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Itapema FM  | 23/11/2015 18h44min

Tarantino lança seu novo filme em São Paulo

Diretor norte-americano veio ao país ao lado do ator inglês Tim Roth para divulgar "Os Oito Odiados"

Atualizada em 13/01/2016 às 12h06min Roger Lerina *  |  roger.lerina@zerohora.com.br

Foi antecedido por excitação, expectativa e restrições o evento que trouxe a São Paulo nesta segunda-feira o diretor Quentin Tarantino e o ator Tim Roth, que falaram com a imprensa antes de uma exibição especial de Os Oito Odiados.

O oitavo longa do cineasta americano só estreia no dia 7 de janeiro – mas um grupo de cerca de 150 jornalistas brasileiros e latino-americanos assistiu em primeira mão a uma versão ainda não finalizada do novo western do realizador de Django Livre (2012).

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O Brasil foi a primeira parada da turnê de divulgação do longa que Tarantino e atores do elenco começaram nesta semana. A vinda ao país de um dos maiores ícones da cultura pop contemporânea foi cercada de mistérios e limitações: todos os repórteres presentes tiveram que assinar um termo de embargo, proibindo a publicação de qualquer informação ou crítica sobre Os Oito Odiados – nem mesmo os comentários sobre o filme feitos durante a entrevista com Tarantino e Roth. Esse material só estará liberado para divulgação a partir do dia 21 de dezembro.

A história de Os Oito Odiados se passa "seis ou oito ou 12 anos depois do final da Guerra Civil Americana", segundo a divulgação oficial da produção. No filme, oito viajantes – incluindo um par de caçadores de recompensas, uma fugitiva, um enforcador, um xerife, um vaqueiro e um general confederado –  ficam presos em um entreposto nas montanhas em meio a uma tempestade de neve. Além de Roth, o elenco inclui Kurt Russell, Samuel L. Jackson, Jennifer Jason Leigh, Channing Tatum, Michael Madsen e Bruce Dern, entre outros atores.

Como o embargo não impede que se mencione outros assuntos abordados por Tarantino e Roth na coletiva, podemos contar que o diretor lembrou, por exemplo, dá primeira vez que veio ao Brasil, lançando Cães de Aluguel (1992) na Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Tarantino recordou que, na época, seu cultuado longa de estreia recém havia sido exibido no Festival de Sundance e ele era pouco mais do que um estreante desconhecido:

– Comecei a viajar o mundo com meu filme, fui a três continentes em um ano. Vim para São Paulo, dei algumas entrevistas, eu estava empolgado. Quando voltei, todos os grandes estúdios estavam interessados no meu próximo projeto, que era Pulp Fiction (1994). Mas isso porque fiquei conhecido viajando pelo mundo com Cães de Aluguel. Meus filmes fazem sucesso nos Estados Unidos, mas faço mais sucesso mesmo fora de lá. Eu posso ser um diretor americano, que fala de assuntos americanos, mas não faço filmes apenas para os americanos. Faço meus filmes para o mundo.

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Tarantino disse que pretende parar de filmar quando lançar seu décimo título –isto é, daqui a dois filmes –  e reconheceu a pressão em torno de cada nova produção com sua assinatura:

– Sim, há uma pressão para que eu continue a entregar um produto com o mesmo nível artístico. Não tenho esposa, não tenho filhos, não tenho que pagar por uma segunda casa, meu foco são meus filmes. Tenho sorte, porque vivo para os meus filmes. Eu ficaria decepcionado se as pessoas não estivessem esperando de mim esse nível de qualidade.

Perguntado sobre atores que ainda não dirigiu e com quem gostaria de trabalhar, Tarantino citou dois:

– Gostaria de trabalhar com Johnny Depp, mas teria que ser em um papel escrito por mim especialmente para ele. Também com Kate Winslet, é uma atriz incrível, acho que ela faria um trabalho excelente com meus diálogos.

Já Tim Roth, que está em sua quarta colaboração com Tarantino, relembrou seu primeiro trabalho com o diretor, no policial Cães de Aluguel:

– O que eu mais gostei em fazer o Mr. Orange é que eu era um ator inglês fingindo ser um americano fazendo um tira fingindo ser um bandido. Isso fodeu com a minha cabeça! Depois de ter negado categoricamente a possibilidade de um dia dirigir um filme em parceria com Spike Lee – por conta de seu interesse a respeito da condição dos negros na sociedade americana –, Tarantino topou novamente com a mesma questão no final da entrevista. Visivelmente irritado, sentenciou:

– O dia em que eu fizer um filme com Spike Lee será o dia mais feliz da vida desse cara!

* O repórter viajou a convite da Diamond Films.

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