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Itapema FM  | 17/08/2014 14h45min

Júri confuso distribui prêmios a sete dos oito filmes brasileiros em Gramado

Festival terminou sem apresentar produções arrebatadoras

Atualizada em 18/08/2014 às 08h59min Daniel Feix, de Gramado  |  daniel.feix@zerohora.com.br

O 42º Festival de Gramado teve bons filmes, melhorou em diversos aspectos sua infraestrutura, mas teve, na cerimônia de entrega dos Kikitos, no sábado (16/8) à noite, um desfecho um tanto estranho. O júri dos longas-metragens brasileiros fez uma grande confusão, garantindo que sete dos oito títulos em competição saíssem premiados do evento.

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A Estrada 47, de Vicente Ferraz, foi eleito o melhor filme, mas não levou outros prêmios nas principais categorias. Sobraram troféus para A Despedida, de Marcelo Galvão, e Infância, de Domingos Oliveira, alguns, inclusive, inusitados. Foi o caso de um segundo prêmio especial do júri para Fernanda Montenegro (por Infância), que enfraqueceu a escolha de Juliana Paes como melhor atriz (por A Despedida), e do Kikito de ator coadjuvante para Paulo Betti, que tem o principal papel masculino em Infância, mas que não tinha como competir com Nelson Xavier, eleito o melhor ator por A Despedida.

Esse jeitinho de contemplar a todos é simpático para com os artistas, mas dificulta que se estabeleçam juízos de valor, o que vai na contramão das propostas dos principais festivais do mundo. Para reflexão: os 39 prêmios de Gramado superam o dobro do que é concedido em Cannes, Berlim e Veneza.

Unificar as competições de longas brasileiros e latinos valorizaria os títulos estrangeiros, que demonstraram sensível melhora na comparação com os anos anteriores – mas que têm seu interesse diluído em meio à disputa nacional. É necessário dizer que Gramado 2014 terminou sem apresentar filmes arrebatadores, ou mesmo que tenham sido unanimidade entre público e críticos presentes. Sinfonia da Necrópole, de Juliana Rojas, e A Luneta do Tempo, de Alceu Valença, foram os mais inventivos títulos em competição, mas venceram apenas, respectivamente, o prêmio da crítica e os troféus de trilha musical e direção de arte.

No ano em que o Rio Grande do Sul voltou a ganhar a competição de curtas (com o surpreendente Se Essa Lua Fosse Minha, produzido por alunos da Unisinos com a direção de Larissa Lewandowski), Gramado fez algumas lições de casa dignas de nota. Uma delas foi incorporar legendas em espanhol aos filmes brasileiros, o que permitiu que os convidados dos países vizinhos (não são poucos) pudessem fruí-los. Também houve mais gente dentro do Palácio dos Festivais, o que tem muito a ver com a diminuição do preço dos ingressos.

Um júri mais decidido e uma curadoria um pouco menos política (não foi a melhor seleção já feita, ao contrário do que disse Rubens Ewald Filho ao site de ZH no sábado) vão tornar o festival ainda melhor.

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