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Itapema FM  | 03/09/2015 03h01min

Gustavo Brigatti: "Until Dawn" renova os dramas interativos

Jogo acrescenta altas doses de terror e suspense e oferece liberdade narrativa para o jogador

Gustavo Brigatti  |  gustavo.brigatti@zerohora.com.br

Existe uma categoria de jogo que parece fadada ao fracasso, mas que impressiona pela persistência: os dramas interativos. São títulos que, via de regra, oscilam entre um filme ruim e um game chato (e vice-versa). Felizmente, não é o caso de Until Dawn, jogo exclusivo para PlayStation 4 que acabou de sair.

Antes, que fique registrado meu respeito pelas inúmeras tentativas de misturar cinema com videogame. Clássicos dos anos 1990, como A Fera Interior e Phantasmagoria, podem ter envelhecido mal, enquanto títulos recentes, como Beyond – Two Souls, fracassaram pela completa falta de carisma – mas foi graças a eles que chegamos a bons resultados como Heavy Rain (2010) e este Until Dawn.

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O que separa o jogo da Supermassive Games dos outros do gênero, a meu ver, é justamente ter ido além do formato consagrado por seus antecessores. Aos elementos típicos de dramas interativos (quick time events, exploração do cenário, uma história de mistério a ser desvendada) foi acrescido um sistema baseado no chamado efeito borboleta – o que significa que cada decisão tomada levará o jogador a um caminho distinto na trama, bem como a mudanças no comportamento dos protagonistas.



Em um primeiro momento, isso significa que temos um produto com vida útil longa – algo anormal para um drama interativo, fadado à repetição infinita. Mas a mecânica também confere dinamismo e tensão para Until Dawn: é impossível não passar boa parte do tempo duvidando de uma decisão tomada – sensação potencializada pelo cenário de horror e suspense que a desenvolvedora propõe.

A história é manjada, típica de filme de terror adolescente dos anos 1980/90, mas suficiente para prender a atenção do jogador: isolado em uma cabana nas montanhas, um grupo de jovens precisa sobreviver a um serial killer. Nesse ínterim, pistas sobre o lugar e sobre acontecimentos anteriores vão ajudando a entender a suposta motivação do assassino. O toque final é dado por um verniz sobrenatural envolvendo mitologia indígena.

Há ainda um "que" de metalinguagem, já que os donos da cabana onde a gurizada vai curtir a noite são realizadores de filmes de terror (e fica aqui a nossa homenagem a Wes Craven, um dos mestres nessa arte que morreu no último domingo). Não faltam cenas fortes de mortes e assassinatos – algumas lembrando a franquia Jogos Mortais –, mas o grande barato é mesmo mergulhar fundo na história, investigar cada canto do cenário atrás de pistas e tomar muitos sustos. E depois fazer tudo de novo, só que diferente.

SEGUNDO CADERNO
reprodução / Divulgação

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Foto:  reprodução  /  Divulgação


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