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Itapema FM  | 12/11/2015 16h48min

Em Florianópolis, Social Good Brasil debate inovação social em empresas e na gestão pública

Americana Alexa Clay analisou a importância da economia informal e de pessoas consideradas desajustadas - como gangsters e hackers - para inspirar e estimular a economia formal

Ingrid Santos  |  ingrid.santos@diariocatarinense.com.br

"O poder que você e a sua 'muvuca' têm de fazer uma transformação no mundo". Assim o mestre de cerimônias Edgard Gouveia, cofundador do Instituto Elos, definiu o tema da quarta edição do seminário Social Good Brasil, chamado de "Crowd to Crowd", na tarde desta quinta-feira no Teatro do Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianópolis. O primeiro dia do evento abordou temáticas como inovação social em empresas, inovação na gestão pública e economia colaborativa. A primeira palestrante do dia foi a americana Alexa Clay, autora do livro “A Economia dos desajustados”.

Na obra, lançada nacionalmente no CIC após o término do evento, a pesquisadora analisa a importância da economia informal e de pessoas consideradas desajustadas — como gângsteres e hackers — para inspirar e estimular a evolução da economia formal. Durante o primeiro bloco do SGBrasil, Alexa Clay disse que “é preciso sair das bolhas onde vivemos e entrar em contato com as pessoas de quem não ouvimos falar, que estão à margem da legalidade”. Ela afirmou que a economia informal representa até 67% das atividades econômicas em muitos países.

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Social Good Brasil debate inovação e tecnologia em Florianópolis

Perguntada sobre o “jeitinho brasileiro”, durante o painel que apresentou juntamente com José Marcelo Zacchi, do Navegador da Globo News, Alexa afirmou:

— Tenho muitos amigos brasileiros. Adoro esse espírito da inovação, de estar disposto a correr risco.

Para ela, a Alemanha é um país com características opostas ao Brasil nesse sentido.

— Os brasileiros podem criar e depois os alemães podem ajudar a executar — brincou.

Votação define três finalistas do SGB Lab

No início do segundo bloco do evento, representantes da Fundação Telefônica - Vivo, Itaú, Natura e Instituto C&A apresentaram cases de inovação e compartilharam experiências. Em seguida, foi a vez de os seis finalistas do SGB Lab — laboratório de inovação para projetos e empreendedores sociais — apresentarem seus projetos ao público. Entre as propostas, estavam iniciativas de melhoria do ensino em escolas públicas, proteção ao meio ambiente e inclusão social. Ao longo do evento, os participantes puderam votar em seus projetos preferidos, e os três selecionados para receber o fundo de investimento semente serão conhecidos nesta sexta-feira.

Inovação no setor público é possível

— É um erro imenso achar que governo é só corrupção e burocracia — afirmou Joice Toyota, do Vetor Brasil, durante o painel “Inovando em governo: mudando a gestão pública de dentro pra fora”.

Ela defende que há espaço para inovar no governo e que trabalhar nesse setor é uma oportunidade de as pessoas mudarem tudo aquilo que criticam na gestão pública.

Para Cristiano Ferri, do Laboratório Hacker da Câmara dos Deputados, os processos extremamente burocráticos já não funcionam mais, por isso é preciso discutir novos modelos com a participação da sociedade e de maneira sustentável. Roberto Agune, do iGov, também defendeu a inovação no setor público e afirmou que os governos devem aprender a tratar as pessoas como cidadãos únicos e precisam ser hiperlocais:

— São Paulo tem cinco mil escolas. Precisamos cuidar de uma escola por vez.

Economia colaborativa gera impacto social

No último painel do dia, Lorrana Scarpioni falou sobre a Bliive, plataforma digital de troca de conhecimentos criada por ela:

— É uma plataforma onde a gente diz que as pessoas têm valor, que o valor está nelas. Temos muitos recursos, e vemos que a crise não é uma imposição, mas sim uma opção.

Diego Reeberg, fundador do Catarse, também participou do debate “Economia colaborativa e impacto social: como produzir e consumir diferente pode melhorar o mundo?”. Ele relatou que em cinco anos, mais de dois mil projetos foram financiados e mais de R$ 35 milhões foram levantados no Catarse.

