Itapema FM | 21/11/2014 11h01min
O barulhinho bom de Cassim & Barbária
As definições variam. "Mais sombrio", arrisca o integrante recém-efetivado Manolo K (bateria). "Mais difuso", despista Eduardo Xuxu (voz, guitarra, sintetizadores e baixo). "Com cores mais 'desbotadas', tons mais 'góticos', com aquele lado "tribal", enxerga Cassiano Fagundes (voz, violão e guitarra). "No final, acabou sendo um disco bastante curto", atesta Gabriel Orlandi (guitarra, ruídos e vocais). Mas não importa o adjetivo utilizado: a banda nunca soou tão diferente quanto neste Cassim & Barbária III.
Gravado com recursos do Prêmio Elisabete Anderle de Incentivo à Cultura, o terceiro álbum do quarteto de Florianópolis revela melodias inesperadas para uma carreira notabilizada pelo barulho. As distorções e os andamentos tortos estão presentes, mas o que sobressai em músicas como Dying e Cânion é a delicadeza lisérgica. Tal faceta chega ao ápice em The All American Apologies Technique, um folk solar que enternece tanto quanto os passarinhos que cantam na instrumental Suas Manhãs Serão bem Melhores Agora.
Já que a vida também é feita de som & fúria, nos 37 minutos de duração do disco a reputação anticomercial do grupo é reforçada pela agonizante Esgar e pelo paredão de Laguna Schmoll. Perto delas, Stepanek e Bargeld (homenagem a Blixa Bargeld, alemão que tocou com Nick Cave e no Einstürzende Neubauten) descem macias, sem abdicar de sua vocação "difícil". Nenhuma vai tocar no rádio. E daí? Os caras do Cassim & Barbária não têm esse tipo de preocupação mundana. Seu compromisso é com a Arte.
Confira o áudio do disco:
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