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Itapema FM  | 02/10/2014 06h05min

Atores de SC participam de festival de palhaços em campos de refugiados

Traço Cia de Teatro é a única brasileira a participar da segunda edição do Festiclown Palestina, que ocorre até o dia 9 de outubro

Carol Macário  |  caroline.macario@diario.com.br

Ao lado da Igrejinha de Pedra no bairro Rio Tavares, em Florianópolis, fica a sala de ensaios da Traço Cia de Teatro. Sexta-feira passada os atores Débora de Matos e Egon Seidler ensaiavam, incansáveis, as gags de seus personagens-palhaços Esmeralda e Jubi com o cuidado de não assustar o povo palestino com tanta brasilidade. Exatamente agora, enquanto você lê essas palavras, eles estão numa área de guerra e conflito na Cisjordânia para tentar levar um pouco de riso a quem vive em constante tensão. Eles são os únicos brasileiros a participar do 2º Festiclown Palestina, festival de palhaços em campos de refugiados que começou ontem e segue até o dia 9 de outubro nas cidades de Belém, Jerusalém, Nablus, Ramalá e Vale do Jordão.

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Há quatro anos a companhia catarinense fundada em 2001 realiza o projeto (A)Gentes do Riso junto aos pacientes do Hospital Infantil Joana de Gusmão, na Capital. Esse mesmo trabalho está sendo apresentado nos hospitais árabes. Mesmo sem saber o idioma, os atores confiam numa comunicação que é universal e inerente ao ser humano: o sorriso. Claro, tem truque de mágica, música e o jogo clássico de palhaços.

— Nos hospitais temos o apoio de outras formas de comunicação e já estamos acostumados com a questão da fala. Acreditamos que o palhaço trabalha com um princípio que é de todo ser humano, porque todo mundo pode ser estúpido e ridículo— diz o ator Egon Siedler.

O espetáculo levado para o Oriente Médio é uma extensão do (A)Gentes do Riso e está sendo apresentado também nas ruas, praças e teatros.

Débora e Egon embarcaram no domingo à noite de Florianópolis e se juntaram a outros 13 artistas de diferentes países para a segunda edição do Festival. Por questões de segurança, apenas 15 pessoas tiveram autorização para participar.

— Ficamos com medo porque o evento estava marcado para ocorrer em janeiro passado no Líbano e o cancelaram porque as autoridades não podiam garantir a segurança — comenta Egon.

Riso contra a tensão

O evento é organizado pelo Pallasos em Rebeldia, organização espanhola dirigida por Iván Prado cujo propósito é levar a arte da palhaçaria para locais onde existem conflitos militares ou injustiças sociais. A primeira edição do Festiclown Palestina foi em 2011 e outras edições do evento foram realizadas em várias partes do mundo, inclusive em favelas cariocas e em aldeia indígena do Nordeste do Brasil. É de lá que a Traço Cia de Teatro conheceu o trabalho de Iván.

— Conhecemos Iván Prado no Rio de Janeiro, no Festival Anjos do Picadeiro, há cerca de quatro anos. Depois ele veio para Florianópolis participar do festival RiCatarina e os laços se estreitaram — conta Débora.

Hoje a Traço é uma das parceiras no Brasil do Pallasos em Rebeldia.

A participação dos artistas catarinenses está sendo subsidiada pelo projeto Esmeralda e Jubi - Festiclown Palestina, por meio do Edital de Intercâmbio 2/2013 do Ministério da Cultura.

DIÁRIO CATARINENSE
Marco Favero / Agência RBS

Palhaços Esmeralda e Jubi na sede da Traço Cia de Teatro em Florianópolis
Foto:  Marco Favero  /  Agência RBS


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