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Itapema FM  | 18/11/2015 06h02min

Rubens Oestroem, um artista alinhado com a contemporaneidade

Exposição e celebra os mais de 40 anos de carreira do artista catarinense com lançamento de catálogo na Helena Fretta Galeria de Arte, em Florianópolis

Carol Macário  |  caroline.macario@diariocatarinense.com.br

Dentre as razões que motivam Rubens Oestroem a continuar a criar está a crença de que a arte rejuvenesce. Ele compara a busca por novas linguagens e técnicas artísticas a chegar às raias da infantilidade. Ostroem é reconhecido e referenciado justamente pela obra contínua e constante, um artista contemporâneo, atento ao resto do mundo e ao seu micromundo. Aos 62 anos, construiu uma trajetória de respeito na história da arte de Santa Catarina, trajetória de mais de quatro décadas que será celebrada com exposição na galeria Helena Fretta, em Florianópolis. A abertura será na sexta-feira, com lançamento de catálogo.

A mostra e o livro são uma breve retrospectiva de sua carreira. Abrange a estreia nos anos 70 e os primeiros passos na pintura, quando ainda morava em Blumenau; passa pelo período de imersão e estudos em Düsseldorf e Berlim, na Alemanha, entre 1975 e 85; o retorno ao Brasil, quando foi selecionado para a Bienal de São Paulo; e a fase atual, em Florianópolis, onde consolidou a obra e vem experimentando a tridimensionalidade.

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- Oestroem influenciou uma geração grande de novos artistas. Tem produção alinhada com a contemporaneidade e segue atualizando sua poética. Debruça-se em hibridismos sem perder a técnica e o domínio do ofício - avalia a pesquisadora e professora Sandra Makowiecky, autora de um dos textos críticos do catálogo.

 

O artista nasceu em Blumenau e trouxe o repertório artístico de casa - a mãe artesã e o pai pintor, que fabricava as próprias tintas. Estudou com Elke Hering e as primeiras obras eram em linguagem figurativa. Em 1975 mudou-se para a Alemanha, onde ficou por 10 anos, período que influenciou para sempre seu modo de fazer arte.

- Nos anos 80 muitos artistas de Santa Catarina foram para a Europa estudar. Eles voltaram impregnados de conhecimento. Oestroem veio com uma linguagem neoexpressionista, herdada da Alemanha. Mas mesmo tendo a densidade do expressionismo, manteve-se embebido de cores - analisa Sandra.

Retornou com um olhar para o construtivismo brasileiro e desenvolveu uma linguagem própria, rompendo com a escola europeia. E colheu frutos: foi premiado no 9o Salão Nacional de Artes Plásticas (Rio de Janeiro) em 1986 e participou do Panorama de Arte Atual Brasileira, no Museu de Arte Moderna (São Paulo) em 1993. No mesmo ano foi premiado com o primeiro lugar no Salão Victor Meirelles, com a obra Os Intocáveis. 

EXPOSIÇÃO É UMA CONSAGRAÇÃO

A celebração oportuna da obra de Oestroem começou a partir da ideia de se fazer um livro e acabou seguindo pelo caminho de uma mostra retrospectiva conjugada a ações educativas, como oficinas de esculturas criativas para crianças e visitas de escolas. Para o artista é uma consagração de sua produção:

- A arte rejuvenesce as pessoas. A busca de uma nova linguagem ou nova invenção dá prazer imensurável. Não me interesso por um estilo, por uma questão. Tudo é móvel e tudo se transforma. É um meio de me mover nessa direção - afirma.


A exposição terá 30 obras, entre elas telas de variados tamanhos e suas incursões pela escultura. Já o catálogo tem formato de livro com 228 páginas, reproduções de obras, registros de exposições e textos críticos de Ivo Mesquita, Sandra Makowiecky, Kamilla Nunes e Yara Guasque, curadoria e projeto gráfico de Vanessa Schultz, pesquisa de Fernando Boppré, texto biográfico de Fifo Lima, reproduções de Tarcísio Mattos, Eduardo Marques e Eduardo Trauer e edição de Dennis Radünz. O projeto foi realizado com recursos de renúncia fiscal, via Lei Rouanet, com o patrocínio de empresários de Santa Catarina. - Estou cansado da pintura e me direcionando ao tridimensional. Inventando técnicas - diz o artista, ao final. Oetroem segue se reinventando. 

AGENDE-SE
O quê: exposição de Rubens Oestroem e lançamento de catálogo
Quando: abertura sexta-feira, às 19h.Visitação até 24/12, de segunda a sexta, das 9h às 18h30min, e aos sábados, das 9h às 13h 
Onde: Helena Fretta Galeria de Arte (Rua Presidente Coutinho, 532, Centro, Florianópolis) 
Informações: (48) 3223-0913 / helenafretta.com.br

DIÁRIO CATARINENSE
Reprodução / Reprodução

Obra feita em 1983 quando Oestroem vivia na Alemanha
Foto:  Reprodução  /  Reprodução


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