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Itapema FM  | 29/10/2015 15h22min

Nicole Kidman vai bem, mas roteiro compromete "Grace de Mônaco"

Filme que narra história da atriz Grace Kelly está em cartaz nos cinemas

Daniel Feix  |  daniel.feix@zerohora.com.br

Dirigida por Olivier Dahan (de "Piaf"), Nicole Kidman interpreta atriz que abandonou Hollywood para casar com príncipe Foto: PlayArte Filmes / Divulgação

A epígrafe sobre a tela escura, no início de Grace de Mônaco, dá o tom da trama que se desenrola a seguir: "A ideia de que minha vida foi um conto de fadas é em si um conto de fadas – Grace Kelly".

O diretor Olivier Dahan, que antes já se dedicara a outra mulher fascinante do século 20 em Piaf: Um Hino ao Amor (2007), agora oferece seu olhar atencioso – e às vezes piedoso, condescendente – à atriz que abandonou Hollywood para se casar com o príncipe Rainier III de Mônaco e, assim, integrar uma família real europeia.

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A produção foi tumultuada desde o princípio: Dahan chegou a renegar o projeto devido às interferências dos produtores, da família norte-americana de Grace Kelly e dos herdeiros nobres, que pediram em comunicado para que o longa não fosse chamado "sob nenhuma circunstância de biográfico".

A recepção negativa após a première, na abertura do Festival de Cannes do ano passado, fez com que a estreia nos EUA fosse cancelada – por lá, Grace de Mônaco foi apresentado como telefilme pelo canal Lifetime.

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A tela grande faz bem a Nicole Kidman, que encarna com competência uma Grace Kelly às vezes injustiçada mas sempre empenhada em tornar o mundo melhor.

Concentrada em 1962, a trama acompanha a derrocada de seu casamento em meio à crise resultante do isolamento a que o principado foi submetido pela França à época governada por Charles De Gaulle.

Grace desempenha papel fundamental na resolução do conflito quando enfim decide não atender aos pedidos do diretor Alfred Hitchcock para protagonizar Marnie – Confissões de uma Ladra (1964), esquecendo o cinema e entrando em definitivo no jogo de cena do poder.

Talvez Dahan tenha superdimensionado o papel de sua princesa no processo – e, por consequência, exagerado no retrato da impotência política de Rainier III (papel de Tim Roth).

Os atores estão todos bem, com destaque para o padre vivido por Frank Langella. Melhores do que os próprios personagens, que no roteiro de Arash Amel são quase sempre prejudicados pelas soluções óbvias – que os façam ser mais facilmente entendidos pelo grande público.

A princesa imperfeita virou o jogo, mas não se tornou perfeita, como sugere Grace de Mônaco.

Grace de Mônaco
De Olivier Dahan
Drama, EUA/França/Bélgica/Itália, 2014, 102min, 12 anos.
Em cartaz no circuito de cinemas.
Cotação: 2 estrelas (de 5).

DANIEL FEIX
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