Itapema FM | 11/06/2014 08h58min
Depois de 23 anos de estrada e com fases musicais tão distintas, é natural que gerações de brasileiros tenham conhecido Skank de maneiras diferentes. Alguns cresceram junto à banda, ouvindo as pegadas de ska. Outros acompanharam a passagem para o rock clássico. Agora as diferentes influências convergem em um único álbum, o Velocia, lançamento e 14º disco da banda.
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A notícia chega em boa hora, já que tem seis anos que o grupo não lança um álbum de inéditas – desde Estandarte, em 2008. Mas longe de ter ficado parado, o quarteto se envolveu em outros projetos, como o lançamento do Multishow ao Vivo - Skank no Mineirão (2010), Ao Vivo no Rock In Rio (2011) e Skank 91 (2012), compilação das demos tocadas no primeiro show da banda, em 1991. A turnê nacional começa em setembro, por São Paulo ou Rio de Janeiro.
O nome Velocia é uma brincadeira e reflexão com tudo isso que o tempo envolve: o hiato de um lançamento de inéditas, a história da banda, a rapidez promovida pela internet. Samuel Rosa, atento a isso, queria um nome que sugerisse essa velocidade.
Para embalar as 11 faixas, o grupo contou com o trabalho do artista espanhol Oriol Angrill Jordà no encarte. As pinturas, em técnica mista de lápis e aquarela, foram feitas a partir de fotos do quarteto. A escolha veio do empresário Fernando Furtado, que foi responsável por todas as outras capas do grupo. Em entrevista, o baterista Haroldo Ferretti fala sobre a produção do álbum, a demora do lançamento e as parcerias.
Haroldo Ferretti (bateria), Henrique Portugal (teclados), Samuel Rosa (vocais e guitarras) e Lelo Zaneti (baixo)
Foto: Weber Pádua / Divulgação
Vocês estão lançando o álbum no meio da Copa do Mundo. Como foi isso?
Haroldo Ferretti – A gente começou a fazer esse álbum em junho do ano passado, calhou de ele ficar pronto agora. Ao mesmo tempo é ruim porque as atenções estão voltadas para a Copa do Mundo e é bom porque ninguém está lançando. Na verdade, a gente esperou esses seis anos para lançar um álbum de inéditas. Então não tem porque segurar mais. Na hora que o disco fica pronto, você tem certa urgência para lançar - antes que a gente comece a ficar achando que precisa mudar. Mesmo porque se a gente fosse parar para pensar nisso, é um ano complicado, porque tem a Copa do Mundo, logo na sequência tem as eleições, Natal e acaba o ano. Não adianta ficar esperando muito.
Mas vocês também têm relação bem íntima com futebol, né?
Ferretti - A gente não está vinculado a nenhuma campanha, a nenhum evento relacionado a isso, a gente só vai fazer um show na Fan Fest no dia 12. Agora as pessoas sabem dessa nossa relação com o futebol. A primeira faixa (do álbum) fala não exatamente sobre futebol, mas sobre uma jogadora do Barcelona e da seleção espanhola de futebol feminino. Mas também não é a música para substituir a nossa Partida de Futebol, de 1996. Claro que esse vínculo existe, mas nossa relação com o futebol não é com a Copa do Mundo, de quatro em quatro anos. A banda de uma forma geral vive muito essa história do futebol.
Na Fan Fest vocês já vão tocar música do álbum novo?
Ferretti - Na verdade a gente já está tocando duas músicas do álbum novo: Ela me Deixou, que é o single e está nas rádios, e Do Mesmo Jeito. Já ensaiamos outras três. Aos poucos a gente vai colocar as músicas no repertório para acertar mesmo.
A gravação foi ano passado, mas as composições são desses seis anos?
Ferretti - Não, a gente começou a compor quando entramos para o estúdio, 10 meses atrás. Aí a gente foi para o estúdio sem nenhuma ideia pré-concebida. Fomos e começamos a tocar. Aos poucos o álbum foi se desenhando, tomando uma cara. Nós fizemos mais músicas além destas 11 que tão no Velocia. Inicialmente, eram 10 músicas e depois que colocamos a 11ª. São canções recentes, frescas, acabaram de ser feitas mesmo nestes últimos 10 meses.
Por que demorou tanto tempo?
Ferretti - Um álbum se faz necessário quando a banda está preparada, inspirada, querendo. Lançar um álbum é mais ou menos como trocar a foto da carteira de identidade. A identidade é a mesma, o número é o mesmo, mas às vezes tem que dar uma renovada na foto. De uma carreira de tantos álbuns lançados e tantos anos de estrada, um ou dois anos a mais ou a menos para lançar um álbum não muda a carreira, na verdade. Juntou um pouco disso, desses outros projetos, desse momento que a gente sentiu necessidade e foram seis anos. A gente não fez este nem nenhum outro álbum que atendesse à necessidade mercadológica. É muito em cima do momento da inspiração.
As parcerias entraram em que momento?
Ferretti - Na verdade, a gente começa a compor fazendo umas bases. E mais pra frente as músicas ganham letra. É importante falar que toda parceria começa de uma afinidade, uma amizade, uma admiração. Nando Reis é um parceiro antigo do Skank. São seis (partipações) neste álbum. E o Emicida, no álbum de 2010, no Mineirão, ele participou da música Presença. Samuel teve a ideia de chamar ele e fez duas. O B. (Negão) é um amigo antigo. O Lucas, da Fresno, que assina parceria na música Do Mesmo Jeito, é um cara de uma geração mais nova que a nossa e a gente achou que poderia ser um tempero legal dialogar com uma geração mais nova. A mesma coisa com a Lia, não só assina a letra na parceria, mas canta na faixa Aniversário, que é de uma geração ainda mais nova.
Velocia - Skank, Sony Music, 11 faixas, R$ 20 (preço médio)
>> Assista ao clipe colaborativo do single Ela me Deixou
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