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Itapema FM  | 18/12/2014 10h02min

Thiago Momm faz retrospectiva da coluna de literatura em 2014

Aproveitando o final do ano, colunista resume o que foi proposto neste espaço desde a estreia, em agosto, e quais as ideias para 2015

Atualizada às 10h02min Thiago Momm  |  thiagomomm@gmail.com

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O que o leitor gostaria de encontrar nesta coluna? Aproveitando o final de ano, resumo o que foi proposto aqui desde a estreia, em agosto, e quais as ideias para 2015. Sugestões são obviamente bem-vindas.

O primeiro texto deste espaço foi sobre visitar casas de escritores, o que implica a tolice de "literarizar alguém literário, objetivar quem briga pelo objetivo". Um mês depois, falei do fim das livrarias como as conhecíamos, ou o dia em que nem aquele L&PM de bolso da Jane Austen estava mais lá. Outro dia, comentei sobre "um novo animal literário por aí: a série ambiciosa de TV americana", representada por seriados como Mad Men, em que o criador parte mais de referências literárias que audiovisuais.

Gosto de temas como esses três porque vão além das resenhas, mas fiquei devendo mais sobre eles. Essa é uma promessa para o próximo ano.

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Nas resenhas em si, corri algumas vezes o risco de falar, no mesmo texto, sobre vários livros de um mesmo autor. É claro que isso tende a superficializar a avaliação de cada obra, mas dá uma visão mais panorâmica de uma carreira e sugere leituras além do título mais conhecido ou recém-lançado. Escrevi textos assim sobre Mia Couto, Jonathan Franzen, Allain de Botton e Luis Felipe Pondé.

Nas resenhas de um livro só, nem sempre me pautei pela agenda oficial de lançamentos, o que quero fazer mais em 2015. Não que seguir a agenda deva ser obrigatório. Quando você se dá conta de que A Arte de Amar, de Ovídio, é como um manifesto bimilenar da micareta (a coluna de 16 de outubro), talvez não precise esperar por alguma reimpressão. Também foi o caso, entre outros, do texto em que estilinguei as duas principais coletâneas de jovens escritores brasileiros, publicadas em 2011 e 2012.

A questão é ter pelo menos um bom motivo pessoal, para não cair em resenhas aleatórias. Mas gosto de como a agenda oficial pode sintonizar conversas. Para quem anda assistindo Mad Men, que termina no ano que vem, foi recomendada aqui a leitura do livraço A Via Revolucionária, que é de 1961, mas só foi lançado no Brasil agora e complementa perfeitamente o seriado. Também baseado na agenda resenhei As Fantasias Eletivas, do catarinense Carlos Henrique Schroeder, há duas semanas. Ele respondeu aos meus petelecos como um gentleman e tivemos uma ótima conversa literária por e-mail.

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O tema da discussão, aliás, está na alma de muito do que é escrito aqui: minha batalha aberta e de longa data contra a moda metaficcional contemporânea e seus personagens escritores. Como argumentei para Schroeder e devo voltar a insistir muitas vezes, a metaficção e os malabarismos técnicos jogam uma cortina de fumaça sobre o que muitas vezes é, nessa linha de autores, uma visão social no mínimo preguiçosa. Pior ainda, faz com que eles vendam menos e percam em relevância para autores de seriados e filmes, prejuízos que imaginam poder ser explicados pelo seu excesso de sensibilidade.

Essa é uma das minhas obsessões, mas discordâncias, como sugestões, também são obviamente bem-vindas.

ANEXO
Germano Rorato / Agencia RBS

Livro As Fantasias Eletivas, do catarinense Carlos Henrique Schroeder, foi resenhado na coluna há duas semanas
Foto:  Germano Rorato  /  Agencia RBS


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