A segunda rodada da Mostra Competitiva da 32ª edição do Festival de Dança de Joinville revela a força de um dos gêneros no Estado. É com as danças populares que seis grupos catarinenses se destacam na programação da noite desta sexta-feira – também dividida entre categorias de balé neoclássico – com a diversidade de costumes e folclores inspirados na cultura brasileira e de outros países.

>> Confira a programação completa <<

>> Visite a página especial do evento <<

A presença do estilo no evento virou sinônimo de figurinos e cenários de encher os olhos. O que muitos não sabem é que esse resultado exige intensa preparação das companhias fora dos palcos. A criatividade, tão exigida em outros gêneros, se torna um item na etapa final das coreografias. Isso porque a primeira missão dos coreógrafos está voltada para a pesquisa.

Marco Aurélio da Cruz Souza fez um longo percurso até iniciar os ensaios da apresentação Dança dos Lenços com as bailarinas do Grupo de Dança do Departamento de Cultura de Gaspar, projeto da prefeitura da cidade do Vale do Itajaí. Para essa obra, ele precisou recolher o máximo de informações sobre o folclore russo:

– A pesquisa começou em Lisboa, durante o meu doutorado, quando tive contato com uma bailarina russa. Também me aproximei da cultura do país por meio da Escola do Bolshoi e só depois desenvolvi o trabalho.

Dança dos Lenços conta com um figurino cheio de detalhes que veste 16 bailarinas como típicas bordadeiras russas. Elas dançam entrelaçando panos até formarem uma renda, o que exige muita concentração das intérpretes. Esse é o segundo trabalho que o grupo traz para o Festival, o primeiro foi com Cumbia, um ritmo colombiano.
 
Veteranos e estreantes
 
Cinco dos seis grupos do Estado na programação de hoje almejam o troféu de primeiro lugar na categoria conjunto júnior que há dois anos consecutivos pertence à Escola Municipal Pedro Ivo Campos, de Joinville. O programa de aulas de dança com alunos do município apresentou no ano passado Galantes, folguedo folclórico tradicional de Olinda (PE), e nesta edição traz Rei do Congo, também extraído das raízes nordestinas.

– Temos o compromisso de manter a qualidade da apresentação. A responsabilidade é grande quando somos campeões, ainda mais que, por termos vaga garantida, não passamos pelo feedback da seletiva – avalia a coreógrafa Elisiane Wiggers.

Entre os veteranos também há catarinense estreando no gênero. O Grupo de Dança Fernando Lima, de Joinville, que compete há anos nas categorias de jazz e dança contemporânea, neste ano sobe ao palco com o solo Berço África, do bailarino Jessé Cruz, no sênior de danças populares.

Catarinenses na disputa

Danças populares – solo masculino sênior
• Grupo de Dança Fernando Lima (Joinville) – Berço África 
  
Danças populares – conjunto júnior
• Acquadança (Piratuba) – Acende a Fogueira do meu Coração
• Grupo de Dança do Departamento de Cultura de Gaspar (Gaspar): Dança dos Lenços
• Escola Municipal Gov. Pedro Ivo Campos (Joinville): Rei do Congo
• Grupo Folclórico Ítalo Brasileiro Nova Veneza (Nova Veneza): Un Giorno di Festa... Ballando la Tarantella
• Companhia de Dança Liliana Vieira (Joinville): Çairé, Simplesmente Mágica