— Muito mais do que o ‘funding’, que é o dinheiro, o maior recurso é o ‘crowd’, as pessoas engajadas em ver esses projetos acontecerem.

Heloísa Neves, da Fab Lab Brasil e WE FAB, explicou que o objetivo da empresa é reunir as pessoas que fazem “gambiarras” e dar capacitação para elas.

— Juntos podemos investir em projetos que tenham mais impacto.

Também foi convidada para o painel Sophie Reynolds, da Nesta UK. Ela não pôde comparecer ao evento, mas gravou um vídeo, que foi exibido ao público.

Confira a programação desta sexta-feira

13h50min - Objetivos de desenvolvimento sustentável na luta global por um mundo melhor e mais justo

Com a presença de um perito no assunto dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), tratados pela Organização das Nações Unidas (ONU), o debate trata de temas como como mudanças climáticas e educação. Além de discutir como as tecnologias e ações inovadoras podem ajudar a desenvolver meio de vida e economia mais sustentáveis.

Painelistas: Kate Bennett (Kiva) e Haroldo Machado Filho (ONU). Moderadora: Carolina de Andrade (SGB)

14h15min - Empoderamento feminino: o que a tecnologia tem a ver com isso? Painelistas: Anielle Guedes (Urban 3D) e Camila Achutti (Blog Mulheres na Computação). Moderadora: Fernanda Bornhausen Sá (SGB). Insider: Sam Shiraishi (Blog "A Vida Como a Vida Quer")

14h55min - O poder do coletivo para mudar a trajetória do clima

Painelistas: Nicole Figueiredo Oliveira (350.org) e João Alexandre de Freitas Neto (ASA/SE). Moderador: Renato Guimarães (Together e Greenpeace)

15h35min - Repensando educação para um novo mundo

Convidada: Anna Penido (Instituto Inspirare). Questionadores: Diego Calegari (Secretaria Estadual de Educação de SC), Julia Almeida Oliveira (Estudante e Jovem Embaixadora da Educação), Pauline Ataide (Integradora do Núcleo de Tecnologias em Educação) e Josi Zanette do Canto (RExLab). Moderadora: Lúcia Dellagnelo (IIEB - Iniciativa para Inovação na Educação Brasileira).

17h20min - Não tem idade para começar a melhorar o mundo: pílula play the call

Painelista: Edgard Gouveia Júnior (PTC).

17h35min - Novo filme SGB

Envolvidos no documentário sobre personagens e empresas que buscam não apenas o lucro, mas nova perspectiva para a sociedade, debaterão a forma como vídeos podem inspirar mudanças, entre eles o publicitário Ronaldo Tenório, diretor executivo da Hand Talk, que teve seu aplicativo eleito pela ONU o melhor app social do mundo.

Painelistas: Ronaldo Tenório (Hand Talk), Carol Gesser e Will Martins (Diretores) e Luciane Pinheiro (Tractebel Energia). Moderadora: Ana Paula Santos (SGB).

18h10min - Escalando impacto positivo no mundo com organizações que pensam e agem exponencialmente

l Painelistas: Leonardo Aguiar (Laduo e Mirach) e Luis Fernando Guggenberguer (Fundação Telefônica - Vivo).

18h40min - Inovação e tecnologia potencializando resultados de organizações sociais

Na última apresentação do Social Good Brasil estará em pauta as ações das organizações sociais como agentes inovadores a partir de novas lideranças e e tecnologias. Para debater o tema estará a representante do Google.org Kim Farrel, responsável pela equipe de marketing com foco na reputação de marca e em projetos de impacto social. Em 2014, ela liderou o "Desafio de Impacto Social Google" no Brasil, iniciativa que premiou com R$ 7 milhões 10 organizações sem fins lucrativos brasileiras que buscam resolver problemas sociais usando tecnologia.

Painelistas: Kim Farrell (Google.org) e Maria Sylvia Aparecida de Oliveira (Geledés - Instituto da Mulher Negra). Moderador: Anderson Giovani da Silva (ICom).

DIÁRIO CATARINENSE
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