessoas que viram em funcionamento é que não é diferente de qualquer outro separador do mercado — disse Kurt Hansen, especialista do Centro de Desenvolvimento e Pesquisa da Guarda Costeira americana que fez parte da equipe de testes.

E é de amplo conhecimento entre cientistas e especialistas que trabalharam desesperadamente no verão passado para tampar o poço e limpar o óleo jogado no Golfo que Costner foi direto para a frente da fila quando se tratou de conseguir uma audiência com a BP.

— Ele estava na TV. Ele era da televisão, e havia uma enorme quantidade de dinheiro a ser gasto — disse um cientista.

O agente de Costner e sua empresa, a Blue Planet Water Solutions, não responderam aos pedidos para comentar o assunto.

Um porta-voz da BP, Daren Beaudo, disse via e-mail que "o dispositivo de Costner é uma das muitas tecnologias que foram testadas e utilizadas. Agradecemos a todas as ideias que foram apresentadas durante esse evento sem precedentes.".

Foram necessárias três tentativas para que os técnicos pudessem ver as centrífugas de Costner em ação:

1) Cancelada por questões de segurança

2) Fracassou quando a bomba ficou obstruída

3) Os dispositivos conseguiram separar o óleo da água, embora não com os altos níveis de pureza que Costner alegou em suas aparições na mídia e no Congresso.

Uma semana depois do teste bem sucedido, a BP ordenou 32 sistemas de centrifugação.

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THE GUARDIAN
Divulgação / 

Costner durante show beneficente em Moscou, na Rússia, na semana passada
Foto:  Divulgação


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