Prepare-se para a maratona: é impossível assistir a apenas um ou dois episódios por vez de Narcos.

A estratégia da Netflix de colocar a temporada inteira à disposição estimula o espectador a mergulhar no universo de Pablo Escobar e de seus perseguidores, convidando a encarar as cerca de oito horas de produção quase de uma só vez aos 10 episódios. José Padilha imprime ritmo à produção, alternando com precisão momentos dramáticos com eletrizantes cenas de ação e tensão. O público é instigado a acompanhar com o mesmo interesse tanto os episódios ligados à vida dos chefões do tráfico quanto as articulações legais, políticas, policiais, militares e civis para desmantelar o violento cartel colombiano.

Assista ao comentário de Roger Lerina:



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Como em Tropa de Elite, a narração em off de Narcos ajuda a tornar a trama mais clara, trazendo informações de forma didática sem ser aborrecida. Ainda que não avance muito na construção psicológica dos policiais Steve Murphy e Javier Peña, ambos figuras reais, a série deixa claro que para eles, no vale-tudo para controlar a commodity cocaína, o bem e o mal são conceitos relativos – como afirma a frase de divulgação da atração. As crônicas de Narcos concentram-se mesmo na figura de Pablo Escobar: Wagner Moura impressiona no papel desse personagem complexo, considerado tanto como um assassino frio e sanguinário quanto como um Robin Hood dos desvalidos colombianos. Graças ao talento do ator brasileiro, questões como seu sotaque ficam em segundo plano diante do retrato ao mesmo tempo sedutor e amedrontador que constrói do protagonista.

Ah, e sem spoiler: o final deixa em aberto a possibilidade de uma segunda temporada, viu?

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* Zero Hora