Notícias

Itapema FM  | 30/10/2014 08h28min

Cinebiografia "Tim Maia" destaca talento do cantor que fez a ponte da soul music com o Brasil

Filme tem como ponto alto a década de 70, quando Tim Maia lançou seus mais aclamados discos

Em cartaz a partir desta quinta-feira, a cinebiografia Tim Maia destaca diferentes fases da vida do cantor: a infância pobre no bairro carioca da Tijuca, o sonho de ser estrela do rock,  a temporada nos Estados Unidos que o aproximou da soul music, a briga com Roberto Carlos, os primeiros sucessos, a fase esotérica, a derrocada no final dos anos 1970 e a volta por cima na década de 1980.

Leia mais
::: Fabiano Moraes: um filme sobre Tim Maia
::: Altos e baixos da turbulenta vida do cantor


Conexão Tijuca/Nova York
Caçula de 12 irmãos, Sebastião Rodrigues Maia nasce no bairro da Tijuca, no Rio,  em 28 de setembro de 1942. Apaixonado por rock’n’roll e incentivado pelo pai, dono de uma pensão, o jovem Tião (vivido no filme por Robson Nunes)  participa de grupos como o The Sputniks, formação de 1957 que contava com outro adolescente sonhador, Roberto Carlos. O conjunto chega a se apresentar no programa da TV Tupi Clube do Rock, mas fica pequeno para as ambições dos dois rapazes, que rompem ruidosamente. O agora renomeado Tim Maia pula fora, e o futuro Rei começa seu voo rumo à fama. Com US$ 12 no bolso e sem saber falar inglês, Tim realiza, em 1959, o sonho de ir para Nova York (as filmagens foram em locações reais) . A imersão na música negra americana é transformadora. Tim toca com músicos locais, faz bicos e já ensaia a vida louca que o consumiria. Em 1963, se envolve com amigos no roubo de um carro, é preso na Flórida e deportado dos EUA.

Bronca com o Rei
De volta ao Brasil, Tim Maia vai para São Paulo, em 1964, e tenta se reaproximar de Roberto, já um ídolo nacional. O filme reconstitui o apogeu da Jovem Guarda e mostra Roberto (papel de George Sauma) como um sujeito vaidoso que esnoba e humilha o velho amigo até reconhecer nele um compositor talentoso. Tim entrega a Roberto o hit com pegada de soul music Não Vou Ficar, gravado por este em seu disco de 1969. 

— Roberto Carlos autorizou o uso de sua imagem e leu o roteiro – afirma o diretor de Tim Maia, Mauro Lima. – Não sei o que ele vai achar do filme. Espero que goste. É uma obra de ficção, mas nada do que está no filme saiu da minha cabeça. Esse episódio está em diferentes relatos, inclusive no livro que o Roberto proibiu.

A partir daí, tem início grandes momentos musicais na tela: Tim Maia (agora encarnado em Babu Santana) ganha o aval para gravar seu primeiro disco, em 1970, e arrasa com faixas antológicas: Coroné Antônio Bento, Primavera (Vai Chuva), Azul da Cor do Mar, entre outras que fazem dele um dos gigantes da música brasileira.

Ascensão e queda Racional
Fama e fortuna chegam no embalo de grandes discos lançados entre 1971 e 1973, que colocam Tim nas paradas com Festa do Santo Reis, Não Quero Dinheiro (Só Quero Amar), Réu Confesso e Gostava Tanto de Você.  O filme mergulha com o artista na fase sexo, drogas e mais drogas, na passagem pela efervescente Londres e nos barracos românticos.

Em 1975, no auge do sucesso, Tim dá uma guinada radical: converte-se à peculiar doutrina Cultura Racional, guiada pelas divagações filosóficas-esotéricas do livro Universo em Desencanto, e decide se afastar do álcool e da bebida. Com a voz melhor do que nunca e uma banda em estado de graça, apresenta à gravadora sua obra-prima, o álbum duplo Tim Maia Racional, que é rejeitado por conta das letras com pregação de sua nova fé. Decide lançar o disco por conta própria em dois volumes e encara o fracasso comercial. Após romper com a seita, Tim retira os álbuns de circulação e os transforma em objeto de culto. Volta com tudo aos excessos químicos e etílicos, afundando numa ruína financeira e pessoal.

— A fase Racional é com a qual mais me identifico. É genial – diz Babu Santana.

Descobridor dos Sete Mares
Tim Maia tem como ponto de partida e chegada o momento que simbolizou uma volta por cima do artista: o show de lançamento do disco O Descobridor dos Sete Mares (1983) — a faixa-título estourou nas rádios.

— Optamos por fazer apenas uma referência a essa fase do Tim porque é a mais presente no imaginário popular, com ele reclamando do som, dando cano em show – explica Mauro Lima. – Nessa época, Tim torna-se um personagem repetitivo, e isto não rende muito dramaturgicamente. Pensei que seria mais interessante estabelecer um arco dramático da juventude dele na Tijuca ao álbum Tim Maia Disco Clube (1978), que simboliza seu renascimento comercial após o envolvimento com a seita (é o disco que tem Sossego, cuja criação é responsável por outro momento musical de destaque no filme).

Ouça grandes sucessos de Tim Maia

Veja o trailer do filme 

ZERO HORA
Paprica Fotografia / Divulgação

Robson Nunes interpreta Tim Maia na juventude
Foto:  Paprica Fotografia  /  Divulgação


Comente esta matéria
Sintonize a Itapema em Florianópolis 98.7, em Joinville, sintonize 95.3

Grupo RBS Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2009
clicRBS.com.br • Todos os direitos reservados.