Notícias

Itapema FM  | 26/11/2015 16h44min

Estreia da semana, "Victor Frankenstein" é mais uma reinvenção da obra de Mary Shelley

Colunista de cinema do DC relembra essa e outras adaptações, algumas delas desastrosas, da literatura para as telonas

ANDREY LEHNEMANN  |  clickfilmes@yahoo.com.br

No auge das reinvenções literárias e fábulas de Hollywood, escrevi uma carta fictícia para Mary Shelley, após o ofensivo Frankenstein: Entre Anjos e Demônios. Nos escritos, principalmente, pedia desculpas. Um perdão que se estendia aos irmãos Grimm, igualmente, pelo que a indústria vinha lançando nos últimos anos. Destacava, por exemplo, que o primeiro romance dela, Frankenstein, em breve faria 200 anos (a data comemorativa ainda está por vir, será em 2018).Abrindo aspas para o texto escrito no ano passado: "uma obra que, não seja modesta (Mary), revolucionou para sempre como os 'monstros' eram enxergados na sociedade". Como citava a sua obra-prima: "inventar, deve-se admitir humildemente, não consiste em criar algo do nada, mas, sim, do caos". A arrogância humana de Victor Frankenstein evidenciava esse ponto. Até onde iríamos para provar que podíamos superar a vida? Ou, melhor, a morte. A ânsia de desvendar – citando-a novamente – os mistérios da criação: algo sempre tão almejado pelo homem.Não à toa, a obra de Shelley foi inúmeras vezes "reinventada" para o cinema. Como não poderia deixar de ser, portanto, observamos o que de melhor e o que de pior os seus escritos geraram. Não foi o curta-metragem de 1910 que começou a gerar esse fascínio pela história de Victor e sua criação, mas o filme com Karloff, o de 1931 – ainda que o longa de 1935 (A Noiva de Frankenstein) seja o projeto que mais se aproxima da sensibilidade do livro.Finalizava afirmando que era impossível que não tivesse uma próxima tentativa. E o tempo não foi muito longo. Victor Frankenstein, agora com Daniel Radcliffe e James McAvoy, chega hoje nos cinemas do Brasil. O diretor desta vez é Paul McGuigan: dos bons Xeque- Mate e Os Gângsteres e dos condenáveis Heróis e Paixão à Flor da Pele

Leia a coluna anterior de Andrey Lehnemann

Confira o trailer de Victor Frankenstein:

Das reinvenções

Orientando-se pela perspectiva do "era uma vez...", a melhor readaptação é proveniente de 2015: a obra-prima Cinderela, do sempre fascinante Kenneth Branagh. Esqueçamos de Frankenstein: Entre Anjos e Demônios, João e Maria - Matadores de Bruxas, Oz, A Garota da Capa Vermelha, Branca de Neve e O Caçador e João, O Caçador de Gigantes, entre outros.

Leia outras notícias sobre cinema

O Chico

Alguns cinemas também recebem o documentário de Miguel Faria Jr., Chico – Artista Brasileiro. É mais um apanhado de uma parte da carreira de um dos músicos e compositores mais conhecidos do país. Numa coleção lançada em nove DVDs entre 2005 e 2006, o contato com o artista já era imenso, com a exibição de depoimentos, clipes, gravações ao vivo e entrevistas com parceiros. Desta, fica de sugestão: Anos Dourados, Estação Derradeira e Meu Caro Amigo.

No Netflix

Falando em filmes documentais, três dicas imperdíveis para conferir no Netflix:

An Honest Liar 
Separado por capítulos de uma vida, o lindo retrato de um homem que passou os anos combatendo ilusões perigosas e, no campo pessoal, lidando com as próprias. 

Call me Lucky
Como se entrássemos na mente de um comediante ideológico e compreendêssemos cada um de seus passos.

Going Clear: Scientology and The Prison Of Belief

O diretor Alex Gibney denuncia um mundo de pavor, insanidade e crimes travestido de religião - numa trama que, quase como uma teologia literal, inicia engraçada até se converter em puro terror. 

ANDREY LEHNEMANN
Sintonize a Itapema em Florianópolis 98.7, em Joinville, sintonize 95.3

Grupo RBS Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2009
clicRBS.com.br • Todos os direitos reservados.