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Itapema FM  | 30/08/2015 07h

Santo Forte, primeira série brasileira do AXN, estreia neste domingo

"O público de qualquer país tem a tendência de querer se ver na tela", leia entrevista com o diretor Roberto D'Avila

Sansara Buriti  |  buritisansara@gmail.com


Protagonizada por Vinícius de Oliveira, conhecido por interpretar o menino do filme Central do Brasil, a série Santo Forte apresenta a história de João da Cruz Forte. Casado, pai de dois filhos e morador do subúrbio do Rio de Janeiro, ele garante o sustento da família trabalhando como taxista. Poderia ser mais um homem comum, não fosse o fato de ter poderes sobrenaturais e corpo fechado. Ele é capaz de ver e sentir os dramas dos passageiros, fazendo de tudo para ajudá-los.

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O primeiro episódio da série vai ao ar neste domingo (30), às 21h, no canal pago AXN. Essa é a primeira série brasileira produzida pelo canal em parceria com a produtora Mooshot Pictures, do Rio de Janeiro.
Confira entrevista com o diretor geral da série e da Moonshot Pictures, Roberto D'Avila.

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O público brasileiro está mais aberto ao consumo de conteúdo nacional?

Acredito que o público de qualquer país tem a tendência de querer se ver na tela. Isso acontece em todos os lugares, acontece na música. Hoje em dia não se vende mais disco, mas quando se vendia, 80% do mercado fonográfico sempre foi de música brasileira de todos os gêneros. Na televisão não é diferente. Obviamente que entre um produto ruim e brasileiro e um produto bom e internacional, pode ser que a pessoa assista o bom e internacional.

Quando produzimos o Brazil Next Top Model, na Sony, o canal também exibia o  American Next Top Model,  mas o feedback que eles deram para gente é que o Brazil Next Top Model dava mais audiência do que a produção americana, que tinha orçamento muito maior. Ainda assim, a gente tinha um produto bastante qualificado e descobrimos que o público preferia ver as suas meninas na tela do que ver as meninas americanas.

Como você avalia o impacto da A lei da TV paga no crescimento de obras brasileiras?

 A gente tem um impacto grande de aumento de produção, só que não vejo apenas como uma necessidade ou obrigatoriedade da TV paga e, sim, como reflexo da responsabilidade em fazer um conteúdo de qualidade. Os canais não têm só de colocar conteúdo brasileiro, mas também ter um cuidado enorme para que seja adequado, fazendo com que eles cresçam com essas produções - esse é inclusive o objetivo principal da lei. Não é só fazer mais e dar a chance de se fazer mais, mas refletir a audiência, as pessoas, a gente, a nossa cultura na tela.

E como foi produzir Santo Forte em parceria com o AXN?

Foi excelente. O projeto já tinha chegado no AXN há alguns anos, em 2008, e já havia um convencimento por parte do canal de que aquilo era um conteúdo adequado, eles só ainda não tinham tomado a decisão de começar a produzir séries originais no Brasil.  Quando isso aconteceu, foi quase que natural começar pelo projeto do Santo Forte. Na fase de produção, trabalhamos com mais ou menos 70 pessoas de equipe e quase 150 atores com fala, que é um balizador para nós ter um ator e não um figurante.

Você acredita que  futuramente o Brasil pode ser uma referência na exportação de séries, assim como faz com a produção de novelas?

O que acontece mundialmente é que se exporta pouco ou se exporta cada vez menos produtos de televisão, com a exceção dos Estados Unidos que há décadas investiu nisso e  têm todo um sistema para vender seus próprios produtos. Raramente você vê produtos de outros países na televisão brasileira, com as exceções da novela mexicana no SBT,  alguma coisa na TV paga. Então é mais eficiente uma novela feita aqui, pensando no seu próprio público do que uma novela produzida na Venezuela e exibida aqui em horário nobre, por exemplo.

Além disso, exportar séries faladas em português é um pouco difícil. O Brasil exporta pouco, acho que agora que a gente está fazendo muito mais coisas, isso tem chance. No caso de Santo Forte, eu acho que tem uma chance de  viajar como produto, sim, porque mostra o outro lado do Rio de Janeiro que o estrangeiro não conhece.

Pode ser uma coisa de curiosidade somada à temática de realismo fantástico também. Esse mesmo tipo de história pode naturalmente ser contada em outros lugares que possuem religião espírita como México ou o Sul dos Estados Unidos.

DIÁRIO CATARINENSE
AXN / Divulgação

Vinícius de Oliveira interpreta um taxista com poderes sobrenaturais na série Santo Forte.
Foto:  AXN  /  Divulgação


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