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Itapema FM  | 26/03/2015 05h01min

Gustavo Brigatti: "Bloodborne" é um passeio pelas trevas

Exclusivo para PS4 alia refinamento gráfico e altíssimo nível de dificuldade

Gustavo Brigatti  |  gustavo.brigatti@zerohora.com.br

Você pode não gostar de sushi, achar animes um negócio superestimado e ignorar completamente a existência do teatro kabuki. Mas uma coisa não dá para negar: ninguém faz jogos de terror como os japoneses. Depois do arrepiante The Evil Within e da ressurreição de Resident Evil, Bloodborne chega para colocar mais algumas pedrinhas de gelo no seu sangue.

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Lançado nesta semana exclusivamente para PS4, Bloodborne é mais uma criação de Hidetaka Miyazaki, diretor dos impressionantes Demon’s Souls e Dark Souls. De seus trabalhos anteriores, ele trouxe o alto nível de dificuldade e o extremo zelo gráfico, reconhecido na construção minuciosa da cidade de Yharnam – que parece recém-saída da Idade Média direto para um conto gótico de Edgar Allan Poe.

Pelas ruas, fileiras de caixões, carruagens tombadas e toda sorte de detritos mostram que algo deu muito errado por ali. Quem não está morto ou virado num monstrengo medonho (que parece o Mr. Hyde daquele desenho clássico do Pernalonga!) está trancado dentro de casa sem nenhuma vontade de sair. Ou seja, é só você e um par de armas para livrar Yharnam de uma espécie de praga ancestral.

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A cidade, aliás, é uma das protagonistas de Bloodborne. Espécie de labirinto vertical e horizontal, com escadas que se ligam com telhados que dão em becos, que chegam a túneis, entram em casas, sobem e descem em elevadores e voltam para outras escadas. Em muitos momentos, chega a lembrar as obras de construções impossíveis do artista holandês M.C. Escher.

O mesmo cuidado se aplica à trilha sonora, que completa o clima de horror criado por Miyazaki. Gravada por orquestras em catedrais e estúdios ao redor do mundo, a música de Bloodborne é parte não apenas da ação, mas do ambiente como um todo, composta ao redor de edificações e ressoando nos personagens.



O nível de customização dos bonecos também é digno de nota. Eu, por exemplo, criei um sujeito que é a cara de Clint Eastwood e lhe dei o nome de Sr. Kowalski, singela homenagem ao rabugento vizinho de Gran Torino. Mas já teve gente, por exemplo, que criou o Coringa e a Mary Poppins.

Todo esse cuidado tem um preço: Bloodborne é bem difícil e exige sangue frio e nervos de aço. Se você está acostumado aos hack n’ slash cartunesco estilo God of War, vai se frustrar logo nas primeiras horas. Porque Bloodborne não é um jogo para gente que gosta de terminar jogos. Ele foi feito para ser apreciado sem correria, saboreado em todo seu horror apocalíptico. Como um bom jogo de terror japonês.

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